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como a sociedade está mudando, in-

fluenciada pela tecnologia e aprendendo

as novas “regras do jogo” (transparência

social, resposta imediata, “gamificação”,

consciência social, trabalho colaborativo

etc.), profissionais de todas as gerações

estarão mais preparados para jogá-lo.

BP: Como vocês enxergam o trabalho

do futuro e como o

home office

se en-

quadra nisso?

Nesta questão existem dois movimen-

tos avançando em paralelo: de um lado,

temos a eceleração do “gig-work” ou

“on-demand workforce” (o antigo “fre-

elancer”). Mais e mais empresas e fun-

cionários estão partindo para um relacio-

namento no qual o professional não tem

uma relação formal com uma empresa,

porém tem um portfolio de clientes com

quem trabalha quase regularmente con-

forme a demanda. Essas pessoas são pe-

quenas empresas em que o

home office

virou só

office

.

De outro lado, temos as funções mais

tradicionais. A flexibilidade de trabalho

é uma tendência ainda em crescimento,

mas a febre do

home office

dedicado

ou “hoteling stations” esfriou um pouco

quando as empresas perceberam que

pode haver um lado bastante negativo.

A partir do momento em que as pessoas

não trabalham mais juntas, notadamente

há redução da inovação e perda do ali-

nhamento e da identidade cultural com a

empresa. A primeira pessoa que chamou

a atenção para isso foi a Marissa Meyers,

ex-vice-presidente do Google que, ao as-

sumir como CEO do Yahoo, cancelou a

politica de

work from home

da empresa,

e conseguiu melhorar a quantidade de

novos produtos lançados e, consequente-

mente, a receita e os resultados da em-

presa.

BP: Qual é a relação do futuro entre

homem e máquina? Os postos de tra-

OS CEOS PASSARAM A COMPREEN DER QUE SE

ALGUÉM GOS T A DO QUE FAZ O FARÁ MELHOR.

OU SEJA, AO CRIAR UM BOM AMBIEN T E DE

T RABALHO, ELE T AMBÉM CON T RIBUIRÁ PARA A

OBT ENÇÃO DOS RESUL T ADOS DO NEGÓCIO.

balho vão mudar ainda mais?

JT: Sim, estamos apenas na infância dis-

so. As pesquisas mais recentes preveem

que praticamente todas as profissões se-

rão afetadas, mesmo aquelas que não se

imaginava que isso fosse possível. Recen-

temente vi um artigo que tratava dessa

questão na área médica. Aparentemente,

além dos tradicionais

players

do setor,

existem centenas de

startup

trabalhando

com Big Data de informação histórica de

milhões de casos médicos passados para

chegar a diagnósticos muito mais precisos

do que qualquer médico chegaria. Dois

exemplos de como isso pode ser provei-

toso: a utilização de dados de monitores

cardíacos para prever a possibilidade de

doenças do coração e um aplicativo que

analisa a foto de uma pinta na pele e pre-

diz com 97% de certeza a chance de cân-

cer de pele.

BP: Em empresas como o Google, que

é uma grande ambição de trabalho dos

jovens, é obrigatório o tempo de “fazer

nada” no horário do expediente. Como

as empresas devem encarar o “’ócio

criativo” ou devem entender mais esse

conceito para implementar dentro das

organizações?

JT: Uma boa definição para o tema vem

da consultora de empresas Gisela Kassoy,

especialista em Criatividade e Inovação.

Ela avalia que, na prática, o ócio criativo

é uma forma diferente de trabalho, já que

a produção criativa se assemelha aos nos-

sos momentos de prazer, convívio social

e lazer. Tudo o que não é execução de

tarefas pode ser chamado de ócio: desde

a realização de cursos e participação em

eventos até a realização de hobbies, es-

portes, apreciação de arte e bate-papos.

Ou seja, esse termo acaba sendo usado

mais para se referir a momentos em que,

ao invés de nos dedicarmos ao nosso tra-

balho regular do dia a dia, tentamos nos

liberar de conceitos, pré-conceitos, hábi-

tos e outros engessamentos, para poder-

mos pensar, criar e inovar.

Esse processo, em geral, oferece uma

pausa mental por ser menos estressante

do que o trabalho do dia a dia e ajuda a

criar novas soluções e aprimoramentos

aos processo tradicionais. No caso do

Google, havia uma regra de que 20% do

tempo poderia ser dedicado a um side-

-project que estivesse relacionado à em-

presa, como o Adsense ou o Gmail.

Pesquisei sobre isso pouco tempo atrás, e,

aparentemente, as métricas sobre perfor-

mance mudaram, e esse tempo de ócio

não parece ser mais uma coisa habitual.

BP: Qual é o posicionamento do Great

Place to Work frente a tantas mudan-

ças nas relações e no mundo do traba-

lho? Como acompanhar e estabelecer

novos parâmetros para avaliar realmen-

te os melhores locais para se trabalhar?

JT: Nós acompanhamos em detalhe essa

evolução. Apesar de trabalharmos com

mais de 10 mil clientes por ano em qua-

se 60 países, acreditamos que devemos

abrir esses dados para organizações que

podem nos ajudar a entender essas mu-

danças em detalhes. Atualmente temos

grupos de especialistas e PhDs estudan-

do nossos dados na Universidade de Har-

vard, no MIT e na Universidade Duke.

Ao utilizar milhões de dados (Big Data),

conseguimos identificar preditivamente

quais tendências afetarão certas empre-

sas e podemos ajudá-las a se preparar

com antecedência. Nesse sentido, três

novos pontos de vista serão incorporados

à nossa medição: inovação, alinhamento

da liderança com a cultura e performance

financeira.

JOSÉ TOLOVI NETO

ENTREVISTA

NÃO PERCA!

José Tolovi Neto

participará da programação

do

Field Trip Toronto,

da CMS, nos dias

17,

18 e 19 de setembro

. Ele irá ministrar o Fórum

Mastermind, que encerra o último dia de visitas,

com o tema

Digital revolution is about people / Future of

work / Robots and work: E os humanos agora?

Os que as empresas precisam para atingir a

excelência com seus colaboradores e clientes e

como gerar espaços de trabalho disruptivos?