
Pelo levantamento, 35% dos brasileiros afirmam estar em situação financeira “difícil/muito difícil”, percentual acima da média global de 27%
O “Monitor do Custo de Vida 2025”, 7ª edição da pesquisa global da Ipsos que analisa como as pessoas em 30 países percebem sua situação financeira em meio a um cenário de múltiplas crises, constatou que, no Brasil, embora as pessoas percebam dificuldades ainda significativas, cresceu o otimismo quanto ao futuro financeiro.
Pelo levantamento, divulgado nesta terça-feira (25), 35% dos brasileiros afirmam estar em situação financeira “difícil/muito difícil”, percentual acima da média global de 27%. Outros 8% dos brasileiros dizem viver confortavelmente, 26% dizem estar ‘ok’ e 28% afirmam que estão “se virando como podem”.
Nos outros países, holandeses (26%), suecos (23%) e britânicos (16%) apresentam os maiores índices de pessoas que afirmam estarem vivendo confortavelmente. Na outra ponta do ranking, está a Argentina, onde 57% afirmam estar em situação financeira “difícil/muito difícil”.
Por outro lado, as expectativas no Brasil são boas, já que 35% dos brasileiros acreditam que sua renda vai aumentar no próximo ano, índice superior à média mundial de 29% e que coloca o país entre as oito nações mais otimistas do ranking.
Quando o tema é padrão de vida, 39% esperam melhora nesse aspecto, também acima da média global (30%), segundo a Ipsos.
Cenário econômico
Mesmo com essa perspectiva positiva, a preocupação com o cenário econômico permanece alta: 36% dos brasileiros acreditam que o país está em recessão, um aumento de três pontos percentuais em relação a 2024.
Além disso, 68% preveem pagar mais impostos nos próximos meses, 11 pontos acima da média global, e 66% esperam elevação das taxas de juros, o segundo maior índice entre os países pesquisados, atrás apenas da África do Sul (70%).
“Os dados mostram que o brasileiro vive uma espécie de descompasso entre sua experiência diária e suas expectativas para o futuro”, destacou o CEO da Ipsos Brasil, Marcos Calliari, ao citar que, enquanto 35% dizem estar em situação financeira difícil, índice bem acima da média global, e a maioria segue apreensiva com fatores imediatos, como juros e impostos, outros 35% acreditam que sua renda vai aumentar e 39% esperam melhora no padrão de vida.
“Essa combinação acontece porque, embora o presente ainda seja percebido como apertado, a população identifica sinais, ainda que modestos, de melhora estrutural e acredita na própria capacidade de recuperação. O resultado é um país que reconhece a pressão do agora, mas enxerga espaço para avançar no médio prazo.”
O levantamento apurou ainda que, para 65% dos brasileiros a inflação vai aumentar, percentual um pouco abaixo da média global de 68%, indicando que, embora o tema ainda preocupe, a percepção de aceleração dos preços é ligeiramente menor por aqui do que no restante do mundo.
Já o custo de vida segue como questão sensível: 79% dos brasileiros apontam as taxas de juros como o principal fator que encarece o dia a dia, seguido pelo estado da economia global (73%) e pelas políticas do governo (72%).
Em relação às despesas familiares, embora o Brasil apresente níveis de preocupação inferiores à média global em todos os quesitos analisados, a percepção de alta ainda é significativa: 64% acreditam que os custos com alimentação vão subir, e 61% esperam aumento nas contas de energia e gás.
Metodologia
A Ipsos entrevistou um total de 23.772 adultos entre 22 de agosto e 5 de setembro.
A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.
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