Você está errando na pronúncia ou regências dos verbos? Tire a dúvida com a coluna do professor de português

Um dos campeões quanto ao desvio de pronúncia é o termo “extinguir”. Por nunca ter feito uso de trema (sinal abolido das palavras de origem portuguesa, de acordo com a última reforma ortográfica), o “u” não deve ser pronunciado. Repito: não deve haver a pronúncia do “u”.

Da mesma sorte (maneira, modo), adquirir, distinguir, distinguido, extinguido, extinguir, seguinte, nunca tiveram a pronúncia do U junto a G ou Q.

SOBRE A REGÊNCIA DO VERBO ACOSTUMAR:

Nas últimas semanas, aumentaram consideravelmente os pedidos de dicas sobre regência verbal. Os interessados pelo tema são reticentes no verbo assistir: no sentido de ver, exige a preposição a.

São adequadas, assim, à regência: assistir a um determinado filme; assistir à cena daquela conhecida série.

Em um campo bem menos explorado, aparece o cotidiano verbo “acostumar”. Fruto de intensa pesquisa de Celso Luft, a construção “acostumar com” é, pois, um brasileirismo, popular, informal:

“A gente acostumou com tanto rancor? Será?”

“Eu acostumo rápido com o sol na praia.”

Sob a ótica formal, o verbo acostumar pode remeter a “fazer por meio de treinamento, insistência ou disciplina”:

“O técnico acostumou o atleta a nadar.”

No sentido de ” Ter ou fazer ter como normal, habitual”, o registro mais tradicional é “acostumar-se a…”:

“A população já se acostumou à ideia de um novo mundo, depois de 2020?”

Vale ressaltar que o dicionário Aulete reconhece o registro “acostumar-se com”, construção bastante presente aqui no Brasil.

Se a ideia for a construção de uma sentença formal, no sentido de contrair costume, prefirirei também “acostumar-se a”.

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