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08 de março de 2016 - 18:08

Cobranca-com-ou-sem-crise-americano-esta-sempre-endividado-no-cartao-de-credito-televendas-cobranca

Por: Ben Steverman

Os cartões de crédito são um vício do qual a maioria dos americanos não consegue se livrar. Ao longo dos períodos de crescimento, crises e recessões dos últimos 15 anos, os hábitos de crédito permaneceram excepcionalmente consistentes nos Estados Unidos, segundo aponta um estudo recente do Federal Reserve de Boston. A maioria das pessoas carrega um saldo negativo mês após mês e abocanha avidamente qualquer crédito adicional que suas operadoras oferecem, diz o estudo.

E ele cresce rapidamente. Os consumidores deviam um total de US$ 936 bilhões no cartão de crédito e outros créditos rotativos em dezembro, segundo dado do Fed divulgado no dia 5 de fevereiro. Eles acrescentaram um saldo negativo de US$ 103 bilhões desde abril de 2011, mas ainda contam com menos dívida rotativa do que logo antes da crise financeira, em 2008, quando deviam US$ 1,02 trilhão.

Para avaliar como as relações dos americanos com os cartões de crédito evoluíram com o tempo, pesquisadores do Centro de Análises de Pagamentos do Consumidor do Fed de Boston debruçaram-se sobre um volume enorme de dados correspondente a 5% das contas de relatório de crédito dos EUA entre 2000 e 2014. Eis algumas das constatações:

O americano típico está sempre devendo no cartão de crédito

Cerca de 35% daqueles com idades entre 25 e 50 anos e que possuem cartões de crédito são “usuários por conveniência”, que quitam seus saldos todos os meses. A maioria, que os pesquisadores chamam de “roladores”, posterga as dívidas de um mês para o outro e geralmente paga juros mais altos no processo.

Os americanos não diminuem seus empréstimos no cartão de crédito antes dos 50 anos. Mesmo aos 70 anos, 45% dos usuários de cartões de crédito não pagam suas dívidas todos os meses. E o octogenário típico ainda tem mais de US$ 600 em dívida no cartão de crédito. “No geral, as pessoas estão sempre contraindo empréstimos, embora no fim da vida não se endividem muito”, conclui o estudo.

O vício dos americanos em dívida começa na casa dos 20 anos

Entre os 20 e os 30 anos, os americanos se endividam muito no cartão de crédito. Seus limites no cartão crescem cerca de 450% nessa fase, enquanto suas dívidas aumentam quase no mesmo ritmo, em mais de 300%.

Para os adultos jovens que estão começando, os cartões de crédito se tornam um substituto da poupança. “As pessoas na casa dos 20 anos não parecem economizar muito”, diz Scott Fulford, um professor do Boston College que redigiu o estudo com Scott Schuh, diretor do Centro de Análises de Pagamentos do Boston de Fed. “Bem, talvez eles não estejam poupando muito porque a maneira como eles estão ‘poupando’ é simplesmente conseguindo limites de crédito maiores. Isso proporciona os recursos para emergências de que eles precisam”, afirma Fulford.

É difícil mudar velhos hábitos

À medida que os americanos ficam mais velhos e mais maduros, eles ainda dependem muito dos cartões de crédito. Enquanto um jovem de 20 anos usa em média mais da metade de seu crédito disponível, as pessoas na casa dos 50 anos usam quase 40%.

O estudo constatou que os indivíduos têm hábitos de crédito “muito estáveis” ao longo do tempo. Alguns geralmente podem usar mais de seu crédito disponível e outros menos, mas o uso que cada pessoa faz dos cartões de crédito não varia muito no curso de sua vida. Às vezes, as finanças são abaladas por choques – talvez o conserto de um carro, uma emergência médica ou mesmo uma bonificação – que levam as pessoas a alterar seus hábitos de crédito. Qualquer ruptura é temporária. No prazo de dois anos, o uso de crédito de um indivíduo geralmente está de volta ao padrão normal.

Se você pode tomar mais empréstimo, provavelmente o fará

Os americanos contraem mais empréstimos nos momentos de vacas gordas e menos durante as recessões. O fator motivador não é nossa sensação em relação à economia. Os empréstimos parecem ser motivados por nossos limites de crédito. Quando os bancos nos oferecem um limite maior, nós o usamos. Quando eles o cortam, apertamos o cinto.

Os bancos ajustam constantemente o crédito que concedem aos clientes. O limite médio do cartão de crédito subiu cerca de 40% entre 2000 e 2008, e depois caiu cerca de 40% em 2009.

Os limites de crédito têm os maiores efeitos sobre as pessoas que rolam as dívidas mês a mês. Quando recebem um aumento de 10% nos limites de créditos, esses “roladores” posteriormente aumentam suas dívidas em 9,99%, constatou o estudo. Em outras palavras, os roladores – a maioria dos consumidores americanos – geralmente usam quase todos os centavos extras oferecidos pelas operadoras de cartões de crédito.

É uma estatística impressionante, mas é difícil saber que conclusão tirar disso. Será que a maioria das pessoas simplesmente é incapaz de resistir à tentação? Ou elas estão numa situação econômica tão difícil que precisam de mais crédito para seguir em frente? Pode ser uma combinação dos dois, e os coautores do estudo estão planejando mais trabalhos sobre essas questões. (Tradução de Mario Zamarian)

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