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O que faço se só me dão pequenas tarefas?

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Valor Econômico
18 de abril de 2016 - 18:00

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Por: Karin Parodi

Fui contratado há pouco mais de um ano para assumir uma posição de coordenador em uma multinacional de tecnologia. Quando entrei, fui atraído por promessas de aprender com profissionais de todo o mundo e desenvolver um trabalho estratégico. Na prática, apago incêndios, tenho pouca voz nos projetos e muitas das tarefas que exerço são determinadas de cima para baixo. Esperava inovação e estratégia, mas estou mergulhado em tarefas pequenas, que deveriam estar a cargo de um analista. O que devo fazer?

Coordenador de projetos, 35 anos

Resposta:

Não existe lugar perfeito, mas a empresa em que você está parece distante até do bom. Dificilmente uma companhia atribui funções de um profissional júnior e o remunera como sênior.

Seu diagnóstico poderia ser precipitado. Afinal, sempre que mudamos de emprego há uma adaptação que demora em média seis meses. É o que leva até nos sentirmos confortáveis e seguros quanto a nossa atuação, seja na entrega do trabalho ou no entendimento de cultura, clima e aspectos políticos do ambiente organizacional. Mas como você já está aí faz mais de um ano, esse tempo se esgotou.

Apagar incêndios tem a ver com o fato de seu departamento não funcionar desvinculado dos demais. Como há uma estrutura e processos que não funcionam adequadamente, eles geram ineficiência e os problemas decorrentes caem no seu colo.

Assim, você tem duas opções: pode buscar implementar algo construtivo na empresa ou ir embora. Se quiser continuar onde está, você não deve focar nos conflitos entre setores, mas elaborar uma análise detalhada das demandas da área e um plano de ataque para reverter o cenário. Isso envolve tanto pontos fortes do departamento quanto oportunidades de melhorias. Prepare-se com fatos, dados e números – você terá de conversar com seu líder usando habilidade diplomática e um arsenal de conhecimento.

Sua chance será maior se propuser um plano de objetivos de melhorias. Uma metodologia eficiente para isso é a SMART que, embora signifique “esperto” em inglês, é um acrônimo nesse idioma dos atributos que um objetivo deveria ter.

O “S” vem de específico. Para especificar um objetivo, faça um detalhamento dele. Isso o ajudará a entendê-lo melhor e a aumentar a probabilidade de atingi-lo. Essa tarefa inclui avaliar se esse objetivo está claro para qualquer pessoa com um conhecimento básico do projeto ou da organização.

O “M” é de mensurável. Qualquer objetivo que não possa ser transformado em números dá margem à interpretação – e até à manipulação de quem estiver contra ou a favor. Talvez sua organização não tenha as ferramentas necessárias e, nesse caso, elas devem ser desenvolvidas antes do lançamento do objetivo em si. É importante definir o método que será usado para esse monitoramento.

O “A” é de alcançável. Um objetivo sempre deve ser agressivo, mas nunca impossível de atingir. Um projeto é feito de pequenas vitórias que irão compor o sucesso do projeto. Ao considerar um objetivo “alcançável”, não se deve pensar somente em “possível” ou “impossível”, e sim nos diversos aspectos que condicionam a possibilidade de alcançá-lo.

Por sua vez, o “R” refere-se a realista. Muitas vezes, o objetivo é possível, mas não é realista. Ao considerar o realismo, você deve pensar em fatores como o alinhamento com a missão e visão da organização e o respeito a princípios éticos. Um líder que define um objetivo pouco realista está fora de sintonia com a empresa e com sua equipe.

Por fim, a letra “T” diz respeito ao objetivo cumprido em tempo. Essa característica se confunde um pouco com o S, significando que, além do início e fim do período de busca do objetivo serem bem definidos, esse tempo não deve ser tão curto que o torne impossível de alcançar nem tão longo que cause uma dispersão da iniciativa.

Tendo feito essa lição de casa, converse com seu líder e mostre seu plano para tornar a área mais produtiva. Lembre-se de envolvê-lo nas decisões. O segundo caminho é buscar uma nova posição no mercado, que recomendo que seja considerado tão seriamente quanto o primeiro. Não é interessante para sua carreira passar mais um ou dois anos apagando incêndios. O tempo passa e em breve a desmotivação e a falta de engajamento farão parte de sua vida, levando-o a tomar decisões de carreira de curto prazo.

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