Se você é dos tempos quando o Orkut bombava e o Facebook iniciava os seus trabalhos em terras brasileiras, provavelmente se lembra dos famosos sites de compras coletivas. Neles, era possível conseguir ótimos custos (até 90% de desconto) em produtos ou serviços oferecidos.
Para aqueles que não pegaram essa época, vamos te explicar como a ideia dos sites de compras coletivas era bem simples: toda oferta contava com um número necessário de pagantes. Se aquela oferta conseguisse chegar nesse número, todos os clientes que compraram determinado “cupom/oferta” levavam o desconto informado daquele anúncio.
Eles ainda traziam informações importantes para o cliente decidir se valeria a pena comprar ou não o cupom: em quanto tempo aquela oferta expiraria, quantos cupons já haviam sido vendidos, qual a porcentagem de desconto em cima do valor real daquele produto ou serviço e o prazo que você teria para “consumir” aquela oferta.
Ainda não acredita na força que tinha esses sites? Só pra você ter noção do tamanho do negócio, entre 2010 a 2012, o Peixe Urbano, um dos sites de compras coletivas por cupons mais famosos no país, contava com 5 milhões de usuários cadastrados em 56 cidades espalhadas pelo Brasil.
O que podíamos encontrar nos sites de compras coletivas?
Havia descontos em diversos produtos e serviços e os destaques ficaram por conta de restaurantes, bares, viagens, passeios, ingressos, lazer, clínicas de estética e cabeleireiro… Ufa! Haja escova progressiva e esmalte para conseguir atender o tanto de cupom vendido (e foi daí que começaram a surgir muitos problemas).
No início, era um ótimo negócio para ambas as partes: o consumidor conseguia um serviço por um valor muito mais abaixo do que o praticado no mercado comum, e a empresa conseguia divulgar o seu estabelecimento, ter um bom retorno financeiro pelo montante de cupons do anúncio e na maioria das vezes, fidelizar esses clientes em compras de serviços prestados (como por exemplo em um salão de beleza).
Para os sites que ofereciam este tipo de serviço, a porcentagem do valor arrecadado com as ofertas também era bem considerável. De acordo com o Tecmundo, a taxa que o estabelecimento pagava pela divulgação do seu cupom podia variar entre 30 e 50%.
Mas aí vieram os problemas: horários de atendimento raros e precários, muitas regras que até então não haviam sido informadas, faltavam insumos para poder oferecer um serviço mais pleno, muitas lojas não conseguiam dar conta da demanda de usuários do cupom, era um misto de “e agora?” com “quero meu dinheiro de volta”.
Infelizmente, as compras coletivas se tornaram uma dor de cabeça para muitas pessoas, e os sites acabaram perdendo a sua força e popularidade, tendo como resultado a sua descontinuidade no país.
Na época que os sites começaram a desmoronar, em 2014, o CEO do Groupon, site de compras coletivas muito acessado no mundo e no Brasil também, revelou que em certo ponto, perceberam que o crescimento não era sustentável, até chegar a cair o faturamento, e foi esse um dos grandes motivos para pausar o serviço oferecido.
E o que restou?
Para os sites, vamos dizer que, um grande prejuízo. Muitos fecharam as portas da empresa com altas dívidas (estima-se um dividendo de R$50 mi de uma das empresas), com diversas notificações e processos judiciais envolvendo ex-funcionários, clientes e empresas ofertantes lesados.
Outros conseguiram modificar o serviço oferecido e se especializaram em ofertas específicas, como passeios e pacotes de viagens (agências de viagens online). Hoje, também é possível encontrar alguns descontos oferecidos pelas próprias lojas de e-commerce e sites de produtos e serviços.
Além dessas opções, aplicativos de compras coletivas se tornaram também uma opção de compras com preços de atacado.
Aplicativos de compras coletivas em grupo oferecem produtos mais baratos
Já falamos por aqui sobre esses aplicativos que surgiram nos últimos meses com a finalidade de oferecer produtos com preços de atacado.
Como eles funcionam: o usuário baixa o app e realiza o cadastro. Lá, terão diversos fornecedores que o consumidor poderá escolher para realizar a compra dos produtos desejados. Após selecionar os itens, é necessário criar um grupo, cadastrar um endereço válido, definir o local de retirada mais próximo e finalizar com a forma de pagamento.
O link do grupo criado com os itens selecionados pode ser compartilhado com os seus contatos e caso não consiga juntar o número mínimo de participantes nos prazos estabelecidos pelo aplicativo, a compra é cancelada.
Nesse modelo, o próprio consumidor é quem fica responsável por formar um grupo para dar continuidade na compra, dependendo desse fator para concretizar a aquisição dos produtos mais em conta.
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