
Liderança é um tema muito debatido atualmente no mundo corporativo e por professores das mais diversas universidades. As empresas investem grandes valores de seus budgets em treinamento de sua alta gerência para que estes profissionais aperfeiçoem suas competências de liderança e obtenham melhores resultados. No mundo acadêmico são desenvolvidas estratégias baseadas em cases de sucesso e/ou criadas novas teorias para servirem de material de coaching no desenvolvimento de novas competências para um líder moderno.
É sabido que os líderes são responsáveis pelo sucesso ou fracasso de uma organização, portanto exercer liderança não pode ser considerada uma tarefa simples. Para que o profissional seja considerado um líder de fato precisa desenvolver habilidades complementares, tais como: disciplina, respeito, ética, compromisso, postura, entusiasmo, etc.
No entanto, cada vez mais as empresas em busca de maior competitividade, precisam de líderes que tenham competências específicas para um determinado momento da economia versus a situação financeira da empresa. Faz-se necessário terem em seus quadros de funcionários, líderes com o perfil profissional que melhor se adapte a sua realidade atual, e estejam prontos para implementar mudanças necessárias e melhorar a performance. Desta forma, a empresa precisa saber que modelo de liderança se alinha melhor a sua estratégia: o transformacional ou o transacional.
O modelo de liderança transformacional se caracteriza como sendo o estilo ideal para a gestão de uma mudança organizacional como um todo – é com base nela que os líderes ajudam a realinhar os valores e normas da organização. “Mais recentemente, o acúmulo de evidências empíricas indicadoras de que a liderança transformacional influência substancialmente a performance dos empregados e os retornos das organizações estimulou o engajamento de estudos teóricos que fundamentaram o conceito e levaram a liderança transformacional a ganhar popularidade” (Kark, 2004). Líderes com comportamento altamente transformacional conseguem máxima performance de seus seguidores pois fomentam as suas capacidades no sentido de perseguir critérios de sucesso e desenvolvimento de suas habilidades no sentido de solução de problemas inovadores.
O modelo de liderança transacional tem sua principal identidade em prover recompensas como retribuição à obediência. A característica do líder com este perfil adota as seguintes ações:
1- clarifica ao seguidor o que este deve fazer para ser recompensado pelo esforço.
2- monitoriza o desempenho dos seguidores e adopta ações corretivas se eles não alcançarem os padrões estabelecidos.
3- aguarda que os problemas ocorram para que, então, sejam tomadas ações corretivas.
4- Ou ainda adotam a Liderança laissez-faire (não liderança) – o líder praticamente abstém-se de tentar influenciar os subordinados.
Estudos indicam, que o modelo de liderança transacional, que da mais ênfase a um trabalho padronizado e tarefas orientadas, está mais alinhado com mudanças do tipo incremental, que visam a pequenas alterações como o aumento da eficiência e do uso dos recursos.
Com base nas características descritas acima podemos concluir que de uma forma geral, a adoção de um modelo de liderança transacional seja o mais adequado para: empresas que necessitem de mudanças rápidas em sua estratégias para se adequar a uma situação adversa de mercado, ou para empresas que estejam numa situação econômica financeira delicada. Este modelo também se encaixa na gestão de adequação de sinergias num processo pós fusões e aquisições. Enfim, o modelo transacional tende a enfatizar mais objetivos de curto prazo como corte de custos e aumento de produtividade imediata.
Já o modelo transformacional, é mais focado em ações de longo prazo, pois tem sua maior ênfase no aumento do grau de compromisso dos seguidores para com a visão, a missão e os valores organizacionais comuns ao enfatizar a relação entre os esforços dos seguidores e o alcançar das metas organizacionais.
Porém cabe ressaltar que no mundo globalizado e de mudanças rápidas em que vivemos, é necessário que de tempos em tempos as empresas revejam suas estratégias e façam a mudança no modelo de liderança de acordo com a nova estratégia adotada, perpetuando assim sua competitividade e gerando valor.
Haroldo Monteiro é mestre em Administração pela Ohio University e consultor pela Planning & Management Consultoria
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