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Entenda por que mentir na entrevista é dar um tiro no pé

Por: Afonso Bazolli
Em: Vagas
Fonte: Canal RH

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Por: Arthur Chioramital

Para disfarçar lacunas na qualificação profissional não é raro os recrutadores perceberam mentiras contadas pelos candidatos que disputam uma vaga no concorrido mercado de trabalho. Esse tipo de comportamento é muito mal visto pelas empresas, e a imagem que fica é a de um profissional desonesto, prejudicando a reputação do candidato. “Na grande maioria dos casos, a mentira leva à exclusão dos candidatos dos processos seletivos”, diz Luiz Francisco Romeo, sócio da Direction RH, consultoria de RH executivo e coaching. Segundo ele, é muito fácil identificar quando a história contada durante a entrevista não corresponde à realidade.

Romeo lembra do processo de contratação de um executivo para uma multinacional da área têxtil em que uma das etapas previa a realização de entrevista em inglês por telefone.  Um dos candidatos mostrou certa resistência para o agendamento do bate-papo em inglês. Quando finalmente conseguiram que ele atendesse as ligações, a conversa durou só alguns minutos. “Quando sugeri que começássemos a falar em inglês, ele disse que teria que interromper a ligação, pois estava sendo chamado na sala ao lado, mas que entraria em contato em alguns minutos. O que nunca aconteceu.”

As empresas são intolerantes com os mentirosos, mesmo que seja um deslize pequeno e que não comprometa a realização das atividades do cargo pretendido. “Não dá para confiar em um profissional desses. Se a pessoa não é honesta durante a contratação, há chances de que ela também não o seja no trabalho”, afirma o consultor Sergio Chaia, que foi presidente da Nextel entre 2007 e 2012. Ele relembra que durante a sua gestão ser pego mentindo em um processo seletivo significava o fim das chances de contratação.

Dizer a verdade ainda é a melhor estratégia na hora da entrevista. Assumir o desconhecimento sobre determinado assunto ao invés de inventar uma história de última hora pode significar a diferença entre a contratação e a dispensa, afirma Elisabete Holanda, analista de RH da Sartorius, empresa alemã que vende equipamentos laboratoriais.

Elisabete lembra de um processo seletivo chefiado por ela para uma vaga no departamento de marketing de uma empresa da área de entretenimento em que resolveram testar o grau de honestidade dos candidatos. Na época, recorda, foi criado um case completamente irreal com os prós e contras do lançamento de um produto fictício para os candidatos analisarem. A ideia era que os candidatos mostrassem ter conhecimento do mercado de entretenimento e que admitissem nunca ter ouvido falar do produto. Mas, para surpresa dos recrutadores, o resultado foi bem diferente. “Alguns candidatos usaram até dados estatísticos para justificar as respostas. Um deles chegou a citar a publicação de uma pesquisa de mercado sobre o produto que inventamos. Nem preciso dizer que ele não ficou com a vaga.”

Nos raros casos em que as mentiras não são descobertas durante a fase de seleção e o candidato acaba sendo contratado, a farsa costuma durar pouco, comprovando o ditado popular que mentira tem perna curta. O presidente da consultoria de marcas Key Jump – Inteligência, Estratégia e Branding, Arthur Bender, sabe bem disso. Ele viveu uma experiência marcante. Após contratar um profissional para atuar na área de planejamento estratégico, ele pediu que fosse apresentado alguns trabalhos citados durante a entrevista. “Qual não foi a minha surpresa ao perceber que o material continha trechos de apresentações minhas e que estão disponíveis na internet”, diz Bender. Questionado sobre a origem das informações, o recém-contratado admitiu que se tratava de um projeto desenvolvido por outra pessoa. “Fui obrigado a dispensá-lo, porque ele mentiu sobre sua experiência e não estava qualificado para o cargo”, conta o presidente da consultoria.

Luiz Francisco Romeo, da Direction RH, alerta que quando o assunto é carreira não existem atalhos. “O mais adequado é o profissional se preparar de forma adequada para avançar profissionalmente”, acrescentando que o ‘jeitinho’ deve ser evitado mesmo quando o mercado exige algo que está além da sua qualificação. “O melhor é dizer que não sabe e demonstrar vontade de aprender”, afirma.

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