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Como fazer uma cobrança eficiente?

por: Afonso Bazolli
em: Cobrança
fonte: Linkedin
13 de junho de 2018 - 18:09

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Por: Rodrigo Santana de Oliveira

Logo após me formar, o primeiro emprego como advogado foi em uma empresa de cobrança, ou como ela se denominava, em uma empresa de recuperação de ativos financeiros. No primeiro dia tive minha primeira decepção: Por alguns ajustes estruturais da empresa, eu não iria trabalhar como advogado imediatamente. Teria, assim, que me juntar aos jovens cobradores, em sua maioria na faixa dos 18 a 20 poucos anos de idade, sentar em uma das baias de cobrança, vestir meus headphones e iniciar o serviço de cobrança. Sem dúvida alguma, esse tempo foi importante para minha, até então futura, atuação como advogado da empresa, por ter tido a oportunidade de conhecer o funcionamento do sistema da empresa e a execução prática daquele serviço, porém, naquele momento, confesso que detestei a ideia.

No sistema haviam inúmeras carteiras de cobrança, e uma delas chamava-se “incobráveis”. Eram processos que já haviam passado por todos os níveis de cobrança da empresa e não haviam sido recebidos. Assim, ao sentar na minha baia e após ter aprendido a usar o sistema, adivinhem qual carteira eu iria trabalhar? Sim, a carteira “incobráveis”. Assim iniciei meus trabalhos telefonando para um público muito variado, desde consumidores finais, donos de bares de cidades do interior do nordeste, donos de mecânica do sul do Brasil, enfim, literalmente todo tipo de pessoas.

Após alguns dias de trabalho, fui chamado pelo meu chefe para uma conversa e de pronto veio a pergunta: O que você está fazendo? Imediatamente demonstrei minha surpresa com relação à pergunta, e rebati: Como assim? E ele repetiu a pergunta, mas desta vez explicando que não entendia como eu havia conseguido alcançar um índice de 80% de acordos fechados naquela carteira (tudo bem que não havia garantia de que iriam honrar o acordo, mas havia a promessa).

Pensei um pouco antes de responder e perguntei a ele se ele já havia sido um “devedor”. Sem deixá-lo responder, continuei explicando que, fruto das dificuldades que já havia experimentado com os negócios da minha família, já havia sido cobrado muitas vezes e de inúmeras formas. Nunca me esqueço quais foram os credores que meu pai deu preferência para pagar, e àqueles que receberam por último, bem como os fatores que determinavam tais escolhas. Em nosso país, a grande maioria dos devedores não entra em mora por má fé, mas por desorganização, descontrole, falta de planejamento, etc. Sobra boa vontade, mas falta profissionalismo, não só nas empresas, como na própria gestão da vida pessoal.

Respondendo à pergunta do meu chefe, expliquei que a única coisa que eu fazia diferente dos outros que ali trabalhava, era conversar com as pessoas. Não simplesmente as cobrava. Mas as escutava. Ouvia o anseio delas. Prestava atenção em cada história justificando os motivos daquela dívida existir, e isso porque eu sempre perguntava o que havia acontecido. Além de ter as ferramentas para propor o melhor acordo para a necessidade daquela pessoa, tal escuta ajuda a se colocar no lugar do outro.

Então, penso que os nobres colegas, antes de enviar uma notificação ao devedor, busquem a oportunidade de uma conversa, visando uma composição, seja diretamente com a parte contrária, seja entrando em contato com seu patrono quando constituído. Se verificar que não existe essa possibilidade, com o advento do novo Código de Processo Civil, sugeriria buscar os CEJUSCs, ou mesmo uma Câmara de Conciliação e Mediação Privada. Muitas vezes a pretensão do requerente da ação é alcançada mediante uma determinação judicial, porém qual será a eficácia dessa decisão? Em quanto tempo seu cliente irá receber? E se por outro lado, se a pretensão alcançada fosse um pouco abaixo da inicialmente preterida, mas perfeitamente exequível por parte do credor e o melhor, de forma imediata.

Fica a reflexão aos nobres colegas a respeito da melhor forma de representar os interesses de seus clientes, orientando-os a absolutamente todas as possibilidades, cada qual com suas peculiaridades, na certeza que esses interesses puramente alcançados serão o melhor para a manutenção desse cliente por um longo tempo, e não as vezes a simples manutenção de um único processo.

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