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Cartões de crédito já financiam 50% do consumo no Brasil

por: Afonso Bazolli
em: Crédito
fonte: Brasil Econômico
03 de dezembro de 2014 - 18:05

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Volume de crédito parcelado contratado no primeiro semestre foi de R$ 170,3 bilhões. Considerando todas as modalidades de plásticos, transações somaram R$ 455 milhões

Por: Léa de Luca

O parcelamento de compras via cartões de crédito, seja com ou sem juros, já é responsável por metade da concessão de crédito com recursos livres para o financiamento ao consumo de bens e serviços no Brasil. No primeiro semestre deste ano foram liberados R$ 170,3 bilhões ante um total de R$ 339,6 bilhões em financiamento (que inclui também veículos e empréstimos pessoais, consignados ou não, mas exclui cheque especial, crédito rotativo e crédito renegociado).

“Foi é a primeira vez que fizemos essa comparação”, disse Marcelo Noronha, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Considerando que a parcela do “famigerado” rotativo — como o próprio Noronha se referiu à modalidade mais cara de financiamento por meio dos cartões de crédito — é decrescente, o executivo acredita que o setor está contribuindo para reduzir o comprometimento de renda das famílias. “O financiamento parcelado no cartão está entre os mais baratos para o consumidor, pois 71,3% dos parcelamentos são sem juros”, diz Noronha.

O “famigerado” rotativo — quando o portador não paga a fatura no vencimento “rola” o saldo, pagando juros que podem passar de 10% ao mês — cresce menos mas ainda representa R$ 29,39 bilhões dos R$ 41 bilhões do saldo de compras financiadas com juros.

A inadimplência acima de 90 dias aumentou um pouco no semestre, fechando em 6,7%, nível próximo à média registrada pelo Banco Central para operações com recursos livres para pessoas físicas — mas bem abaixo ainda do que era em 2011. Segundo Noronha, a tendência é de estabilidade, ao redor de 7%.

Apesar do forte crescimento verificado no primeiro semestre, de 16,3%, o volume financeiro transacionado com plásticos de débito e crédito — que atingiu R$ 455 milhões — Noronha vê uma inflexão na curva de crescimento em 2015. “Já fizemos algumas simulações, mas ainda não podemos divulgar”, afirmou em entrevista coletiva a jornalistas ontem. “Mas o aumento deve permanecer na casa dos dois dígitos”. Para este ano, a Abecs mantém a previsão de fechar com movimentação na casa de R$ 1 trilhão.

Segundo a Abecs, o crescimento no primeiro semestre foi influenciado pela estabilidade do número de empregos e da renda, além da continuidade da migração de meios de pagamento. A inclusão financeira das classes de baixa renda se refletiu no maior uso do cartão crédito e, por consequência, na queda do tíquete médio: “Houve aumento da penetração do ‘small ticket’”, diz Noronha.

“As transações não presenciais (18,8% do total transacionado no crédito e 6,3% no débito) continuarão crescendo, influenciadas pela inclusão digital e financeira, bem como pelo crescente hábito de comprar pela internet (e-commerce)”, diz Noronha.

Outra tendência apontada pela Abecs é a de queda da taxa de desconto — aquelas cobradas dos estabelecimentos comerciais —“acompanhando o amadurecimento da indústria de cartões, com players cada vez mais consolidados e um mercado mais competitivo”. A taxa recuou de 1,61% no final de 2009 para 1,53% no débito e de 2,98% para 2,72% no crédito no final do segundo semestre. “Essa é uma taxa média, mas para um grande número de pequenos estabelecimentos, a redução com certeza foi ainda maior”, afirma.

A quantidade de terminais atingiu 4 milhões “em função do investimento em infraestrutura, modelo de negócio competitivo, inclusão financeira e produtos diversificados”, disse Noronha. Ao mesmo tempo, o valor médio mensal transacionado por terminal subiu para R$ 18,7 mil.

Benefícios e recompensas estimulam uso, diz Abecs

Para Noronha, os cartões são um instrumento cada vez mais conveniente para todos os lados. Para os lojistas, garantem o recebimento dos financiamentos e permitem promoções. “Apesar de pagar uma taxa, ele se garante contra inadimplência, pois é o banco que se responsabiliza. No caso dos cheques pré-datados, ao contrário, quem assume o prejuízo em casa de inadimplência é o lojista”. Para os portadores, além da segurança, há prestação de serviços e programas de recompensa. No primeiro trimestre deste ano os cartões transferiram R$ 1,07 bilhão aos portadores no primeiro semestre de 2014.

Na última terça-feira a Visa Electron anunciou a extensão dos benefícios dos cartões de crédito aos cartões múltiplos, que também tem a função de débito. A alteração vale para pessoas físicas e jurídicas. Os serviços são relativos a seguros e assistências de viagem. Segundo a Visa, existem aproximadamente 90 milhões de cartões múltiplos emitidos pelos bancos com a sua marca. A ideia da bandeira é estimular o uso dos cartões de débito para valores mais baixos — pesquisa da Visa descobriu que 44% dos portadores de cartões utilizam dinheiro em espécie em compras de valor médio inferior a R$ 14.

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