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A luta silenciosa dos idosos nos EUA contra o endividamento

por: Afonso Bazolli
em: Cobrança
fonte: Valor Econômico
30 de novembro de 2015 - 18:07

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Por: Chris Taylor

Quando Wanda Simpson se aposentou há dois anos, esta mãe de Cleveland tinha uma companhia indesejada: uma dívida de cerca de US$ 25 mil. Apesar de ter trabalhado muito tempo como administradora municipal, ela lutava contra a combinação de uma segunda hipoteca com as contas do cartão de crédito, que ela havia contraído graças a problemas de saúde e uma tendência a ser generosa e ajudar os membros de sua família.

“Eu estava muito preocupada e havia muitas noites em claro”, lembra Wanda Simpson, 68. “Eu não queria ser um fardo para meus filhos ou morrer e deixar um monte de dívidas para trás.”

Novos números revelam que Wanda Simpson tem muita companhia. A porcentagem de americanos idosos endividados aumentou significativamente nas últimas duas décadas. Entre as famílias encabeçadas por pessoas de 55 anos ou mais, 65,4% ainda estão muito endividadas, segundo aponta levantamento do Employee Benefit Research Institute de Washington (EBRI). Isso representa um crescimento de mais de 10 pontos percentuais em relação a 1992, quando apenas 53,8% dessas famílias estavam endividadas.

“É uma história dupla de maior preponderância do endividamento, e um pequeno aumento no caso daqueles que estão mais endividados”, afirma Craig Copeland, pesquisador associado sênior do EBRI. “Algumas pessoas estão encrencadas de verdade”, acrescenta.

A saber, 9,2% das famílias encabeçadas por americanos mais velhos estão com pelo menos 40% de sua renda comprometida com o pagamento de dívidas. Este número também está crescendo, pois há três anos ele correspondia a 8,5%.

O dado tem um único ponto positivo. O saldo do endividamento médio das famílias comandadas por pessoas com mais de 55 anos na verdade caiu desde 2010, segundo o EBRI, passando de US$ 80.564 para US$ 73.211 em 2013.

Ainda parece muito? De fato é, especialmente para aqueles que se encaminham para os anos em que a renda será menor, ou que vão se aposentar completamente. O principal culpado, segundo Copeland, é o aumento dos preços das moradias e as hipotecas de prazos mais longos resultantes disso, que sempre deixam os mais idosos com um problema mensal que vai se prolongar por anos.

Os idosos estão até mesmo tendo que lidar com uma persistente dívida da época da faculdade: em 2013, 706 mil famílias arcavam com uma dívida recorde de US$ 18,2 bilhões decorrentes de empréstimos estudantis, segundo o Escritório de Prestação de Contas do governo dos Estados Unidos.

Não é um assunto fácil de se discutir, uma vez que os americanos mais velhos podem se mostrar envergonhados de ainda estarem lidando com essa dívida depois de tantos anos no mercado de trabalho. Eles não querem se sentir um fardo para os filhos e os netos e assim mantêm seus problemas financeiros em segredo.

Mas especialistas financeiros observam que nem toda dívida é automaticamente ruim. Uma hipoteca razoavelmente mantida nos atuais patamares baixos dos juros, sobre uma casa onde você pretende morar por muito tempo, pode ser uma proteção muito inteligente contra a inflação.

“Sempre sugiro aos clientes que consolidem isso na forma de uma dívida boa, como uma hipoteca da residência principal”, afirma Stephen Doucette, um planejador financeiro da Proctor Financial em Sherborn, Massachusetts. “Você está tomando um empréstimo contra um ativo que vai se valorizar, não precisa se preocupar com a inflação aumentando as prestações e os juros são dedutíveis.”

Ainda segundo ele, contanto que essa dívida seja uma parcela pequena de seu patrimônio líquido, tudo bem jogar um pouco com a arbitragem, especialmente se você levar em consideração o risco representado pelo mercado de ações, em que uma queda súbita pode deixar os investidores mais velhos bastante vulneráveis.

“Um aposentado que está endividado e tem um plano de previdência com exposição ao mercado de ações pode não ter a resistência que supõe ter. A dívida é uma quantia fixa; o plano de previdência é uma quantia variável”, argumenta David Haraway, planejador financeiro da LPL Financial de Colorado Springs, no Colorado.

É importante não interromper as contribuições para o plano 401(k) ou drenar todas as outras fontes de recursos só porque você não quer ter nenhuma dívida. O planejador financeiro Scot Hansen da Shoreview, de Minnesota, já se deparou com clientes que fazem isso e ironicamente suas boas intenções acabam prejudicando anos de planejamento financeiro cuidadoso.

“Mas essa distribuição só criou mais renda para ser declarada e mais impostos a serem pagos. Além disso, os recursos de aposentadoria dessas pessoas foram esvaziados”, explica ele.

Em vez disso, é melhor adotar uma abordagem comedida, defendem alguns especialistas. É o que Wanda Simpson fez, reduzindo lentamente sua dívida com a ajuda da firma Consolidated Credit, ao mesmo tempo em que vivia dos cheques da Previdência Social e do plano privado de aposentadoria. O resultado: ela acaba de pagar a última prestação de sua dívida.

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