Lançamento de 15 unidades pelo país nos próximos meses faz parte de reformulação do varejo

O Itaú Unibanco adotou um novo modelo de atendimento para pequenas e médias empresas (PMEs) como parte de seu projeto de transformação do varejo. Até março de 2022, serão abertos 15 polos em grandes centros comerciais de diferentes regiões do país. O primeiro foi lançado na semana passada em Campinas (SP), e abriga cerca de 320 colaboradores. Além de gerentes e funcionários da área de crédito, há especialistas em investimentos, pagamentos, seguros e outros tipos de consultoria.

“Esse é um trabalho que vai ser fortemente amparado no atendimento presencial e no conhecimento local, embora também haja objetivos relacionados ao aumento da digitalização. Vamos entender melhor as peculiaridades de cada região e as características de cada negócio que atendemos, para termos mais camadas de avaliação na análise de risco e uma oferta de crédito mais acessível e customizada”, afirma Carlos Vanzo, diretor do Itaú.

Atualmente, o banco tem 2,8 mil funcionários no atendimento a essas empresas e vai chegar a 3,5 mil, distribuídos em 347 “plataformas”, que dividem espaços com as agências tradicionais. A previsão é que metade delas serão transferidas para os novos polos. A unidade de Campinas, por exemplo, agrupa 20 plataformas.

Os polos ficarão em edifícios comerciais de fácil acesso e amplamente conhecidos pelas empresas das cidades incluídas no projeto, sendo equipados com infraestrutura tecnológica robusta e salas de reunião para um atendimento reservado. O horário de atendimento será de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. Como não têm caixa e não lidam com dinheiro, essas unidades têm um custo de manutenção muito menor para o banco do que uma agência tradicional.

Na sequência de Campinas, Ribeirão Preto (SP), Curitiba, Porto Alegre e Recife logo terão suas próprias unidades inauguradas. Ainda estão na lista Maringá (PR), Fortaleza, Manaus, Salvador, Belo Horizonte, Goiânia, Rio de Janeiro e três em São Paulo, nas zonas Norte, Leste e Sul.

A área de PMEs atende empresas que faturam até R$ 50 milhões por ano, um universo de 450 mil companhias em todo o Brasil. Vanzo explica que, para as transações mais corriqueiras, o Itaú continuará estimulando o autosserviço e o uso dos canais digitais. Já nos polos, os empresários vão encontrar um atendimento mais especializado para as decisões mais importantes que precisam tomar.

“Quando um pequeno, médio empresário vai investir R$ 3 milhões, R$ 4 milhões em um novo maquinário, ele não quer tomar essa decisão sozinho. Ele quer conversar com alguém, entender se vale a pena pagar à vista ou financiar, como ficará seu fluxo de caixa. Essas empresas menores não conseguem contratar uma consultoria”, diz Vanzo.

O executivo afirma que o fluxo de clientes nas agências caiu muito durante a pandemia e ainda não há uma estimativa de como será o movimento nos polos, já que levará algum tempo até que a nova dinâmica seja entendida. Ainda assim, ele diz que o retorno trazido pelas novas unidades tende a ser muito rápido. “O processo de engajamento do cliente é muito bacana, teremos um espaço muito mais adequado para atendê-los. E, além disso, há uma troca muito grande de conhecimento entre os funcionários que antes estavam espalhados, o processo de capacitação deles é muito mais rápido.”

Um processo similar de criação de polos já havia sido feito no atacado – que atende empresas de maior porte – anos atrás com resultados considerados bons, na visão do banco.

A visita dos clientes aos polos será um importante elemento do novo modelo. Da mesma maneira, os gerentes de negócio e especialistas do polo também farão o caminho contrário, visitando os clientes nas suas empresas, para conhecer cada negócio pessoalmente. “Com uma atuação regionalizada, nossos profissionais terão mais autonomia para a tomada de decisão, valorizando as diferenças geográficas e culturais”, diz Marcelo Gambarini, diretor de negócios empresas do Itaú.

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