
Por: Roberta Rossetto
Vivemos um momento em que milhões de dados e informações são acessíveis. Por que as pessoas não o seriam?
Redes sociais são fascinantes por várias razões. Vou abordar apenas uma delas — a possibilidade de termos uma conversa com quem jamais teríamos uma remota chance de conversar. Sim, uma conversa. Não nos moldes convencionais, cara a cara, mas através de mensagens que vão e vem, às vezes com lapso de tempo entre elas.
Quando um de nós teria a chance de trocar palavras com um astronauta em órbita? Pois, na semana passada, o comandante canadense Chris Hadfield, habitante da Estação Espacial Internacional desde dezembro e dono do Twitter @Cmdr_Hadfield, anunciou um AMA — a sigla para Ask Me Anything, feito através da rede social Reddit. Hadfield dá 16 voltas em torno da Terra a cada dia e vem postando fotos incríveis através do Twitter, Facebook e Google+. Foi via essas redes que ele anunciou o AMA.
Centenas de crianças e adultos mandaram perguntas. Somente um punhado foi respondido, mas ninguém reclamou. Ao contrário. Cada resposta gerava dezenas de comentários emocionados, de gente espalhada por todo o planeta, do tipo “vocês se dão conta de que essa resposta veio do espaço?” ou “esse AMA é histórico!”. Soubemos, por exemplo, como é a conexão de internet no espaço (lenta para vídeos, mas boa o suficiente para a troca de textos); que ele não viu o meteoro cair na Rússia porque estava do outro lado do planeta mas sentiu um frio na espinha quando viu um queimar entre ele e a Austrália; que acha a privatização do espaço inevitável; que seu experimento favorito é observar o comportamento de nanopartículas e que o lugar mais bonito, a seu ver, são as Bahamas, por conta dos muitos tons de azul da água.
Hadfield animou o domingo de milhares de pessoas, fez crianças sonharem com viagens ao espaço e satisfez a curiosidade de adultos com informações sobre como é fazer a barba ou dormir em gravidade zero. Não foi o primeiro e nem será o último a dispor seu tempo para falar com meros mortais. Antes dele, o presidente Barack Obama e o bilionário Bill Gates conduziram um AMA. E muitos artistas também. O quarteto de músicos do Coldplay, pra nomear apenas uma banda, já respondeu dezenas de perguntas de fãs via Twitter. Quando em turnê, naqueles momentos em que estão à toa no hotel, esperando a hora do show, aproveitam para interagir com os fãs. Avisam com antecedência a hora em que estarão disponíveis on-line e pronto.
E isso me leva ao início deste artigo: Não é fascinante? Eu acho. Vivemos um momento em que milhões de dados e informações são acessíveis. Por que as pessoas não o seriam? E por que pessoas que têm algo a dizer deixariam de aproveitar a ferramenta rede social para espalhar pensamentos, conhecimento, paixões e descobrir o que os demais pensam? Quem reconhece a importância da interação faz uso das redes. Devo dizer que, para estabelecer uma conversa através de redes sociais, nem é preciso marcar um AMA. Basta ler e responder posts e comentários deixados no Twitter, no Facebook, no Google+, em blogs e qualquer outra rede social. E, devo dizer também, que não é preciso ser uma celebridade para estabelecer tais conversas. Empresas podem, sim, fazer uso da ferramenta para conversar com seus consumidores, ouvir suas sugestões, seus gostos, suas necessidades. Basta querer.
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