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09 de dezembro de 2015 - 18:02

Saiba-como-nao-cair-em-armadilhas-ao-ser-contratado-como-pj-televendas-cobranca

Por: Adeline Daniele

Num determinado momento da carreira, o profissional pode acabar recebendo uma ótima proposta de trabalho em uma grande empresa. Porém, com um requisito: a contratação deve ser feita como Pessoa Jurídica.

Mais salário, mais independência e, também, mais riscos. Abrir uma empresa e tornar-se um prestador de serviços em uma área de competência é uma das formas mais comuns de gerar mais renda e crescer profissionalmente.

No entanto, existem algumas armadilhas nessa forma de contratação que podem prejudicar o profissional.

Para saber sobre os cuidados que devem ser tomados ao trabalhar sob essa modalidade polêmica no mercado de trabalho, INFO conversou com alguns especialistas e profissionais que já trabalharam como PJ.

Então, se você pensa em aceitar uma proposta para trabalhar como pessoa jurídica, analise os pontos a seguir.

O que muda quando sou contratado como PJ?

Ao abrir uma firma, o profissional passa a ser um prestador de serviços, emitindo nota fiscal e arcando com os custos de sua empresa, como contratação de um contador, pagamento de tributos, previdência privada, entre outros.

A contratação nessa modalidade normalmente serve para que a empresa economize gastos com seus funcionários, pois deixam de pagar os tributos que as leis trabalhistas exigem. O trabalhador, então, passa a não ter carteira de trabalho assinada e nem terá direito a FGTS, 13° salário, férias, horas extras, reajuste salarial, entre outros benefícios.

E embora as propostas de trabalho como PJ ofereçam salários mais altos, a empreendedora Flávia Domingues, que trabalhou quatro anos sob essa modalidade, alerta para os gastos adicionais que surgem com a nova firma. “Este é um ponto que se deve ter muito cuidado, a pessoa passa a ganhar mais, mas se não fizer as contas do quanto gastará com INSS, um fundo de garantia, acaba se prejudicando”, diz.

Por outro lado, o profissional também deixa de ter as mesmas obrigações que um funcionário com carteira assinada teria, como trabalho em horário fixo e exclusividade com a companhia. O salário chega livre de impostos na conta bancária, além da facilidade para se desligar da companhia caso não esteja gostando do trabalho.

Segundo o consultor empresarial, Dernizo Pagnoncelli, trabalhar em mais de um local é uma vantagens em atuar como pessoa jurídica. “O profissional para de vender seu tempo e passa a vender suas ideias”, afirma.

Para Moisés Nere, consultor na área de TI há mais de 30 anos, uma das maiores vantagens em se tornar PJ é a possibilidade de conhecer várias empresas com culturas diferentes. Sobre a questão do salário, ele aconselha que o profissional não considere apenas o rendimento bruto. “É preciso fazer as contas em relação aos descontos, despesas, taxas e comparar com os rendimentos e descontos do regime CLT para saber se os ganhos compensam”, diz.

Mas e se eu for trabalhar apenas para uma empresa?

É importante ressaltar que é ilegal a contratação como pessoa jurídica caso o profissional trabalhe como um funcionário comum dentro da empresa. “Muitas empresas têm usado este modelo de contrato para burlar as leis trabalhistas. Contratando nessa modalidade, elas buscam descaracterizar o vínculo empregatício”, diz o advogado José Ramalho.

Nesse contexto, quem vai trabalhar em uma única empresa sai prejudicado com essa forma de contrato, afinal, não há estabilidade e, em caso de dispensa, não há pagamento de rescisão e outros direitos que constam em uma CLT.

Que cuidados devo tomar antes de abrir firma e fechar contratos de trabalho?

O profissional que irá atuar como PJ deve colocar na ponta do lápis seus gastos com alimentação, transporte, previdência privada, contador, entre outros, antes da contratação para avaliar se os rendimentos realmente compensam.

Para abertura de empresas de pequeno porte, por exemplo, o regime Simples Nacional possui uma tributação menor, assim como para quem abre firma individual. “Optei por prestar serviços como PJ após minha aposentadoria, pois não via sentido em pagar INSS e imposto de renda alto, já que, como PJ, recolho 6% do rendimento com minha empresa inscrita no modo Simples Nacional. Dependendo do tipo de serviço, a empresa não pode ser simples, então as taxas sobre os rendimentos serão maiores”, afirma Moisés Nere.

O gerente de projetos de TI, André Sanches, trabalhou como PJ por cinco anos e aconselha o profissional a guardar uma reserva em dinheiro para férias ou para garantir estabilidade em uma eventual saída da empresa até que se consiga outro trabalho. “Acho que se a pessoa é bem disciplinada ela pode se dar bem trabalhando como PJ, porém é preciso ter uma educação financeira e seguir isso à risca”, diz Sanches.

Na hora de fechar o contrato, certifique-se de que alguns fatores importantes, como prazos, número de horas trabalhadas, salário e horas extras sejam respeitados pela empresa. “Consulte sempre um profissional para criar um contrato onde devem constar cláusulas de proteção de limitação de remuneração, tempo para execução, bem como cláusulas penais por descumprimento do acordo, com previsão de rescisão e multas em caso de desacordo comercial”, afirma o advogado José Ramalho.

O caminho para empreender

O profissional que está interessado em se tornar PJ deve ter um perfil empreendedor e capacidade de autogestão para controlar os gastos e prazos de serviços solicitados pelos seus clientes.

E as chances de obter sucesso nessa empreitada para, mais tarde, tornar-se um empresário, são grandes. A assessora de imprensa Karin Dalle trabalha há poucos meses nessa modalidade prestando serviços para outras empresas e já possui mais de dois clientes. “Oficializar minha empresa como PJ me deu mais coragem pra tentar angariar clientes e, futuramente, abrir meu próprio escritório”, afirma.

Se você ainda está em dúvida sobre como irá atuar, tenha em mente que há uma diferença crucial entre emprego e trabalho. “Quem quer emprego, tem de ser de carteira assinada. Quem quer trabalho, pode se tornar PJ, se especializar em determinada tarefa que as empresas desejem comprar e, por fim, vender sua competência”, afirma o consultor empresarial, Dernizo Pagnoncelli.

Agora confira as 10 lições que todo empreendedor de primeira viagem deve aprender:’

Empreendendo e aprendendo

O empresário francês Thomas Pichon compartilhou no Quora as 10 maiores lições de negócio que todo empreendedor de primeira viagem deveria aprender.

O usuário, que sempre dá dicas sobre empreendedorismo na rede de perguntas e respostas, é autor do livro “Mastering marketing for Startups” (Dominando o marketing para startups) e fundador da The Collaborative Startup, uma iniciativa para ajudar empresários a crescer com suas startups.

Então, se você está iniciando nesse mercado e deseja ter sucesso nessa empreitada, vale a pena dar uma olhada nas 10 lições listadas a seguir:

1. Mergulhe em comunidades existentes

No início de um empreendimento, uma das formas mais importantes de alavancar um negócio é construindo uma boa rede de networking. De fóruns, meetups, webinars até convite a potenciais consumidores ou parceiros para um café ou conversa no Skype, é preciso estar aberto para aprender com seu mercado.

2. Deixe seu grupo de fãs engajados

Construa uma comunidade para sua iniciativa. Uma forma de dar visibilidade para o negócio é estar sempre engajando seu grupo de fãs e adeptos da ideia. Compartilhe conteúdos úteis, produza blogs, podcasts, vídeos e organize encontros. Faça isso desde o primeiro dia.

3. Faça o que tem de fazer

“Feito é melhor que perfeito” – já dizia Mark Zuckerberg. Não adianta ter uma boa ideia e nunca colocá-la em prática. Pior ainda é parar uma iniciativa no meio. Segundo Pichon, os líderes de sucesso aconselham a definir metas e fazer tudo o que é possível para alcançá-las. Comece esse planejamento desde já, e mãos à obra.

4. Trabalhe com a metodologia certa

Não importa qual será a iniciativa: alguém provavelmente já explorou essa opção antes de você. Então, invista seu tempo em pesquisar e ler sobre as informações que outras pessoas já compartilharam sobre o assunto. Encontre alguém que já tenha sido bem sucedido no que você quer fazer e pegue o máximo de informações sobre o assunto.

5. Veja seu negócio como um experimento

Para Pichon, administrar um negócio é sempre um teste, até que o empreendedor encontre o caminho certo. A dica, então, é nunca presumir que algo dará perfeitamente certo ao abrir um novo empreendimento. Esteja sempre colocando sua ideia em teste para se certificar de que está construindo um negócio sólido, e também esteja pronto para ouvir o que o mercado tem a dizer para mudar seus planos caso isso seja necessário.

6. Resolva problemas concretos

Para seu negócio, tenha uma filosofia baseada na ideia de que sua proposta de seu negócio sempre será resolver um problema e ser útil para outras pessoas, para que elas alcancem seus objetivos. Então, além de realizar um ótimo atendimento para seus clientes, preocupe-se sempre em compartilhar conteúdos úteis em blogs ou páginas. Seja prestativo.

7. Venda o produto antes de criá-lo

De nada adianta lançar um novo produto sem ter conquistado possíveis clientes para vendê-lo. Então, antes de começar a criar uma solução, tente vender a ideia para seu alvo consumidor. Pichon explica em três tópicos rápidos como pensar nessa estratégia:

1 – Publique uma página de vendas;

2 – Prepare uma sessão de pré-venda para anunciar em sua comunidade;

3 – Consiga dinheiro com a primeira venda.

8. Nunca desista

Não se desespere caso o negócio não esteja dando certo nas primeiras tentativas. Afinal, até grandes empresas já passaram por problemas. Então, não pense em desistir no primeiro momento em que perder um cliente, ouvir uma reclamação ou não conseguir alcançar uma meta.

9. Aprenda a gerenciar o tempo

Para quem vai abrir uma startup já não é segredo que o tempo é um dos bens mais preciosos. E ele deve ser administrado da melhor maneira possível. Thomas Pichon lista algumas dicas que podem lhe ajudar a se tornar mais produtivo:

1 – Automatize o máximo de tarefas possíveis;

2 – Tenha um número fixo de horas para trabalhar por dia, e siga essa meta;

3 – Tenha uma lista bem precisa das coisas mais urgentes que precisam ser feitas e não se prenda apenas em tarefas que lhe agradam.

10. Paixão e objetivo

Para Pichon, esta é uma lição fundamental para os empreendedores: é preciso ter paixão e objetivo naquilo será criado. “O incentivo mais valioso que irá guiá-lo através da jornada é a sua paixão e o seu objetivo. Não paixão pela sua ideia. Paixão pelos seus clientes, pela sua comunidade, pelas pessoas que você quer servir e ajudar. Paixão por um mundo melhor. É assim que você vai criar uma comunidade incrivelmente capacitada, a qual irá lhe ajudar a transformar sua jornada em um sucesso. Então, pense sobre qual será o seu propósito antes de começar qualquer negócio. Faça isso por você, e por todos nós”, diz o executivo.

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