Diego Cidade, fundador da Academia do Universitário, explica como as lideranças estão diretamente relacionadas ao sentimento de dono nos times
Quando falamos de sentimento de dono, o que isso quer dizer? Essa expressão vem do inglês Ownership, que traduzido literalmente, significa “propriedade”. Entretanto, no contexto corporativo, a cultura de ownership está relacionada com o sentimento de pertencimento e engajamento dos colaboradores para atingirem metas e objetivos da empresa.
De forma mais simples, o sentimento de dono é quando uma empresa cria em seus funcionários uma mentalidade e desejo de envolvimento com o negócio muito parecida com a visão que o próprio dono teria, melhorando suas práticas diárias.
É o sonho de consumo de diversos líderes e gestores, mas engana-se quem pensa que apenas um ambiente legal ou alguns benefícios a mais despertarão esse sentimento nos funcionários. As pessoas que estão agora no mercado de trabalho também estão mais exigentes em relação ao ambiente de trabalho, não é à toa que estamos passando pela onda do “quiet quitting” nas empresas.
Em pesquisa realizada pela ThoughtExchage, com membros da geração Z, que estão entrando agora no mercado de trabalho, 92% dizem que é importante que sua empresa mantenha valores alinhados aos seus. Além disso, 85% valorizam trabalhar em uma empresa com uma missão que faz seu trabalho parecer importante.
Ou seja, cultura, valores e propósito têm muito impacto na forma que o funcionário estará performando e impactando o desenvolvimento da empresa.
Quais são as características de colaboradores com sentimento de dono:
– Autorresponsabilidade: assumir a responsabilidade e não culpar outros (inclusive times ou subordinados) por falhas;
– Organização: saber priorizar e executar;
– Ser adaptável: seguir planos, mas ao mesmo tempo ter flexibilidade e autonomia para adaptá-los;
– Ter boa comunicação: entender e explicar não apenas o que fazer, mas também por que fazer. Se não souber, descobrir;
– Saber trabalhar em equipe.
Como primeiro passo para alcançar esses funcionários, eu diria: Invista nas lideranças certas!
Aquela frase de que as pessoas não pedem demissão da empresa, mas sim do chefe, também está muito ligada à construção desse sentimento nos colaboradores. A partir de certo porte empresarial, envolver-se diretamente em todos os processos e decisões torna-se impraticável.
Agora, se desde a contratação de alguém houver essa cautela de escolher a pessoa que tenha o match com a empresa, a cultura de atitude de dono e os esforços serão multiplicados para outras lideranças e seus funcionários.
Em empresas pequenas, que estão em expansão, pode ser mais complicado em relação a manter os valores e propósitos da organização durante esse caminho de desenvolvimento. Entretanto, é um cuidado e investimentos que podem gerar resultados muito maiores no futuro, até porque, “criar” é bem mais trabalhoso do que quando esse sentimento já está inserido na cultura desde o início.
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