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08 de setembro de 2015 - 18:15

4-em-10-devedores-nao-conseguem-pagar-dividas-revela-pesquisa-televendas-cobranca

Levantamento, da CNDL e do SPC Brasil, foi divulgado nesta quarta.

Mulheres são maioria, cartão de crédito é ‘vilão’ e desemprego pesa.

Estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais do país revela que quatro em cada dez brasileiros inadimplentes (45%) não têm condições de pagar suas dívidas atrasadas em um intervalo de até três meses, informaram as entidades.

O levantamento mostra também que a perspectiva de continuar inadimplente é mais frequente nas classes C, D e E (46%) do que nas classes A e B (32%). Além disso, 44% dos devedores ouvidos pelo SPC Brasil afirmaram que a situação financeira atual deles está pior se comparada ao ano passado.

Dificuldades

Questionados sobre os principais empecilhos para realizarem o pagamento dos débitos, a maioria dos consumidores (52%) afirmaram que a dívida contraída é muito superior aos seus ganhos mensais, mas há também aqueles não querem deixar de consumir produtos que gostam (23%).

“A resistência em cortar despesas e em mudar o padrão de consumo, abrindo mão de pequenos prazeres, são alguns dos erros mais comuns para quem precisa sair do vermelho. O dado revela um comportamento imprudente e de alto risco para as finanças”, alerta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Valor médio da dívida

De acordo com as entidades, o valor médio das dívidas em atraso passou de aproximadamente R$ 4 mil, em 2014, para R$ 5,4 mil neste ano, o que representa um aumento real, já descontada a inflação, de 23%.

“Ao cruzar os valores médios dos compromissos pendentes e a renda média dos entrevistados, a pesquisa verificou que o montante das obrigações financeiras representa duas vezes e meia o valor da renda familiar mensal no país. Considerando, por exemplo, as famílias que têm uma remuneração de um a dois salários mínimos (entre R$ 789 e R$ 1.576,00), a dívida equivale a quase quatro vezes o valor da renda (R$ 4,4 mil)”, acrescentaram as entidades.

Cartão de crédito e de lojas

De acordo com a CNDL e o SPC Brasil, as parcelas a pagar no cartão de crédito, citadas por 42% dos inadimplentes, ao lado das parcelas no cartão de lojas (41%), são as contas que mais resultaram na inclusão do nome em instituições de proteção ao crédito.

“Para quem sabe utilizar com prudência, o cartão de crédito pode ser um grande aliado porque traz conveniência e segurança. O grande erro é não quitar o valor integral da fatura e cair no efeito bola de neve do rotativo”, afirma a economista Marcela Kawauti.

Os empréstimos buscados nos bancos e financeiras (25%), as contas de telefone (11%), a utilização do cheque especial (10%) e as parcelas a pagar no carnê, boleto ou cheque pré-datado (10%), completam o ranking dos atrasos que motivaram a inadimplência, informaram o SPC Brasil e a CNDL.

Para as mulheres, o atraso das faturas do cartão de loja é o que mais se destaca na comparação com os homens (46% contra 33%), enquanto entre a parcela masculina de entrevistados, o destaque é o não pagamento de empréstimos em bancos e financeiras (32% contra 20% das mulheres).

Desemprego

O levantamento mostra que o desemprego ultrapassou a falta de planejamento financeiro como o principal motivo da inadimplência. Neste ano, 33% dos consumidores com contas em atraso citaram a perda do emprego como causa dos atrasos – no ano passado eram 24%.

O descontrole financeiro e a falta de planejamento no orçamento vêm em segundo lugar entre as justificativas mais recorrentes para a inadimplência: 21% em 2015, contra 33% em 2014. A diminuição da renda (11%), o empréstimo do nome para terceiros (8%) e estar com o salário atrasado (5%) também são citados como razões que impossibilitaram o pagamento da dívida que está em aberto, acrescentaram as entidades.

O estudo sugere, também, que problemas de ordem financeira podem piorar ainda mais o endividamento. Mais da metade da amostra (56%) disse que estava passando por problemas financeiros quando fez a dívida que resultou na inadimplência. A ansiedade (28%), a baixa autoestima com a própria aparência (11%), a insatisfação com o trabalho (10%), a perda de um ente querido (7%) e o término de um relacionamento (6%) também são apontados como aspectos emocionais que motivaram o atraso das contas.

Mulheres são mais inadimplentes

O estudo revela que as mulheres representam 60% dos inadimplentes entrevistados. Dentre os que possuem contas em atraso, a faixa que mais se destaca é a de pessoas com idade entre 25 e 34 anos (37%) e 79% possuem no máximo o ensino médio completo.

Além disso, 47% são reincidentes, ou seja, já estiveram com o “nome sujo” pelo menos duas vezes nos últimos cinco anos. Já em relação à classe social, a pesquisa de 2015 mostrou uma diferença significativa com a do ano passado. Em 2014, as pessoas da classe C representavam 86% dos inadimplentes brasileiros, hoje eles são 90% do total de devedores.

Renegociação de dívidas

Dentre os consumidores que reúnem condições para o pagamento da dívida atrasada (52%), a estratégia mais comum é o acordo junto aos credores (37%), segundo apurou a pesquisa.

Em seguida aparecem os cortes no orçamento (11%) e as atividades extras para geração de renda (9%). Entre os entrevistados que pretendem economizar para deixar a inadimplência, 60% dizem que vão cortar despesas de lazer, mas também são mencionados os cortes nos gastos com vestuário e calçados (45%), alimentação fora de casa (34%) e produtos de beleza (23%).

Para Marcela Kawauti, ao propor um acordo com o credor, é possível reduzir o tamanho das prestações, obter juros menores e prazos mais alongados para a quitação do débito.

“Se a intenção for pagar a dívida à vista, é possível até pedir um desconto no valor total. O devedor precisa demonstrar interesse em regularizar a dívida e oferecer uma contraproposta dentro de suas possibilidades. Além disso, é necessário que o consumidor mantenha a disciplina, fazendo cortes de gastos desnecessários do orçamento e não realize novas compras enquanto estiver pagando as prestações”, afirmou a economista.

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