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Temos que falar sobre a barreira contra os mais velhos

Por: Afonso Bazolli
Em: Gestão
Fonte: Valor Econômico

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Por: Vicky Bloch

Recentemente levantei uma discussão em uma rede social sobre profissionais na faixa dos 50-60 anos e me surpreendi com a grande repercussão que o tema trouxe. O tom da minha abordagem era o mesmo que já abordei aqui nesta coluna em 2013: quando será que as empresas vão começar a olhar com mais carinho para as pessoas mais maduras? Nesse debate, recebi centenas de comentários de pessoas relatando sentir tal desprezo por parte do mundo corporativo.

Assustador ver como tanta gente ativa, experiente, saudável e produtiva é simplesmente descartada pelo mercado em razão de sua idade. Isso considerando que a população brasileira está envelhecendo e a previsão é que em 2040 quase 60% da população em idade ativa terá mais de 45 anos. Ou seja, se as organizações e o governo não quebrarem paradigmas e lidarem com esse tema com a devida atenção, nossa sociedade terá um preço exorbitante a pagar nas próximas décadas.

Além de visível na gestão e nos RHs das empresas, o preconceito fica também evidente nas prestadoras de serviço de recrutamento e seleção de pessoas. Boa parte dos profissionais que atuam nesse mercado hoje é formada por jovens que, pelos depoimentos que recebi, têm tratado com pouco respeito a experiência e a maturidade das pessoas mais velhas. Não pensem que quando falo de mais idade estou me referindo a pessoas de 50 ou 60 anos. Esses depoimentos vêm de pessoas com 45 anos!

O mercado mostra que, para aqueles que conseguiram alcançar cargos de nível executivo, a empregabilidade tende a ser mais longa do que para os profissionais que não passaram de nível gerencial médio. Mas o fato é que a barreira dos 50 anos parece ser cruel para a maioria das pessoas, independentemente do sucesso profissional que tenham conseguido alcançar ao longo de suas carreiras.

Sob o ponto de vista dos indivíduos, meu papel como coach é ajudá-los a se prepararem para esse duro momento de transição, trabalhando especialmente em questões como reflexão e autoconhecimento. O que é possível fazer, afinal, para encarar essa inevitável e temida “ruptura” com o mercado de trabalho tradicional?

Em primeiro lugar, é fundamental pensar sobre essa possibilidade o quanto antes. Desde muito cedo, é importante desenhar um projeto de carreira baseado em uma reflexão contínua sobre qual a marca que se quer deixar. Ou, ainda, qual a missão que você gostaria de cumprir. Parece romântico e quase utópico acreditar que é possível fazer tanto planejamento diante de cenários que mudam o tempo todo. Mas passar pela fase de tomar contato com esse desejo nos leva a entender onde faremos diferença. Acredite, saber isso pode ser a dica de como manteremos nossa empregabilidade. Estou falando da possibilidade de nos mantermos ativos até quando quisermos, de termos controle sobre a nossa vida profissional. Isso é bárbaro.

Desta forma, podemos trabalhar com mais tranquilidade com a possibilidade de não recolocação no mercado tradicional no mesmo modelo de antes. A prática desse exercício pode significar que aprendemos a aplicar nossas competências nas relações possíveis, sejam elas de vínculo empregatício ou de relação temporária (seja trabalhando por projeto, seja como terceiro ou como prestador de serviço).

Para que o treino de livre arbítrio durante a carreira seja aplicado e útil no momento de transição, é preciso também fazer outra lição de casa. É necessário que tenhamos o cuidado de desenvolver nossas competências, manter nossos conhecimentos atualizados e ter uma vasta rede de relações cultivada durante a vida toda.

Afinal, não se pode reclamar de ter sido descartado se você está totalmente desatualizado, fora do mercado, esperando que as coisas continuem funcionando da mesma maneira que 30 anos atrás, certo?

Ter história para contar, ter orgulho ao falar das realizações só será possível se cuidarmos de nossa história a cada ciclo. Empenho, paixão, interesse e engajamento são as palavras de ordem para podermos lutar com orgulho para nos mantermos na ativa.

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