Dúvida do internauta: Tenho dois financiamentos em bancos, com taxas de juros e tarifas diferentes.
Em um deles, o CET (Custo Efetivo Total) é de 10,49% ao ano e o juro é de 9,1%. No outro, o CET é de 9,7% ao ano e o juro é de 8,25%.
Vale a pena pagar mais pelo pacote de serviço incluído no financiamento para conseguir juros menores?
Resposta de Ronaldo Gotlib*
Você deve se preocupar mais com o Custo Efetivo Total (CET), que pode ser definido como a taxa de juros mais todos os custos embutidos nas prestações, como, por exemplo, Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), comissão, seguro e outros valores que podem ser adicionados à operação de crédito.
O CET é o que efetivamente você irá pagar de juros por mês, em cada prestação. Isso porque essas despesas do banco compõem a taxa de juros. É recomendável, portanto, comparar o que é oferecido por cada banco e escolher o que oferece um CET menor.
Por exemplo, uma propaganda que divulga taxas de juros baixas, mas, em letras menores, divulga o CET, que eleva o custo dos juros, pode ser considerada enganosa, pois o CET é o valor mensal que será pago por você.
Ao contratar crédito, você também pode ser induzido pela instituição financeira a contratar serviços que nada têm a ver com o financiamento com o objetivo de obter redução nas taxas de juros oferecidas.
Essa prática se caracteriza como venda casada e é proibida por lei. Caso comprovada, deve ser denunciada ao Procon e às delegacias especializadas em crimes e infrações contra o consumidor.
A não ser que você tenha a intenção de adquirir um pacote de serviços adicional, que desperte seu interesse e, em contrapartida, receber taxas mais vantajosas, a oferta, que é ilegal, não deve ser aceita.
Ao aceitar esses serviços adicionais, você irá ter mais despesas, que representam menos vantagens a médio e longo prazo (veja o que levar em consideração ao tomar crédito).
*Ronaldo Gotlib é consultor financeiro e advogado especializado nas áreas de Direito do Consumidor e Direito do Devedor. Autor dos livros “Dívidas? Tô Fora! – Um Guia para você sair do sufoco”, “Testamento – Como, onde, como e por que fazer”, “Casa Própria ou Causa Própria – A verdade sobre financiamentos habitacionais”, “Guia Jurídico do Mutuário e do candidato a Mutuário”, além de ser responsável pela elaboração do Estatuto de Proteção ao Devedor e ministrar palestras sobre educação financeira.
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