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07 de dezembro de 2016 - 18:16

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Por: Guilherme Meirelles

Uma associação de fatores macroeconômicos em conjunto com fortes investimentos do setor bancário e das principais credenciadoras inverteu o fluxo das transações com cartões de crédito e débito no país. Hoje, as operações realizadas nos municípios do interior comparadas às realizadas nas capitais representam 52,2% do volume movimentado, de acordo com o balanço do primeiro semestre da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). A curva de crescimento se mantém ascendente desde 2008, quando as operações nas capitais representavam 58% do total.

Do ponto de vista macro, a inversão na curva pode ser explicada pela pujança de determinadas regiões no Sul e no Sudeste a partir da segunda metade da década passada, principalmente em função da instalação de novas indústrias e do fortalecimento do agronegócio. Em paralelo a este movimento, municípios que já tinham uma economia independente das capitais – casos de Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), Caxias do Sul (RS) e Londrina (PR) – desenvolveram-se organicamente e aumentaram a sua base de consumo.

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Com o advento dessa nova classe consumidora, os principais bancos emissores, em parceria com administradoras e credenciadoras investiram em duas linhas distintas de ações: intensificaram a distribuição de cartões de débito em municípios mais isolados dos grandes centros e passaram a oferecer mais opções e benefícios nos cartões de crédito para o público já bancarizado. “Hoje, os 5.570 municípios brasileiros estão dotados de terminais eletrônicos de pagamentos (conhecidos como POS, point of sale)”, afirma Marcelo Noronha, presidente da Abecs.

Apenas em 2011 o Bradesco abriu mil novas agências (hoje são mais de 4.600). Houve também a expansão da rede de correspondentes bancários Bradesco Expresso e ações de estímulo com a bandeira Elo (sociedade do banco com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal). “Com o aumento da capilaridade, houve um natural crescimento na distribuição de cartões”, diz Alexandre Rappaport, diretor da Bradesco Cartões, sem revelar números. O objetivo mais imediato é promover a Elo em ações junto ao público de baixa renda, oferecendo isenção da primeira taxa de anuidade.

No primeiro semestre, o Banco do Brasil lançou a campanha Elo Cidade, com foco nos pequenos municípios do interior. A experiência foi com o cartão Ourocard no município de Ibirataia (BA), com 20 mil habitantes, em parceria com a prefeitura e comerciantes locais. Além da isenção da primeira anuidade, foi feito um acordo com as credenciadoras, com isenção da mensalidade por seis meses. “O volume de cartões cresceu 40%, reduziu-se a circulação de dinheiro em espécie e a inadimplência dos lojistas beirou a zero”, afirma Rogério Panca, diretor de meios de pagamento do BB. Para 2017, a intenção é estender a iniciativa para 40 outros municípios.

Dentro da fase de crescimento econômico, contribuiu ainda a utilização de bandeiras pelos cartões de redes varejistas espalhadas por todo o Brasil. Cartões que eram aceitos unicamente nas lojas passaram a ser aceitos em todo o mercado, nascendo assim os cartões private label co branding. “Foi a porta de entrada do cartão de crédito para muita gente”, diz Alexandre Brito, VP de desenvolvimento, aceitação, varejo e novos negócios da Mastercard Brasil.

Para conquistar este público, a MasterCard lançou, em 2009, o programa de recompensas Mastercard Surpreenda, no qual o cliente ganha 1 ponto a cada compra e pode fazer resgates a partir de 5 pontos. A Mastercard aposta também no crescimento da conta digital pré-paga Zuum, em parceria com a Vivo. “É o primeiro passo para partir para o cartão de crédito”, diz.

Atuando desde 2014 no ramo de credenciadoras com a GetNet, o Santander tem como estratégia crescer no interior com o modelo Vermelhinha, dirigida a pessoas físicas e PMEs, cuja mensalidade é de R$ 30. “O Santander ampliou sua rede nos últimos anos, principalmente no Centro Oeste e a Vermelhinha é um diferencial”, afirma Pedro Coutinho, presidente da GetNet.

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