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O que faço se meu chefe deixa tudo na minha mão?

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Valor Econômico
26 de abril de 2017 - 18:02

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Por: Sofia Esteves

Há poucos meses, fui contratado para um novo desafio profissional em uma companhia de médio porte. No novo emprego, esperava ter mais liberdade e flexibilidade do que no anterior. No entanto, isso parece ter ido longe demais. Meu chefe não opina sobre nenhum projeto e deixa todas as decisões em minhas mãos.

Ele esclareceu que espera de mim apenas um orçamento e um cronograma em dia. Ou seja, ele confia totalmente em mim, mas ao mesmo tempo sempre fica a impressão de que não fiz nada mais que a minha obrigação. Sinto falta do apoio que tinha de meus colegas e superiores no antigo emprego, de discutir projetos, encontrar soluções em conjunto e de ter feedbacks sobre o que faço. A impressão é que fiz a escolha errada e me sinto isolado. O que devo fazer?

Coordenador de vendas, 32 anos

Resposta:

Já foi o tempo que o emprego em uma multinacional podia ser considerado sinônimo de sucesso profissional. Pequenas e médias empresas não são, hoje, consideradas apenas alternativas de carreira. Muitos profissionais, assim como você, optam por elas pela autonomia, desafios, aprendizados, flexibilidade, vínculos e clima, entre outros motivos.

Toda vez que me deparo com alguém buscando uma nova oportunidade, insatisfeito porque não consegue ter uma visão global de diferentes áreas da companhia ou porque quer vivenciar projetos e atividades com equipes mais multifuncionais, minha orientação é a de que não descarte a média empresa da sua procura.

Assim como o profissional que almeja desafios com maior autonomia e tem um perfil mais empreendedor, a pequena empresa pode ser uma excelente resposta para pôr em prática seus mais diversos talentos e habilidades.

Uma média empresa oferece muitas vantagens para diferentes trajetórias profissionais, mas existirão também as desvantagens. Não há como fugir delas, pois são inerentes a toda e qualquer escolha. Ou seja, não acredito que você precisa encarar a mudança como uma escolha errada, mas é preciso compreender que alguns ajustes e adaptações exigirão um pouco mais de você.

Até eles acontecerem será necessário cuidar do desânimo ou arrependimento que pode despontar, como a vontade que surge de voltar ao conhecido e confortável. Esse padrão é comum nas transições e inovações de carreira. Não desista antes de tentar trazer para a liberdade e flexibilidade da média empresa a pitada de decisões compartilhadas e apoio que você vivenciou anteriormente.

Você pode criar mecanismos, ainda que informais, de trocas com os colegas, pares ou outros gestores da empresa. Todos serão beneficiados com uma cultura de feedback. Comece você agindo do jeito que gostaria que a empresa funcionasse. O seu exemplo e a sua tentativa servirão de referencial para os demais.

Ao perceberem os ganhos em resultados e relacionamento que a sua atitude trouxe para a equipe, será mais fácil implementar novos processos ou formatos no dia a dia de trabalho. Além disso, uma conversa com o chefe sobre a necessidade de um apoio maior da parte dele pode ser uma boa solução. O foco deve partir da premissa de que duas cabeças pensam melhor que uma e que essa troca pode ser muito produtiva para a área.

Cuidado com as próprias expectativas e comparações, elas podem trazer para o contexto uma imaturidade que dificultará o alcance do seu objetivo.  Muitas mudanças de comportamento seguem um movimento pendular: você vai de um extremo ao outro até alcançar o equilíbrio que tanto deseja. Então, pode ser que você inicialmente fique dependente demais das validações e feedbacks.

Ao identificar esse padrão de resposta, é possível que você vá para o extremo da autonomia e isolamento, antes de encontrar o meio termo. Com esse equilíbrio, tudo se ajeitará. Caso essas atitudes e tentativas não funcionem, vale considerar uma mudança de emprego.

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