Anhanguera Educacional vira banco para reduzir inadimplência
Por: Afonso Bazolli
Em: Estratégia e Modelagem
Fonte: Brasil Econômico
Empresa apertou as negociações para os maus pagadores, mas flexibilizou para os bons alunos, que podem financiar em até 16 vezes ou trocar seu curso por um mais barato.
A Anhanguera Educacional, maior grupo privado de educação do Brasil, encontrou uma fórmula para resolver ou ao menos amenizar o problema da inadimplência dos alunos que, há dois anos, beirava os 10%. Decidiu operar como uma financeira e negociar como uma varejista. Criou um departamento de avaliação de risco e começou a parcelar as dívidas em até 16 vezes. Com isso, reduziu quase pela metade a taxa de inadimplência dos alunos.
O processo de profissionalização da área de inteligência de cobrança levou dois anos, época em que a empresa estava consolidando várias aquisições. “Contratamos profissionais do mercado financeiro para criar um modelo de avaliação de risco, assim como é feito pelos bancos na hora de dar crédito”, explica José Augusto Teixeira, vice-presidente financeiro da Anhanguera.
Hoje, são 20 pessoas responsáveis por manter em equilíbrio o pagamento dos alunos. E eles não estão sozinhos. “Mudamos nossa forma de remuneração dos coordenadores de cursos. Além da qualidade acadêmica, medida pelas avaliações internas e do MEC, também consideramos o quesito inadimplência”, explica.
Isto significa que cabe a eles atuarem como agentes financeiros de seus alunos, oferecendo opções para os que tiverem problemas. Dentre as iniciativas, está a oferta da modalidade de ensino à distância, que tem um custo até 50% mais barato para os alunos devedores.
“Negociar com aluno é diferente de negociar com quem compra uma TV. Quando ele atrasa a mensalidade, o incentivo de pagamento é maior, ele quer o diploma”, explica.
Na avaliação de risco, uma das variáveis é a performance acadêmica, aliada à satisfação do aluno. “O bom aluno tende a ser um bom pagador porque ele está mais comprometido com o estudo”, afirma Teixeira. E para este público a empresa flexibilizou as negociações, assim como uma varejista.
Parcelamento
Em 2009, a cada final de semestre, a empresa exigia um valor de R$ 100 para que o aluno fosse elegível à rematrícula e parcelava o valor devido em até 18 vezes. Agora, o aluno tem de pagar 30% do valor devido, e pode parcelar em até 16 vezes. Mas só nos casos de estudantes com boas notas ou que estão prestes a conseguir financiamento do governo, por meio do Financiamento Estudantil.
A Anhanguera tem mais de 400 mil alunos no país e, segundo Teixeira, deverá chegar a 40 mil alunos no final de 2012 financiados pelo governo.
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