
Carteira segue em expansão, mas inadimplência também continua a subir fortemente no agro e no crédito livre para empresas
A Caixa registrou lucro recorrente de R$ 3,8 bilhões no terceiro trimestre de 2025, resultado 15,4% maior que o do mesmo período do ano passado. Em relação ao segundo trimestre deste ano, houve avanço de 2,2%. A carteira do banco segue crescendo, mas a inadimplência também continuou a subir fortemente no agro e no crédito livre para empresas.
A margem financeira somou R$ 16,5 bilhões, alta de 1% no trimestre e de 14% em 12 meses. As provisões chegaram a R$ 5,1 bilhões no terceiro trimestre, um salto de 43,9% em relação ao trimestre anterior e de 64,5% frente ao mesmo período de 2024.
Em termos de qualidade de ativos, o índice de inadimplência (acima de 90 dias) subiu a 3,01%, ante 2,66% em junho e 2,27% em setembro de 2024. No imobiliário, foi de 1,30%, ante 1,26% e 1,42%. No agronegócio, atingiu 11,20%, após já ter saltado para 7,02% em junho e bem acima dos 3,35% registrados um ano antes.
Em crédito livre para pessoa física, o indicador avançou para 6,25%, de 6,11% e 4,45%. Já no crédito livre para pessoa jurídica, a inadimplência alcançou 12,50%, de 11,28% e 7,77%.
A carteira de crédito do banco atingiu R$ 1,3 trilhão, com crescimento de 3,1% no trimestre e de 10,3% em um ano. A carteira de imobiliário teve saldo de R$ 905 bilhões, um avanço de 3,4% em relação ao trimestre anterior e de 11,4% em 12 meses. As contratações de financiamento habitacional voltaram a subir, com alta trimestral de 18,3% e anual de 6,9%, somando R$ 67,8 bilhões.
Em outubro, o governo federal anunciou um novo modelo de crédito imobiliário. Antes, 65% dos recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) eram obrigatoriamente direcionados para habitação, 20% tinham de ficar no Banco Central em recolhimento compulsório e outros 15% eram de uso livre. No novo formato, o compulsório caiu a 15% e diminuirá gradativamente até zerar em uma década. Ao captar recursos no mercado e direcioná-los para crédito imobiliário, bancos podem usar uma quantia equivalente da poupança de maneira livre.
Antes dessas mudanças, em setembro, o presidente da Caixa, Carlos Vieira, que tinha conhecimento do novo modelo, disse ter expectativa de que ele permitisse o desenvolvimento do mercado secundário. “Quando nós tivermos uma taxa de juros em torno de 10%, 9%, esse mercado, por si só, se retroalimenta.” Os números da Caixa mostram que o banco já vem alterando suas fontes de captação. No terceiro trimestre, a poupança teve alta anual de apenas 2,9%, para R$ 392 bilhões. Já as letras de crédito imobiliário (LCI) avançaram 37,5%, para R$ 236 bilhões.
No restante da carteira, o crédito comercial para pessoa física fechou setembro com saldo de R$ 148 bilhões, alta de 2,6% no trimestre e de 10,9% em relação a um ano antes. Já no segmento de pessoa jurídica, o estoque atingiu R$ 111 bilhões, com altas de 3,7% e 10,8%, respectivamente.
Já a carteira de infraestrutura totalizou R$ 109 bilhões, avanço trimestral de 1,4% e anual de 4,1%. No agronegócio, o saldo chegou a R$ 62 bilhões no fim de setembro, com alta de 2,1% no trimestre e de 3,7% em 12 meses.
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