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17 de novembro de 2025 - 17:12

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Desde a semana passada, 14 trabalhadores já foram demitidos após protestos em live com CEO contra mudança no regime de trabalho; sindicato dos bancários convocou plenária para discutir o caso

A polêmica com a mudança do regime de trabalho no Nubank, que até agora provocou a demissão de 14 funcionários, dois deles na segunda-feira, 10, levou os fundadores da fintech a se manifestarem nas redes sociais. O CEO David Vélez respondeu um comentário no LinkedIn e disse que pessoas que trabalhavam no banco digital confundiram um canal corporativo “com rede social ou arquibancada de estádio”.

Nesta terça-feira, o sindicato dos bancários convocou a primeira plenária com os funcionários da fintech para falar das demissões. Será realizada nesta quarta-feira, 12, às 19h, virtualmente.

As demissões ocorrem após um live com Vélez na última quinta-feira, com a participação de 7 mil funcionários para falar da mudança do regime de trabalho, que era majoritariamente remoto, para híbrido, a partir do julho de 2026. Alguns funcionários se exaltaram e fizeram comentários de baixo calão e ofensivos, segundo apurou o Estadão/Broadcast. No final, 12 foram demitidos por justa causa.

Nesta segunda-feira, mais dois funcionários foram demitidos, acusados de sabotagem, por tentarem danificar os sistemas internos do banco. “Agimos rapidamente para impedir que esses funcionários dessem qualquer passo concreto em seu plano, utilizando nossas robustas defesas contra qualquer tipo de ameaça. Os funcionários foram imediatamente demitidos e denunciados às autoridades”, afirma um comunicado interno.

Em meio à polêmica, a resposta de Vélez ocorreu como uma reação a um comentário de um engenheiro que trabalhou por cinco anos no Nubank, Rafael Calsaverini, em uma postagem no LinkedIn sobre as demissões da presidente do sindicato dos bancários, Neiva Ribeiro.

“O Nubank cultivou por anos a ideia de que confrontar a gestão da empresa é perfeitamente válido. Eu trabalhei cinco anos lá e vi esse tipo de confronto várias vezes”, disse Calsaverini, ressaltando que leu as mensagens que levaram pessoas a serem demitidas e não viu nada demais. “Meros comentários irônicos pontuais que não são justificativa para justa causa. Garanto que em cinco anos vi mensagens bem mais agressivas e injuriosas que não resultaram em demissões.”

Em seu comentário, Calsaverini marcou o fundador do Nubank. “David Vélez, você é capaz de reações melhores do que essas. Eu já mandei mensagens bem duras para você em canais públicos do Nubank. Elas resultaram em diálogo e não nesse tipo de medida reativa irracional.”

E Vélez respondeu: “Rafael Calsaverini você tem pouca informação meu amigo. Você não faz ideia do tipo de linguagem e comportamento dessas pessoas. Confundiram um canal corporativo com rede social ou arquibancada de estádio. Você não aceitaria esse comportamento na sua própria casa.”

A postagem da presidente do sindicato, que questiona as demissões e cobra que elas sejam revistas, tem mais de mil curtidas e 110 comentários, alguns defendendo o Nubank, dizendo que os funcionários passaram da conta, e outros atacando a fintech. “Foram 12 soldados abatidos”, escreveu uma pessoa.

Ainda nas redes sociais, a cofundadora Cristina Junqueira, que se mudou recentemente para os Estados Unidos para tocar a operação do Nubank lá, escreveu na última sexta-feira ao responder perguntas de internautas no Instagram que a fintech está dando ajuda de custo para funcionários que moram longe dos escritórios se mudarem para as cidades com operações presenciais. Dentro da mudança de regime de trabalho, o Nubank vai abrir escritórios em cidades como Campinas, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, além de reformar e ampliar unidades de São Paulo, Bogotá, na Colômbia, e Cidade do México. Haverá ainda um período de oito meses de transição.

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