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17 de dezembro de 2025 - 17:12

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Com Selic alta e 8 milhões de CNPJs negativados, setor busca estratégias jurídicas e tecnológicas para acelerar a recuperação de crédito

Com a taxa Selic mantida em 15% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em novembro de 2025 e o recorde histórico de 8 milhões de empresas inadimplentes no país, alta de 16% em relação a 2024 segundo a Serasa Experian, o mercado de factoring e securitização enfrenta uma onda de atrasos e inadimplência nas operações de recebíveis. O cenário, marcado pela desaceleração da economia e pela pressão sobre o caixa das pequenas e médias empresas, tem levado o setor a adotar estratégias mais sofisticadas de análise de crédito, garantias jurídicas e negociação de dívidas.

A Associação Nacional de Fomento Comercial (Anfac) confirma o aumento do risco de crédito e indica que as operações de fomento mercantil cresceram em volume, mas com margens menores. As empresas têm priorizado clientes com garantias reais e monitoramento de performance financeira contínua.

Para a advogada Patricia Maia, sócia do Barbosa Maia Advogados, escritório especializado em recuperação de ativos e estruturação de operações de recebíveis, o desafio está em equilibrar segurança e competitividade.

“As factorings e securitizadoras vivem um momento de revisão profunda. Elas precisam combinar tecnologia e estratégias jurídicas para reduzir perdas. A recuperação de crédito deixou de ser apenas cobrança: hoje envolve análise de perfil, revisão contratual e execução eficiente das garantias”, afirma.

O uso de ferramentas de inteligência de dados e scoring comportamental tornou-se prática comum. Levantamentos do Banco Central e da Serasa Experian apontam que o uso de automação e big data em processos de concessão e cobrança cresceu mais de 25% nos últimos dois anos entre instituições não bancárias. Essas soluções ajudam a identificar devedores reincidentes e antecipar sinais de inadimplência antes que o crédito se deteriore.

Segundo Patricia Maia, as garantias fiduciárias e os instrumentos extrajudiciais, como protesto eletrônico e execução de recebíveis, têm ganhado espaço por sua agilidade.

“A demora processual ainda é um gargalo, mas o avanço de mecanismos digitais e a integração de dados entre cartórios, bancos e tribunais vêm tornando a recuperação mais efetiva. A empresa que se prepara juridicamente desde a originação da operação tem menos chance de perda total”, avalia.

Além da tecnologia e do respaldo jurídico, educar o cliente passou a ser parte das políticas de mitigação de risco. Programas internos de orientação financeira, renegociação preventiva e simulações de fluxo de caixa são práticas que vêm se disseminando entre as companhias do setor.

O horizonte, segundo analistas, é de cautela e profissionalização. A combinação de juros altos, retração do consumo e crédito mais seletivo tende a manter a inadimplência em patamar elevado nos próximos trimestres.

“Esse momento é de maturidade para o mercado de recebíveis. As empresas que entenderem que gestão de risco é parte do negócio, e não um obstáculo a ele, sairão fortalecidas dessa fase”, conclui Patricia Maia.

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