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Bancos privados querem mais eficiência e recuperar espaço

por: Afonso Bazolli
em: Notícias
fonte: Brasil Econômico
05 de março de 2013 - 19:50

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Instituições financeiras terão um 2013 cheio de desafios, como equilibrar ganhos menores e os custos fixos

Por: Ana Paula Ribeiro

Os bancos brasileiros vão enfrentar um 2013 desafiador, com a busca por uma melhor eficiência em um ambiente de margens menores e uma inadimplência que, embora dê sinais de estabilidade, parou em um patamar considerado ainda alto. Para os privados, essa empreitada será ainda maior, uma vez que a cada ano perdem mais espaço para os públicos.

Em dezembro de 2007, antes da eclosão da crise financeira, as instituições com controle público detinham 34,1% do crédito no país. Os privados, 43,8% e os bancos estrangeiros, 22,10%, segundo dados do Banco Central. De lá para cá esse desenho mudou. Em novembro, os públicos já tinham 47% de todo estoque de empréstimos do país. A fatia das instituições de capital privado caiu para 36,5% e dos estrangeiros, a 16,5%.

Essa mudança decorreu, basicamente, da postura adotada pelos bancos públicos na crise de 2008. Como os canais de crédito secaram, consumidores e empresas estavam com dificuldade de acessar financiamentos. Banco do Brasil (BB), Caixa e BNDES entraram no jogo irrigando o mercado e com isso conquistaram mercado. Esperava-se, depois disso, a reação dos privados e estrangeiros, mas o aumento da inadimplência frustrou as expectativas de crescimento no momento em que os públicos baixavam os juros atendendo a um desejo da presidente Dilma Rousseff.

Na avaliação do analista da Austin Ratings, Luis Miguel Santacreu, com a redução dos juros nos bancos públicos, iniciada em abril, os privados terão que pensar até onde dá para ir sem comprometer os resultados. “Os privados vão ter que pensar em entrar mais no jogo e ter menos rentabilidade ou fazer isso (reduzir os juros) e aumentar a eficiência. Tudo remete a uma nova estratégia”, avaliou.

O que se tem certeza é que os grandes bancos não vão mais conseguir repetir as rentabilidades do passado. Se o retorno sobre o patrimônio um dia foi em torno dos 30%, hoje a dificuldade é mantê-lo acima de 20%. “A rentabilidade vai ser mais baixa. Receita de crédito vai cair se os volumes emprestados não subirem. E, por outro lado, os custos fixos não caem”, lembrou o analista.

Com juros e spreads em queda, os bancos vão ter que buscar uma nova configuração. Para Santacreu, esse novo modelo exige uma estratégia mais definida, em que seja possível aumentar a escala, mas ao mesmo tempo com mais controles internos e foco de atuação bem definido. Em entrevista ao BRASIL ECONÔMICO, em setembro, o presidente da Caixa, Jorge Hereda, reconheceu que o índice de eficiência do banco ainda não está satisfatório e há um trabalho em curso para melhorá-lo. “Em momento de juro baixo não dá para ninguém esconder custos de ineficiência”, disse.

Em meio a essa busca por eficiência, os bancos ainda lidam com um fator incômodo, que é a inadimplência. O calote começou a subir em 2010 e, embora dê sinais de estabilidade, o patamar ainda é considerado elevado. A taxa estava em 5,8% (sendo maior nas pessoas físicas e menor entre as empresas), apenas 0,1 ponto percentual menor do que os quatro meses anteriores. “Estamos em um ponto de inflexão. A inadimplência deve começar a recuar, mas mais por conta das melhores políticas de concessão dos bancos do que pela situação econômica”, diz o analista da Lopes & Filho Consultoria, João Augusto Salles.

Em resumo, os bancos estão concedendo melhor o crédito, mas o comprometimento de renda que ajudou no aumento da inadimplência em 2010 e 2011 ainda persiste. “O bom é que se a inadimplência recuar vai ter impacto favorável nas despesas com provisões para devedores duvidosos, que cresceram muito rápido”, lembrou. As instituições financeiras tinham, em novembro, R$ 130,48 bilhões reservados para fazer frente a possíveis operações em atraso. Esse montante é 14,4% superior ao registrado em igual mês de 2011.

E se já não basta o cerne de um banco, que é fazer a intermediação financeira, estar em um momento desafiador, a área de tesouraria também não fica nada a dever. “A queda dos juros também afetou a rentabilidade das operações de tesouraria e valores mobiliários (TVM)”, lembra Salles. Na avaliação do analista, os bancos já entenderam que daqui para frente terão que arriscar mais nessa área porque não dá mais para depender apenas das aplicações em títulos públicos. “Os bancos estão tentando otimizar a carteira de TVM com um pouco mais de risco, com maior exposição a debêntures, CDBs de outros bancos e ativos securitizados.”

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