Por: Flávia Sarmento

Com o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras nos gastos no exterior, o turista brasileiro está procurando alternativas para escapar da alta do IOF. E, por conta disso, a procura pela recarga do cartão pré-pago já diminuiu mais de 60%, de acordo com a Associação Brasileira das Corretoras de Câmbio. E o caminho para alguns turistas está sendo comprar dinheiro em espécie.

O aumento do IOF para operações financeiras no exterior começou a gerar polêmica. A medida completou um mês.

A alíquota subiu de 0,38% para 6,38% e vale para:

- Cartão de débito internacional;

- Cartões pré-pagos com moeda estrangeira;

- Saques no exterior;

- Compras de cheques de viagem.

E as consequências já apareceram. Segundo a Associação Brasileira das Corretoras de Câmbio, a procura pela recarga do cartão pré-pago caiu 63%. Por outro lado, os turistas estão comprando mais dinheiro em espécie: a demanda subiu 10% e algumas casas de câmbio estão com dificuldade de reposição.

“Está havendo uma pequena escassez em determinadas praças, não nos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, mas no extremo Sul tivemos problemas, tivemos problemas no Norte e Nordeste, e tivemos problemas aqui em Brasília e em Vitória, no Espírito Santo”, declara Túlio Ferreira do Campos Jr., presidente da Abracam.

A procura pela moeda em espécie aumentou, mas alguns turistas não abrem mão de usar o cartão no exterior. Só que eles não querem pagar o IOF. Por isso, estão buscando alternativas para fugir da alíquota.

“O cartão é emitido pelo banco internacional, ele é uma operação que não está sujeita à legislação brasileira, e portanto não está sujeito a pagamento do IOF de 6%. É feita uma simples remessa ao exterior e o cartão é emitido por um banco internacional no exterior, não sujeito à legislação brasileira”, explica o presidente da Abracam.

Enquanto os turistas tentam fugir do IOF, algumas casas de câmbio planejam estratégias para manter a venda de cartões pré-pagos.

O diretor de uma empresa deu descontos para os clientes e fala das vantagens do cartão de débito:

“Um pai que está mandando o filho para a Austrália para fazer intercâmbio, com o cartão pré-pago ele tem a recarga à distância, que o pai pode fazer para ele, o pai pode fazer a recarga mensal para ele, como se fosse uma mesada, tem acesso ao extrato do cartão do filho. Para alguns segmentos a gente acredita que o cartão vai continuar sendo bastante utilizado”, diz Alexandre Fialho, diretor da Cotação Corretora de Câmbio.

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