Best Performance 7
de -3,8% e, em 2016, -3,2%. A estima-
tiva para 2017 é crescer positivamente.
Agora temos que tirar o país da crise e
que colocar em prática tudo aquilo que
a crise ensina: cortar custos, se preparar
para um momento de crescimento eco-
nômico, melhorar a qualificação da for-
ça de trabalho, colocar a casa em ordem.
A crise leva a isso, mesmo sem querer.
Agora tem que se preparar para o novo
momento, tanto as empresas que pro-
duzem para o mercado interno, externo
ou ambos. Preparar para a concorrência,
para o mundo global, que não tem nada
ver com o passado brasileiro de uma
economia fechada. E planejar. Porque
sem planejamento não se vai nem à es-
quina. Evitar empréstimos e dívidas mal
planejadas, que levam empresas saudá-
veis à falência.
BP – A estrutura de corrupção ins-
taurada no Brasil tem sido exposta
de uma maneira inédita até então. As
condenações vão mudar o futuro do
país?
MA – Sim. As condenações sinalizam
que o jeitinho brasileiro está indo para
o cemitério político e estão mostrando
que todos são iguais perante a lei. Claro
que a sociedade civil precisa continuar
fiscalizando o poder. Como dizem, o
preço da liberdade é a eterna vigilância.
BP – Quais são as raízes da corrupção
no Brasil?
MA – Impunidade. Não existe DNA da
corrupção, nem origem portuguesa, co-
lonial, mas, sim, um ecossistema jurídico
que fortalece a impunidade. O Brasil
é o único país no mundo com quatro
instâncias recursais, o que cria uma in-
dústria de recursos que eterniza os pro-
cessos. Por isso, as dez medidas contra
corrupção do Ministério Público Federal
são essenciais para agilizar o processo.
Quando coloca o corrupto na cadeia,
aquele que exerce funções públicas vai
pensar duas vezes antes de roubar. Tem
que enfrentar a impunidade e a indús-
tria da corrupção, que reúne poderosos
escritórios de advocacia. Também há
jornalistas sócios dessa indústria, com
escritórios especializados em gestão cri-




