Você é um profissional imprescindível ou importante?
Por: Erdel Santos
Em: Gestão
Fonte: Redação
Uma diferença que faz toda a “diferenssa”
Para o leitor acostumado ao bom português de Rui Barbosa, Machado de Assis ou mais contemporâneo a esses, Monteiro Lobato. O fato da frase titulo desse texto ter um erro de português propositalmente inserido na grafia da palavra “diferenssa”, pode ter gerado um incômodo ao ler o título do artigo, onde o correto seria estar escrito : diferença.
Percebam que se para uma palavra, a troca de uma simples silaba faz TODA diferença. Quão maior será a distinção de uma característica ligada ao perfil profissional de alguém?
Quero iniciar uma abordagem, já sabendo que não iremos esgotar o tema, quanto a discussão que permeia 2 tipos de profissionais os quais convivemos no dia a dia. Talvez – e muito provavelmente – convivamos com eles até mesmo quando escovamos nossos dentes todas as manhãs, ao nos olharmos no espelho…
Inicialmente a pergunta objetiva que deve ser feita é:
Você se considera um profissional imprescindível ou importante ?
Para que haja uma coleta de informação mais genuína, se reserve 10 segundos enquanto lê essas linhas e responda agora a si mesmo o que você pensa ao seu respeito, tente elencar alguns “porquês” que justifiquem a sua resposta à pergunta feita aqui.
Passado esse momento de reflexão introspectiva, podemos continuar já com os dados que você armazenou na sua resposta à si mesmo…
No dicionário Priberam a definição para as palavras “imprescindível” e “importante” são as seguintes:
Imprescindível
1. De que se não pode prescindir.
2. Indispensável.
Importante
1. Que tem importância; considerável; útil. s. m.
2. O que mais interessa.
Está claro que apesar de parecidas essas duas palavras não são exatamente iguais. Ou seja, há diferenças claras para cada uma delas quando confrontadas entre si.
Para a definição da palavra “imprescindível”, com clareza percebemos o indispensável, aquilo ou aquele que não pode faltar em algo…
Quando observada a definição da palavra “importante”, percebemos a importância, a utilidade e o que é realmente relevante à alguém ou para algo (deixado bem claro na definição acima “O que mais interessa”).
Igualmente diferentes são esses perfis profissionais, tanto o imprescindível, quanto o importante tem distinções de ações e modos de se portarem e interagirem ao ambiente…
Na verdade, seja qual for a sua resposta para à pergunta: ‘Você se considera um profissional imprescindível ou importante ? – afirmo que, não existe uma resposta certa para essa pergunta. Mas existe a reposta que aponta o seu momento de vida na carreira… indicando e ajudando-o a refletir no que você deseja para os próximos passos e objetivos profissionais.
Eu já estive nos dois lados da fronteira, e percebo que alguns profissionais muito capacitados também passam momentos alternando entre essas duas situações. Devo admitir que colhi e desperdicei frutos em ambos os lados. Existem vantagens e desvantagens seja qual for o lado que esteja, mas creio que hoje, entendendo melhor onde eu quero pautar minha participação como profissional gerindo pessoas, está mais claro em qual dos lados tenho minha preferência e portanto, uma maior permanência.
Em uma rápida avaliação sobre esses profissionais com suas vantagens e desvantagens, forças e fraquezas, pode-se elencar alguns pontos facilmente detectáveis sobre eles, para ajudar na sua avaliação pessoal e detectar em qual deles você está “se vestindo” no momento – Imprescindível X Importante – temos o seguinte:
Para uma melhor avaliação, dentre alguns profissionais, que de um modo genérico se enquadram nos perfis Imprescindíveis e Importantes, mostramos abaixo:
Na mesma linha avaliando o nosso lado pessoal, os pais são imprescindíveis, já os amigos e professores são importantes…
Sumarizando o assunto, o que percebemos é que o profissional Imprescindível goza de total domínio sobre seu trabalho, suas atividades e sobre seu departamento. Infelizmente esse profissional pode ficar incomodado em não ter domínio sobre algo que gostaria de ter: sobre sua própria carreira. E o mais frustrante poderá ser descobrir que ele próprio construiu sua guilhotina…
O imprescindível, diferente do importante, não pode se ausentar. Não pode se afastar do que realiza. Mesmo que não tenha um perfil centralizador, o conhecimento está centralizado nele – indivíduo – por isso, a figura dele não pode deixar de ser vista exatamente no ponto ao qual foi escalado.
Pegando o futebol como exemplo, vemos quantos técnicos de futebol criaram conflitos e discordância do perfil do excelente goleiro: Rogério Ceni.
Com seu perfil de exímio cobrador de faltas ele “saiu do escopo” ao qual foi designado várias vezes. Muitas delas causando desconforto no treinador que o instruía. Esse é um case de sucesso, mas sucesso relativo, pois a habilidade pontual do notório Rogério Ceni, não o fez mudar sua execução, apenas oxigenou eventualmente sua tarefa cotidiana. Pois sempre ao final, ele retornava ao gol. Fazia seus gols, mas não atuava na busca deles, não era o artilheiro. Bem verdade que, exceto Pelé, nitidamente um ponto fora da curva na competência futebolística, nenhum outro artilheiro que atuasse na linha, foi de forma exemplar, um goleiro… mas Mr. Ceni é um goleiro-artilheiro.
Ao profissional imprescindível fica reservada a notoriedade sem mobilidade. Caso este tente sair para um departamento na própria empresa, poderá ser “barrado pelo técnico” (Êpa! Não avance o meio de campo, você é goleiro não atacante!), pois é imprescindível e único onde atua, em sua área…se o juiz expulsar um jogador de linha o time continua o jogo mesmo com um a menos, mas se expulsar um goleiro o que acontece? Ele deve ser substituído por um reserva ou alguém do próprio time deverá ir para o posicionamento do guarda metas (goleiro). Motivo: o goleiro é imprescindível, o jogo não acontece sem a presença dele.
Se esse profissional imprescindível tentar ir para o mercado visando alçar vôos mais altos e subir alguns degraus, poderá incorrer no risco da sensação do “Gestor Traído”. Vocês já devem ter ouvido alguém dizer algum dia: “…ah, fulano de tal, me deixou na mão… agora não tenho quem faça o que ele fazia para mim. Ele me quebrou, mas aqui, posso garantir – tá queimado!”
A pouca habilidade do imprescindível em criar backup, a proximidade que ele fomenta diante de um SER TEMPERAMENTAL, conhecido como “superior hierárquico”, onde descobertas recentes comprovaram que este SER muda de humor mais do que as mulheres de sapatos, e mais do que a lua em suas diversas fases, pode contribuir para um desgaste que o levará à velocidade do som na Régua de Preferência entre 2 extremos, diante da visão do seu gestor: de Preferido à Preterido.
Vimos então, que esse profissional imprescindível terá sucesso se decidir ser “o cara da casa”, “que veste a camisa como segunda pele”, e que “não almeja traições em namoricos com a concorrência”. Caso essa seja a aspiração do imprescindível, minha sugestão: Acelere e continue assim! Você está no caminho certo! As chances de erros são mínimas às suas pretensões.
Caso você se incomodou desde o colégio em ser escalado no gol (como eu) e, fazia pior que o Rogerio Ceni, abandonando o Gol e indo até o ataque (também como eu) quando seu time demonstrava inércia… bem, ai você tem que manter uma diferente postura, fazendo os outros o considerarem um profissional importante, não imprescindível.
Se decididamente você quer mobilidade, quer compartilhar conhecimento, agregar outros conhecimentos, muitas vezes adquiridos coletivamente, e também distribuídos de forma coletiva… se não te incomoda deixar de ser o colaborador mais próximo que o seu superior hierárquico tem, entretanto ser aquele que ele pode contar para uma tarefa que requer flexibilidade, não rotulando-o à atividade, mas sim a sua capacidade de se sobressair a novos desafios. Bem, se é isso que você procura, muito provavelmente você irá fugir do centro das atenções e do perfil imprescindível. Quando olharem para você, terão sempre a tranqüilidade de tirá-lo para uma nova tarefa, pois você pulverizou conhecimento das suas atividades para que haja um backup adequado e “nenhum prato caia” quando você deixar a cadeira de “equilibrista da vez” para outro colega…
Geralmente gestores tem o perfil do profissional importante, ao passo que técnicos tem a postura do imprescindível. Como disse anteriormente, não existe certo ou errado, mas existe aquilo que você almeja de si e do modo o qual os outros vêem sua carreira. Às vezes nos vemos “vestidos” em um tipo de profissional, e outras vezes “vestimos” outro tipo… isso também depende, vale dizer, do ambiente e momento em que você está vivendo.
Você como profissional deve decidir qual o melhor perfil para explorar seu potencial HOJE. Já que ser um ou outro passa pela questão circunstancial, como vimos.
Faça sua escolha consciente, e decida se quer ser um Profissional imprescindível ou importante – com qual deles você acredita que conseguirá alçar melhor o que almeja?
Boa Sorte na sua escolha. Desejo que ela seja assertiva e adequada ao seu momento e com isso o Sucesso seja uma conseqüência inevitável !!!
Erdel Santos
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