De acordo com estudo do BC, houve “forte expansão” de usuários ativos de instituições financeiras
O número de usuários ativos no Sistema Financeiro Nacional (SFN) e no Sistema de Pagamentos Brasileiros (SPB) cresceu 103,2% entre junho de 2018 e dezembro de 2023, segundo estudo publicado pelo Banco Central (BC) ontem. O boxe faz parte do Relatório de Economia Bancária (REB) que será divulgado na íntegra nesta quinta-feira.
De acordo com o estudo, houve dois marcos para esse “salto na inclusão financeira”. O primeiro foi a abertura de contas no Caixa Tem para recebimento do auxílio emergencial durante a pandemia de covid-19. O segundo foi a implementação do Pix em novembro de 2020. Há ainda um terceiro fator mencionado, que é a entrada de novas instituições.
Neste período de junho de 2018 até o fim do ano passado, o número de usuários ativos pessoas físicas passou de 77,2 milhões (46,8% da população adulta) para 152 milhões (87,7% da população adulta). Já entre pessoas jurídicas a alta foi de 3,4 milhões para 11,6 milhões de clientes, um crescimento de 244,5%. Este número inclui microempreendedores individuais (MEIs).
O estudo considera usuários ativos aqueles que tenham realizado operações nos últimos três meses. O boxe apontou que as pessoas físicas se destacam pela “ampla utilização de cartões de crédito” e as pessoas jurídicas “são mais intensivas em pagamentos”.
No segundo semestre do ano passado, das 152 milhões de pessoas físicas, 10,9% tinham apenas operações de crédito ativas, enquanto 24,75% realizaram apenas pagamentos e 64,4% tinham ambos. Para pessoas jurídicas ativas, 6,8% tinham apenas operações de crédito, 54,3% apenas pagamento e 38,9% ambos.
De acordo com o estudo, houve “forte expansão” de usuários ativos de instituições financeiras ou de pagamentos em todos os recortes, entre os que fizeram apenas operações de crédito, os que realizaram apenas pagamentos e os que fizeram ambas as operações. “Destaca-se, nas operações de pagamento, o crescimento de usuários ativos em função da introdução do Pix, ao passo que as operações com cartão de crédito impulsionaram os usuários ativos de operações de crédito”, diz o estudo.
O estudo segmentou as instituições entre os cinco maiores bancos múltiplos (incumbentes), crédito digital/serviços (instituições bancárias e não bancárias que tenham modelo de operações majoritariamente digital ou atuem na prestação de serviços financeiros), crédito tradicional, não bancário crédito e sistema cooperativo.
Ainda de acordo com o boxe, houve uma “forte expansão” de usuários ativos com o lançamento do Pix, “notadamente nas instituições de crédito digital/serviços”. O crescimento de pessoas físicas ativas foi de 80% para o segmento dos cinco maiores bancos múltiplos e de 3.000% para o crédito digital/serviços.
Para pessoas jurídicas, o número de usuários ativos passou a marca de 5,8 milhões para os dois segmentos, “sendo que o segmento de crédito digital/serviços apresenta mais clientes ativos do que os cinco maiores incumbentes na última data-base”, de dezembro de 2023.
O boxe também apontou que o segmento de crédito digital/serviços foi o que teve o maior aumento na base de usuários ativos. “Esse crescimento foi puxado, principalmente, por novos entrantes no mercado durante o período analisado, devido à oferta do Pix e de cartões de crédito”, diz.
Além disso, o segmento dos incumbentes teve crescimento elevado por conta, além do Pix e cartões de crédito, “de políticas públicas instrumentalizadas por meio da abertura de contas digitais de PF”. Já o sistema cooperativo também teve crescimento “importante”, segundo o estudo, de usuários ativos pessoa jurídica. “Os demais segmentos apresentaram estabilidade no número de clientes ativos”, pontuou o estudo.
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