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Crédito crescerá 12%, mesmo após medidas

por: Afonso Bazolli
em: Crédito
fonte: Valor Econômico
18 de agosto de 2014 - 18:05

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Por: Eduardo Campos e Alex Ribeiro

As medidas recentes de alívio no recolhimento compulsório e nos requerimentos de capital dos bancos não são fortes o bastante para fazer o crédito crescer acima dos 12% que já estavam previstos para este ano, avalia o Banco Central (BC). Na melhor das hipóteses, devem evitar que o avanço seja menor que o já estimado.

Estatísticas divulgadas ontem mostram que o crédito bancário cresceu 11,8% em 12 meses encerrados em junho, ficando pela primeira vez abaixo do patamar de 12% previsto pelo BC para 2014 como um todo.

O Comitê de Política Monetária (Copom) já contava com uma moderação do crédito no cenário econômico que sustentou sua decisão de manter a Selic nos atuais 11% ao ano.

Mas os empréstimos bancários vêm se comportando de forma menos favorável do que o esperado. Há cerca de um mês, o BC já havia cortado sua projeção para o avanço de crédito, então calculada em 13%. Em 2013, o estoque das operações cresceu 13,7%.

Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, as medidas anunciadas na sexta-feira contribuem para uma melhor distribuição de liquidez no sistema bancário, mas sua transformação em crédito depende da disposição dos bancos em ofertar os recursos e do apetite dos clientes. “As medidas reduzem, mas não descartam, a possibilidade de uma nova revisão de nossas projeções para o crescimento do crédito em 2014″, disse.

Na sexta-feira, o BC anunciou um conjunto de medidas que incentiva o uso no crédito de R$ 30 bilhões que estão retidos sob a forma de compulsórios e dá um espaço de R$ 15 bilhões para novas operações com o relaxamento de exigências de capital dos bancos para lastrear empréstimos.

Os R$ 30 bilhões equivalem a pouco mais de 1% do volume de crédito bancário na economia, que subiu 0,9% entre maio e junho, para R$ 2,830 trilhões. Em proporção do Produto Interno Bruto (PIB), crédito cresceu de 56,2% para 56,3%.

O juro médio do sistema financeiro cedeu de 21,4% em maio para 21,1% ao ano no mês passado. Segundo Maciel, depois de um movimento de alta alinhado ao ciclo de aperto monetário, observa-se estabilidade no custo do dinheiro e não está descartada a possibilidade de recuos na margem. Em abril de 2013, quando o BC começou a subir a Selic, que era de 7,25%, a taxa média de juros era de 18,5%.

A queda do juro médio em junho reflete o recuo tanto da taxa de captação de recursos pelos bancos quanto dos spreads bancários. O custo do dinheiro para as instituições cedeu de 8,6% para 8,4% ao ano entre maio e junho. Já o spread recuou 0,1 ponto, para 12,7 pontos percentuais.

Considerando o crédito com recursos livres, a taxa de juros fechou junho estável, em 32% ao ano. Em abril de 2013, estava em 26,3%. Para as pessoas físicas, no entanto, o custo continua aumentando: a taxa média foi a 43% ao ano em junho, maior patamar da série histórica iniciada em março de 2011.

Ainda sobre as ações anunciadas na sexta, Maciel apontou que elas têm caráter predominantemente regulatório e melhoram a distribuição de recursos no sistema, já que esses recursos atingem pequenas e médias empresas e bancos de menor porte.

Ele afirmou que o BC monitora e acompanha as condições do sistema financeiro continuamente e disse não ter informações no sentido de que novas revisões possam ocorrer nas macroprudenciais. Questionado sobre o possível impacto das medidas sobre a inflação, Maciel apontou que “o efeito das medidas está contemplado no cenário do BC”.

A avaliação do BC sobre o mercado de crédito continua sendo de moderação. “Há uma moderação no crédito e isso tem um caráter benigno que é a sustentabilidade do crescimento”, disse Maciel.

Esse movimento se observa tanto no crédito livre quanto no direcionado. No direcionado, o movimento é mais evidente, diz Maciel, refletindo o comportamento do crédito habitacional e dos financiamentos ao investimento, particularmente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A carteira do banco de fomento cresce 11,2% em 12 meses até junho, vindo de taxas superiores a 15% no começo do ano.

Para o BC, a moderação do crédito ocorre num ambiente de inadimplência estável. “A inadimplência manteve-se, ao longo do primeiro semestre, estável em patamar baixo”, disse, lembrando que os indicadores antecedentes, que são os atrasos de 15 a 90 dias, também estão “bem comportados”, não acenando mudança nesse quadro.

Depois de um repique em maio, a inadimplência média das operações de crédito no sistema financeiro caiu de 3,1% para 3%. Desde novembro do ano passado, a taxa oscila entre 3% e 3,1%. Com recursos livres, a taxa de calote caiu de 5% para 4,8% e também recuou considerando apenas as pessoas físicas, de 6,7% para 6,5%.

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