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Compra de Carteira – Empresas pagam até 4% do valor das dívidas

Por: Afonso Bazolli
Em: Cobrança
Fonte: DCI

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As empresas de recuperação de crédito pagam no máximo 4% do valor de face de carteiras de crédito vencidas, ou seja, aquele recurso que a instituição tem a receber, mas que não foi pago em dia. A afirmação foi feita pelo diretor de relações institucionais do IBeGI (Instituto Brasileiro de Estudo e Gestão da Inadimplência), Valdir de Oliveira Neves. Ainda de acordo com o executivo, em alguns casos o preço cobrado é de apenas 1% do valor de face total.

Ele citou como exemplo a venda de uma carteira de créditos vencidos de um grande banco estrangeiro estimada em R$ 1,7 bilhão. Após uma disputa, a empresa que venceu a concorrência pagou R$ 52 milhões, ou, 3,05% do total do valor da carteira que contava com cerca de 600 mil contratos e 700 mil devedores. O valor varia de acordo com alguns critérios como a idade da carteira e o conhecimento de dados dos devedores, desde seu local de moradia e trabalho até telefone para contato. Isso é fundamental para a empresa conseguir alcançar o devedor para recuperar o crédito.

Em breve outro grande banco, que o executivo preferiu não revelar o nome, irá procurar o mercado para vender uma carteira de R$ 4 bilhões com 180 mil contratos e 190 mil devedores. Valdir estima que a empresa vencedora pagará o equivalente a R$ 160 milhões, ou 4% do valor de face.

“O mais comum é que em cerca de 10 meses a empresa recupere todo o valor inicial investido na carteira. Entre 24 a 36 meses, o retorno final costuma ser de 3 vezes do recurso investido. Desse total, 33% é usado para pagar a mão de obra necessária para operar a recuperação. Sobram 33% para a empresa”, afirmou Valdir de Oliveira Neto.

A estimativa é de que existem R$ 300 bilhões em créditos não pagos. Para se ter uma noção do tamanho desse valor, o estoque total de crédito do país em julho ficou em R$ 2,5 trilhões, ou seja, o estoque de créditos inadimplentes representam 11% do total do crédito no Brasil.

O serviço de recuperação judicial é reconhecidamente um serviço ligado às instituições financeiras, mas o serviço tem se expandido para empresas de outros setores. A Audac, empresa de recuperação de crédito de Valdir, por exemplo, tem em sua base de clientes uma grande editora.

O maior problema enfrentado por ela é o calote dos anunciantes de suas publicações. A propaganda é veiculada, mas o pagamento não é realizado. Após 90 dias sem receber, a editora aciona a Audac que começa a procurar os devedores para que paguem seu débito. A empresa também presta serviços para um grande frigorífico multinacional.

Ele explicou ainda o passo a passo de uma empresa de recuperação de crédito. “Primeiro nós limpamos a base de dados que nos é enviada. Existem muitos casos de pessoas que estão negativadas, mas já pagaram sua dívida. Depois nos fazemos o enriquecimento da base de dados procurando indicadores que não constam nas tabelas enviadas para nós”, afirmou Valdir.

Classe C

Ao longo dos últimos anos, as classes C, D e E tiveram mais acesso ao crédito, o que fez com os níveis de inadimplência, especialmente entre esses setores sociais aumentasse. Para o presidente da Cobrart Gestão de Ativos, Luiz Felizardo Barroso, uma das maiores dificuldades das empresas é conseguir encontrar essas pessoas.

“Muitas vezes essas pessoas não procuram as instituições para as quais ficaram devendo por vergonha ou por não ter o dinheiro para pagar, mas por muitas vezes a empresa procura para propor um acordo vantajoso para ele”, afirmou.

Ainda de acordo com Barroso, outro problema é conseguir localizar essas pessoas. “Há muita mudança de local de trabalho, de moradia e número de celular. Uma ferramenta que temos usado são as mídias sociais, com o cuidado de não expor os devedores”, analisou.

Nesse sentido, o IBeGI irá realizar uma campanha com 80 mil cartilhas direcionada justamente para esse segmento. “O primeiro passo é estudar a linguagem usada pelas pessoas da classe C. De posse desses dados vamos elaborar as cartilhas de educação financeira “, afirmou o diretor da entidade, Valdir de Oliveira.

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