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Consumidor consegue ver sustentabilidade nas empresas?

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Consumidor Moderno
07 de fevereiro de 2017 - 18:09

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Meio ambiente, responsabilidade social e mundo corporativo são universos que, mais do que nunca, estão atrelados, mas isso é real ou apenas uma ideia de como a sustentabilidade deveria acontecer nas empresas?

Duas pesquisas sobre a área ambiental e o mundo corporativo, feitas recentemente, viraram motivo de preocupação. Uma delas, guiada pela empresa britânica Verdantix, foi realizada com 250 líderes empresariais em 13 países. A outra, elaborada pelo Boston Consulting Group (BCG) em parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT na sigla em inglês, entrevistou 2.300 diretores de empresas. O resultado das duas pesquisas revelou que a maioria dos executivos só se interessa por sustentabilidade se o assunto significar redução de custos.

De acordo com o resultado das pesquisas, cerca de 90% dos entrevistados contaram que é o fator lucratividade que os fazem inserir a empresa no mundo “ecologicamente correto”. Além disso, poucas empresas investem mais do que 2% em ações de sustentabilidade, o que é preocupante devido ao impacto que a maioria das corporações causa na natureza.

Apesar de o tema ter passado a receber destaque na mídia a partir da década de 1970 com a realização de uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) na cidade de Estocolmo, os empresários ainda acham que é cedo para pensar de forma mais séria sobre o assunto. É o que aponta a pesquisa da Verdantix: a maioria dos entrevistados afirmou que a sustentabilidade é importante, mas não agora.

Entre as iniciativas que visam aproximar o empresário e o tema sustentabilidade, o professor HeikoSpitezeck, professor e gerente executivo do Núcleo de Sustentabilidade da Fundação Dom Cabral dividiu o conceito de geração de valor compartilhado em três itens: gestão de riscos, redução de custos e a diferenciação do mercado. Infelizmente, o comércio varejista só começa a aprender e adotar essas medidas quando o problema aparece, acrescentou.

De acordo com José Goldemberg, presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, o fato de a água não ter acabado em São Paulo é um milagre. Ainda segundo o presidente do conselho, ações dos consumidores, como banhos mais curtos, não lavar calçadas e instalação de restritores de pressão e vazão impediram que a crise se agravasse.

Os empresários precisam de estímulos”, afirmou o presidente do conselho, ao comentar sobre a quinta edição do PrêmioFecomercio de Sustentabilidade, que tem como premissa estimular práticas sustentáveis, que, ao mesmo tempo, também agreguem valor a novos modelos de negócios, serviços e produtos.

Segundo o estudo da DOM StrategyPartners, o policiamento social é a tendência com maior destaque na pesquisa, pois foi lembrada por 88% dos executivos, podendo ser aplicada entre um e três anos com a perspectiva real de adoção para 85% dos entrevistados.

Daniel Domeneghetti, autor da pesquisa e CEO da DOM StrategyPartners, acredita que a regulamentação e punição das empresas seria um bom caminho para convencer as companhias da necessidade de adoção de práticas sustentáveis. “Não há apoio ou retorno, nem pelo amor, nem pela dor. Se as pessoas pagassem mais por produtos e serviços sustentáveis ou punissem as empresas, o cenário seria diferente, comenta o executivo.

Ainda há poucas empresas que compreendem o termo sustentabilidade de forma global. A afirmação é de Laura Pires, gerente de sustentabilidade corporativa do Grupo Pão de Açúcar, que, durante o evento, destacou a luta da marca contra todos os tipos de preconceitos e discriminações.

A executiva explicou que a palavra sustentabilidade não está ligada somente com o meio ambiente. Por isso, o grupo firmou parceria com a APAE e contrata funcionários que possuem deficiência intelectual e autismo.

Para Eduardo Tirlone, coordenador do MBA Perícia, Auditoria e Gestão Ambiental do Instituto de Pós-Graduação e Graduação (IPOG), esse é um dos pontos de deficiência na área de Gestão Ambiental em todo o mundo, inclusive no Brasil. Mas o problema não se resume a isso. Segundo ele, quando o planejamento ambiental existe, ele é, na maioria das vezes, bastante falho. Além disso, avalia Tirlone, as normas e legislações ambientais são ignoradas pelas pessoas e corporações.

O país acaba gerando resíduos desnecessários e em grande volume, por causa do crescimento populacional, continua permitindo o desmatamento, desperdiçando água, e mais uma série de outros problemas, alerta Tirlone.

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