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Bancos privados reagem e voltam a concorrer com estatais

por: Afonso Bazolli
em: Crédito
fonte: Valor Econômico
07 de abril de 2014 - 18:05

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Por: Carolina Mandl e Fernando Torres

Com o fim do primeiro trimestre do ano, os bancos privados já sentem indícios de um “reequilíbrio” de forças na competição com as instituições públicas.

Três executivos de grandes bancos privados de varejo relataram ao Valor que a desaceleração nos desembolsos e a remarcação de taxas das instituições ligadas ao governo têm aberto espaço para uma concorrência mais intensa neste começo de ano. Depurando-se os dados do Banco Central (BC), percebe-se que o ritmo de crescimento das carteiras dos bancos públicos recuou de 38,9%, em fevereiro de 2013, para 26,9% em fevereiro de 2014, excluindo-se o BNDES dessa conta.

Apesar de estarem sentindo a demanda por crédito ligeiramente mais fraca do que aquilo que esperavam para este começo de ano, os bancos privados têm conseguido até o momento cumprir suas metas de crescimento da carteira de empréstimos.

“Agora voltou a existir competição. Os bancos públicos estão reajustando suas taxas para cima, o que tem feito com que fiquem mais parecidas com aquilo que cobramos. Isso abriu espaço para que pegássemos algumas operações”, diz um executivo do alto escalão de um banco privado.

O movimento de correção de preços é sentido principalmente nas operações para pessoas físicas, segundo os banqueiros. O reajuste de preços das instituições públicas, de acordo com os bancos de controle privado, tem reduzido a demanda dos consumidores por crédito. Um executivo afirma que também há mais concorrência nos desembolsos para empresas pequenas e médias.

No dia a dia, os bancos privados dizem perceber que o reajuste para cima das taxas se dá com maior intensidade no Banco do Brasil do que na Caixa Econômica Federal, conforme indicam taxas levantadas no Banco Central.

No cheque especial, o BB cobrava perto de 5,5% ao mês em média até novembro, sendo que a taxa em fevereiro subiu para 7%, mais próxima dos 8,35% do Bradesco e dos 8,55% do Itaú Unibanco, por exemplo – mas ainda mais baixa.

No crédito pessoal não consignado, os juros médios do Itaú, que eram de 66% ao ano em dezembro, superavam em 15 pontos percentuais a taxa do BB, que era de 51% no mesmo mês. Embora as duas taxas tenham subido, essa diferença caiu para 12 pontos em fevereiro, de 68% no banco privado e 56% no Banco do Brasil.

Diante desse novo cenário que se desenha, os bancos privados esperam encerrar o ano ganhando uma fatia dos bancos públicos, conforme relatos dos três executivos ouvidos pela reportagem.

Se esse movimento se concretizar, marcará a interrupção de um ciclo que teve início em 2008. “O que existe no mercado é uma realocação dos bancos públicos para os privados”, diz o diretor de um grande banco de varejo.

Não é, porém, o que os dados oficiais mostram até aqui. Em fevereiro, segundo o BC, as instituições públicas ainda ganharam espaço, com 51,8% do mercado, 0,2 ponto percentual a mais do que em janeiro.

Para executivos de bancos públicos, ainda é cedo para prever que as instituições privadas vão recuperar fatias do mercado. A expectativa deles é que as instituições do governo mantenham em 2014 sua participação de 51,2% no estoque de crédito, atingida em dezembro do ano passado. A Caixa espera ainda ganhar um pouco de espaço neste ano.

Cabe notar, contudo, o comportamento por linhas, já que em carteiras de consignado e imobiliário os privados tiveram desempenho comparável ao dos públicos desde 2010, enquanto tiraram o pé do financiamento de veículos.

Em relatório divulgado nesta semana, o Credit Suisse projeta que o estoque de crédito nos bancos privados crescerá de 10% a 11% neste ano, enquanto os públicos exibirão alta de 13% a 14%. “Para 2014, esperamos que a diferença entre públicos e privados se estreite, e o crédito deveria desacelerar”, diz. Se isso ocorrer, os bancos públicos ainda vão fechar o ano com mais espaço no mercado de crédito.

Reportagem publicada pelo Valor na semana passada mostrava que os bancos públicos enfrentam neste começo de ano uma queda de demanda por empréstimos das famílias.

Já entre as instituições privadas, o maior problema é sentido nos pedidos das pessoas jurídicas. “Ninguém está tomando recursos para investimento. O humor das empresas é de esperar e ver o que vai acontecer neste ano”, diz o diretor de um banco mais voltado para o atacado.

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