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“Pastinha online” quer chegar ao crédito

por: Afonso Bazolli
em: Crédito
fonte: Valor Econômico
06 de outubro de 2013 - 14:07

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Por: Felipe Marques

Na unidade responsável por consórcios do Banco Brasil, a primeira impressão não foi a que ficou. O contato inicial entre os executivos da BB Consórcios, liderados por Alexandre Luis dos Santos, e a equipe do portal Avante, que distribui produtos financeiros pela internet, foi um choque de culturas. “Quando eles entraram na sala de calça jeans, tênis e camisa polo, eu duvidei na hora: será que esse pessoal é sério?”, conta Santos. Não correram 30 dias da primeira reunião, contudo, e os dois já haviam virados parceiros.

O Banco do Brasil foi a peça inicial da empreitada da Avante para se tornar um “correspondente bancário 2.0″, uma espécie de “pastinha” do mundo digital. Por enquanto, a distribuição de produtos financeiros está restrita aos consórcios, com parcerias, além do BB, com Porto Seguro Consórcios, Rodobens, Consórcio Luiza, e a recém celebrada com o Itaú Consórcios.

Até o fim do ano, porém, a empresa vai lançar o produto de crédito mais popular entre os correspondentes bancários: o empréstimo consignado, aquele com desconto em folha de pagamento.

É o que planeja Bernardo Bonjean, um dos criadores da Avante, que já foi sócio da XP Investimentos. “O objetivo é criar um canal online de baixo custo de comissão para os bancos, ao contrário do correspondente no mundo físico”, afirma. “O correspondente tradicional é caro e a queda das margens nos bancos deixa esse custo mais pesado.” No caso da Avante, as comissões por originação de crédito variam entre 2,5% e 4%. No caso dos “pastinhas” do consignado, hoje está perto de 20%, apurou o Valor.

Entre os fundadores estão também Eduardo Bilman, ex- Redecard, e José Queiroz, ex- Brasil Plural. Bonjean não divulga o investimento inicial na companhia, mas afirma que a meta é, em três anos, chegar a R$ 1 bilhão em empréstimos originados pelo canal. A empresa, que começou a operar em janeiro, intermediou cerca de R$ 16 milhões em contratos de consórcios até maio. O plano é buscar uma nova injeção de capital entre fundos, de até R$ 10 milhões.

“Começamos pelo consórcio, pois é uma modalidade que permite uma transação 100% online, só com confirmação por telefone. O próximo passo é o crédito consignado em empresas privadas”, diz Bonjean, que conta ter um banco e uma empresa dispostas a testar o canal. A estratégia é oferecer para funcionários via intranet ou pelos sites em que navegam.

A “start-up” financeira vem com pedigree. O projeto foi um dos escolhidos para ser discutido em curso de empreendedorismo da prestigiosa universidade americana Harvard. O objetivo das discussões foi encontrar uma forma de acoplar à distribuição de produtos financeiros uma espécie de rede social sobre o mundo das finanças, em que o potencial tomador de crédito pudesse sanar dúvidas sobre as operações de crédito. A rede deve passar a funcionar em breve.

A Avante não é a primeira a desbravar a distribuição online de produtos bancários. Em junho de 2011, o Canal de Crédito estreou uma ferramenta que permitia a comparação entre financiamentos imobiliários de diversos bancos, permitindo a contratação de empréstimos de seus parceiros. Hoje, engloba outras modalidades, como o empréstimos pessoal, veículos e consórcios.

A trajetória do Canal do Crédito dá uma ideia dos desafios que a Avante terá que galgar. “Foram três anos prospectando o mercado, tentando fazer com que os bancos entendessem o valor da ferramenta”, afirma Marcelo Prata, presidente do Canal do Crédito. “Saímos de duas instituições parceiras em 2009 para 12 hoje.”

Para os bancos, a proposta foi na mesma linha da Avante: menores custos de captura de clientes. Só que a experiência do Canal mostra que essa economia dos bancos não é necessariamente repassada ao cliente na forma de juros mais baratos. “O que conseguimos é um desconto, ou até mesmo isenção, das tarifas que o cliente precisa pagar na contratação do crédito imobiliário. São despesas com avaliação do imóvel e pareceres jurídicos que podem chegar a R$ 1,5 mil.”

Na lista de projetos futuros do Canal estão a venda de seguros pela plataforma e formas de personalizar a oferta do crédito de acordo com o perfil do tomador, algo fundamental se a ferramenta quiser ganhar espaço ante o mundo físico. O consignado está no radar, mas a dificuldade de comparação de taxas e de integração tecnológica com diferentes convênios seguram um avanço na modalidade.

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