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01 de fevereiro de 2012 - 9:43

Feliz-Ano-Melhor–Uma-Reflexao-Panoramica-sobre-Gestão

Mais um ano se inicia e com a chegada deste, recebemos logo na largada, um enxerto na vida de 47 milhões de brasileiros afetados direta ou indiretamente, com o aumento do teto de salário mínimo no país para R$ 622,00 trazendo de carona um impulso para o giro da economia nacional.

Bem verdade que os trabalhadores impactados positivamente por essa medida só verão a “cor das verdinhas” a partir do mês de Fevereiro/12, mas a noticia gera uma importante constatação na visão do mercado: existe uma continuidade e coerência na política sócio -  econômica do governo, até aqui.  A política de valorização do salário mínimo, uma bandeira histórica do sindicalismo contemplada pelo governo Lula, colaborou para que o país passasse quase ileso a crise de 2008-2009 e deverá desempenhar papel parecido no próximo ano, tendo em vista que o setor econômico deve ser influenciado pelos problemas do Velho Continente – Europa.

Ainda no âmbito das boas noticias, o ano de 2.012 prevê um aumento inicial de postos de trabalho federais, ou seja advindos da própria máquina governamental, na casa de quase 27 mil. Digo inicial pois ainda é aguardada aprovações pelo Congresso mais de 110 mil posições ligadas ao Governo, para o decorrer do ano.

Outro ponto: a amplamente comentada notícia do inicio de ano foi no setor imobiliário. O Brasil se tornou,  segundo a pesquisa da Associação de Investidores Estrangeiros em Imóveis (Afire, na sigla em inglês), o 2º melhor país para investimento em imóveis comerciais.

E finalmente, estima-se que novos postos de trabalho sejam criados no país em 2.012, sendo 70% a colaboração do setor de construção civil, já os demais setores com 30% que também são significativos. Pois o total geral de postos de trabalhos novos em outros setores, segundo a  estimativa são de 2 milhões – entre posições do setor público e privado.

Antes que alguém repita novamente, de modo jubiloso em pleno bimestre de 2.012 : FELIZ ANO NOVO!  devo lembrar o leitor que, sempre existe um indivíduo responsável a puxar os mais entusiasmados, das nuvens para o chão. Dito isto, que essa antipática missão seja a mim atribuída…

Ainda enfrentamos problemas sérios no nosso pais. Em boa parte problemas sociais ligados à saúde, saneamento básico, segurança, a desnutrição e mortalidade infantil, entre outros.

A realidade de comunidades como as que existem no interior rural do Maranhão onde famílias são extrativistas do babaçu vivendo com R$ 80 reais per capita, ou as famílias que vivem nas margens do Rio São Francisco, por menção especifica a região de Xique-Xique na Bahia, que mesmo famílias recebendo o Bolsa Familia, dependem da pesca de um rio com dias contados para deixar de existir para eles… Bom, tudo isso faz-nos refletir sobre as nossas desigualdades em meio a esse Eldorado de oportunidades que – noticiado pelos meios de comunicação – nos aguarda em 2.012. Esse é apenas um exemplo dentre muitos que poderíamos mencionar, mas o tempo e espaço não nos permitem.

Certamente essa é uma realidade fora da nossa realidade. São aquelas folhas do jornal que a maioria de nós passamos rapidamente, em geral evitando uma maior profundidade no tema.

O que esse texto apontando o panorama do contraste sócio-econômico do país, tem a ver com nosso desenvolvimento profissional ? Nos fará melhores técnicos ? Melhores especialistas em nossas áreas ? Melhores executivos ? Melhores empreendedores ?

O ponto que acredito nos relacionarmos, está em podermos influenciar positivamente e interagir, no nosso setor, como gestores e pares, dentro dessa “imensidão do Brasil”.

Quantos “Brasis” se me permitem o erro na grafia, estão inclusos nos nossos corredores diariamente? Quantas perspectivas e quantas diferenças que nos fizeram chegar até o “logotipo que no momento defendemos”?

No setor que estamos instalados – profissionais de Call Center de Cobrança, Vendas, SAC, Atendimento em geral – onde a busca para ocupação dos postos de trabalho já são feitas às toneladas pelas empresas, constatamos uma grande pluralidade nos indivíduos, em questões que partem desde a naturalidade de origem, histórico de vida até o mapa mental dessas pessoas.

Em algum momento vamos nos deparar de certa forma interagindo com alguém que viveu, vive ou irá viver com as realidades contrastantes narradas no que escrevi acima. Portanto, alguém que pode impactar ou está impactando como protagonista nesse contraste.

Se me permitem mencionar um fato que vivenciei há alguns anos atrás no ambiente de Call Center. Na época eu tinha uma equipe de 80 pessoas que faziam turno de 6 horas. Havia um rapaz que se destacava dos demais facilmente, sendo exemplo a ser seguido pelos demais, pela performance e também os indicadores de disciplina, pontualidade e presenteísmo. Esse rapaz havia ganho vários prêmios por merecimento. E o que me chamou a atenção foi uma premiação secundária, para nós da gestão, onde o premiamos por atingir bons indicadores semanais em determinada parcial do mês. Ele ganhou um jogo de canetas esferográficas, um caderno e uma caderneta com calculadora – todos itens com o logotipo da nossa empresa.

Para nós, aquele prêmio focava “oxigenar a campanha mensal”, que tinha premiações com maior valor agregado no final do mês. Mas ao receber aquele kit de premiação, o rapaz não se conteve e nitidamente emocionado, veio às lágrimas.

Terminado o evento de premiação, que foi realizado no meio das operações, pedi para que o rapaz viesse a uma sala para conversarmos, pois me intrigava a reação emotiva dele diante de uma premiação que nem beirava o que ele já havia ganho e que poderia ganhar, dado seu potencial. Eu queria saber se havia algo de errado ou se ele estava com algum problema…

Resumindo a história:  ouvindo-o por alguns minutos, ele me esclareceu sua emoção. Em uma cidade do interior do Brasil anos atrás, aquele jovem quando menino, almejava junto com sua mãe e irmãos em ter uma caneta esferográfica e caderno para escrever suas lições da escola comunitária que freqüentava. E também, estudar para ter um emprego que auxiliasse financeiramente a sua família.

O kit de premiação, segundo o que ele me disse, iria ser enviado para sua mãe como um troféu memorial aos tempos de garoto. E ele mencionaria no envio a ela, que havia “conseguido o que queria”, além de já os auxiliar com os ganhos obtidos no seu trabalho.

Como gestor naquela ocasião, aprendi que devemos conhecer melhor nossos colaboradores e colegas, tanto quanto, na medida que nossa correria do dia a dia nos permitir, conhecer as suas aspirações e histórias.

Por trás de cada conhecimento genuíno, podem estar escondidas algumas riquezas para nós, ou algo importante para nivelarmos as realidades de escritórios com ar condicionado e mobiliários ergonomicamente corretos, situados no meio da selva de pedras que ostentam o sucesso e baixos índices de carência, quando comparados a outros cenários regionais do nosso pais.

Portanto, minha dica profissional para termos um melhor em 2.012, quanto a gestão: é de calibrar a nossa perspectiva com relação aos nossos colaboradores, colegas e pares nesse gigantesco pátio que chamamos “força de trabalho” no setor de Call Center.

Onde pode estar o ganho? Com certeza em uma baixa taxa de turn over, em baixos índices de absenteísmo e em alta escala de produtividade.  A receita parece duvidosa por ser simples demais?

Deixo a você leitor, a reflexão e a resposta a essa pergunta:  Será que essa dica é tão simples quanto um “caderno e uma caneta esferográfica” ?

Seja qual for a sua experiência de boa prática, com relação à Gestão ou com seus Pares, confesso que sou otimista apesar dos desafios e contrastes que observamos aqui. Por isso desejo a nós,  profissionais de Call Center, um FELIZ ANO MELHOR em 2.012.

Erdel Santos

Fonte: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/268-mil-vagas-a-espera-de-concurseiros-em-2012/

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Comentários (4)
  1. Chega a ser hilário as comemorações por parte do aumento salárial com tanta disparidade de “pisos” em nosso país, afinal em um país onde dizem que a maior parte dos brasileiros saiu da linha extrema da pobreza para uma classe média na minha opinião ficcitícia e nosso país com uma realidade de políticas públicas como as que foram citadas, ainda precárias. Afinal, se todo esse “giro” de capital fosse realmente proveitoso não teriamos tantos inadimplentes conforme Serasa e SPC comprovam.
    O aumento de vagas públicas principalmente no âmbito federal, também é algo a se questionar, tendo em vista que estamos em ano de eleições (municipais) é verdade, porém até outubro/ novembro 2011, os concursos públicos federais estavam suspensos por falta de verbas!
    Então a questão é: a abertura dessas vagas é meramente ilustrativo, ou seja, apenas para arrecadar fundos para o Estado, ou isso pode benefíciar algum partido???
    Quanto o quesito de diversidade social dentro do ambiente de trabalho, acredito ser importante conhecer um pouco da realidade dos funcionários, sem sentimentalismos, pois, o próprio funcionário enxerga o sentimentalismo como “fraqueza” da gestão, e começa a querer tirar vantagem disso, uma situação que passa a ser insatisfatória para empresas e empregados.

    Esther Milions em 07 de fevereiro de 2012 - 13:21
    • Esther, obrigado pelo seu comentário.
      Exatamente isso mesmo, você conseguiu ler as entrelinhas…

      O desafio dos bons gestores é encontrar o equilibrio e se encontrar em meio aos extremos do afastamento ao colaborar X a suposta “fraqueza” do sentimentalismo.

      Uma boa dica para valorização do recurso é promover fóruns e/ou eventos periódicos, que envolvam açoes de trabalho, onde gestores junto com sua hierarquia tenham um papo aberto e pés no chao a respeito de perspectivas e objetivos da empresa, analisando onde o profissional pode colaborar nessas entregas.

      Como resultado, penso que naturalmente as aspirações e objetivos dos colaboradores irão submergir como bolhas – e isso será um prato cheio e rico para ambos: gestor e funcionário.

      Recomendo-se que esse tipo de ação seja acompanhada por um representante de RH para que haja isonomia e melhor avaliação.

      Mais uma vez, obrigado por ler o texto e comentar.

      Abçs,
      Erdel Santos

      Erdel Santos em 07 de fevereiro de 2012 - 14:09
  2. Thiago, obrigado pelo seu comentário. Ford foi por voce muito bem lembrado !
    Realmente as desigualdades estão perenemente instituidas desde antigos tempos e não me iludo, assim como voce, creio, que isso mude.

    O que podemos fazer é dentro da conscientização coletiva, garantir um movimento de melhor distribuição das riquezas que cultivamos e extraimos.
    Entenda-se em conscientização coletiva, ações praticas e ao alcance dos tais protagonistas: cada CNPJ , cada CPF junto com a boa administração de Governantes conscientes e compromissados com o crescimento do nosso país.

    É um movimento lento, mas devemos perseguir e persistir nessa busca.

    Percebemos que a máxima que diz “melhor é doar do que receber”, sai da teoria e se materializa com ganhos secundários. Afirmo isso, observando paises com IDH evelevados, tais como Finlandia, Suécia, Suiça e Canadá, onde a medida que os indicadores sociais e divisao de renda aumentam na “coluna per-capita”, outros indicadores ligados a segurança, qualidade de vida também acompanham esse aumento.

    Ou seja, maior justiça social e distribuição de renda, menores indicadores de violencia, insegurança e consequente menor stress sem a sombra do colapso social que em momentos vemos no nosso amado pais.

    Essa não é uma receita de bolo pronta, mas com certeza, dentro do seu comentário – e eu tendencio a concordar – é um ótimo caminho a se evoluir.

    Abçs,
    Erdel

    Erdel Santos em 02 de fevereiro de 2012 - 12:32
  3. Nem tudo é motivo para comemorar, e a verdade esta ai para todos verem. O Brasil esta no caminho certo e não tenho a menor duvida disso. Mas o grande mal a ser combatido é a extrema desigualdade social que vivemos. Foi citado o Boom da Construção Civil. É fato! Por estar no ramo comprovo isto todos os dias. Porém, enquanto um operário ou colaborador não puder comprar o produto que ajuda a desenvolver, ainda teremos que evoluir! Era o que dizia Henry Ford: Que ele ficaria satisfeito quando cada um de seus funcionários pudessem comprar os carros que produziam. O texto me fez refletir bastante. Muito bom Erdel.

    Thiago Fernandes em 01 de fevereiro de 2012 - 20:38

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