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Em nove meses, procura por linhas de crédito cresceu 13%

por: Afonso Bazolli
em: Crédito
fonte: Valor Econômico
02 de dezembro de 2025 - 17:12

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Volume contratado atingiu R$ 59,9 bilhões referentes a 1,3 milhão de operações de crédito

Apesar da constante queixa de burocracia e dificuldade de acesso a esses financiamentos, num cenário de taxa básica de juros (Selic) em patamar elevado – está atualmente em 15% ao ano -, a procura pelas linhas de crédito com recursos dos fundos constitucionais vem registrando grande crescimento neste ano.

De janeiro a setembro de 2025, último dado disponível, houve uma alta de 13% nas contratações desses financiamentos, em comparação ao mesmo período do ano passado. O volume contratado atingiu R$ 59,9 bilhões referentes a 1,3 milhão de operações de crédito.

Quem mais puxou essa alta foi a região Norte, responsável por R$ 13,3 bilhões contratados, um aumento de 26% ante o mesmo intervalo de 2024. Já o Nordeste segue concentrando o maior montante de crédito tomado, em valor, via fundo constitucional (FNE): nesses primeiros nove meses do ano, foram tomados R$ 37,1 bilhões.

O secretário nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), Eduardo Tavares, explica que esse cenário se justifica, pois as taxas de juros dessas operações são mais baixas do que a Selic. Elas variam de 0,5% até 17% ao ano, dependendo da finalidade da operação, do local, porte do tomador, entre outros fatores.

Por exemplo, para o microcrédito Agroamigo, uma das principais linhas do FNE operada pelo Banco do Nordeste (BNB), a taxa é de 0,5% ao ano, mas para outras linhas do Pronaf (agricultura familiar) a taxa é de 3%.

“A Selic tem pressionado muito e sido um desafio. E isso aumenta a demanda por linhas dos fundos constitucionais, que em muitas vezes conseguem operar a taxas inferiores à Selic”, disse Tavares ao Valor.

“O nosso problema hoje é que a procura está maior que a oferta e vemos uma tendência já das contratações neste ano ultrapassarem as do ano passado, que bateram R$ 70 bilhões no ano todo, mas só até agosto já tivemos R$ 52 bilhões”, completou.

Dentro desse quadro de maiores desembolsos de crédito com esses recursos da União, o destaque fica para o setor de agronegócios, que vêm sendo responsável pela maior demanda entre os empresários que buscam essas linhas em todas as três regiões que contam com fundos constitucionais.

Somente no Centro-Oeste, região onde fica o Mato Grosso – Estado líder na produção nacional do segmento no país -, foram tomados R$ 9,4 bilhões em crédito de janeiro a setembro deste ano, valor 9% maior que no mesmo intervalo de 2024.

Criados em 1989, os três fundos surgiram com o intuito de reduzir as desigualdades socioeconômicas nas três regiões contempladas.

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