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A descoberta dos cientistas de dados

por: Afonso Bazolli
fonte: Valor Econômico
23 de julho de 2012 - 0:02 - atualizado às 0:06

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Há dois anos, o estatístico Julio Guedes foi convidado pela Serasa Experian para comandar uma área em franca expansão no Brasil: a de mineração de dados, ou ‘data mining’, no jargão do mercado. Hoje no cargo de ‘head of analytics’ da empresa e liderando uma equipe com mais de 50 pessoas, o executivo tem a missão de coletar e analisar os dados gerados pela companhia, que recebe mais de 4 milhões de consultas de crédito por dia.

Tanto volume de informações tem como objetivo gerar valor para a organização e apoiar as estratégias de negócios dos clientes. “O crescimento de dados gerados pelos consumidores crescerá exponencialmente nos próximos anos. As empresas que não souberem o que fazer com eles correm o risco de perder mercado”, afirma Guedes. Para o Brasil, essa avaliação é ainda mais preocupante em razão da escassez de profissionais qualificados nessa área. “As organizações estão começando a ter a figura do cientista de dados, mas a formação nesse setor ainda é deficiente”, afirma Pedro Desouza, gerente sênior da EMC, empresa de soluções e produtos de software.

Foto: Luis Ushirobira - Valor

Ele explica que, em mercados maduros como os Estados Unidos, já existem cientista de dados ocupando cargos de vice-presidência, com o nome de Chief Analyst Officer (CAO). Essa deve ser uma tendência para os próximos anos no Brasil, especialmente em indústrias como a de seguros, varejo, tecnologia e bens de consumo – isso porque podem definir estratégias de marketing ou de relacionamento com os clientes com base nos dados gerados por eles. “Além disso, há empresas que conseguem ‘monetizar’ as informações obtidas, vendendo-as para outras companhias”, afirma.

Em uma distribuidora de energia, por exemplo, é possível traçar o perfil dos moradores de uma casa apenas analisando seus hábitos de consumo. “Com essas informações em mãos, a empresa pode negociá-las para outras companhias e até desenvolver planos especialmente para aquele tipo de consumidor”, diz.

Por ter um perfil tão analítico, a atividade de mineração de dados exige profissionais com formação na área de exatas: as equipes são normalmente compostas por estatísticos, matemáticos e engenheiros. Esse é o caso da TIM, que tem o engenheiro químico Felipe Figueiredo liderando sua área de ‘marketing integration’, que faz a análise de informações geradas pelos clientes da operadora e as transforma em decisões de marketing e relacionamento.

Figueiredo trabalha há dez anos com a área de dados no setor de telecomunicações e hoje comanda uma equipe de 40 pessoas. “O nosso desafio é oferecer produtos e serviços que atendam às necessidades dos clientes sem invadir sua privacidade. Precisamos entender seus hábitos de consumo para suprir suas necessidades de maneira mais efetiva.”

Na TIM, a área de dados está vinculada à de marketing, mas a posição desse departamento costuma variar no organograma das empresas. “Por ser um híbrido de tecnologia e negócios, essa é uma atividade que pode estar ligada a diferentes diretorias. O ideal, no entanto, é que ela tenha autonomia em relação a outras áreas para poder atuar de maneira mais estratégica”, afirma Pedro Desouza, da EMC.

Uma prova de que a área tem ganhado força nas companhias é justamente o aumento na demanda por gente com essa expertise. Na Serasa Experian, a equipe dedicada a dados cresceu 50% nos últimos dois anos.

De acordo com Julio Guedes, os profissionais precisam unir raciocínio lógico apurado com domínio de softwares estatísticos e sistemas computacionais. É raro encontrar quem tenha esse conhecimento técnico ou alguma qualificação específica. “Nossa estratégia em muitos casos é contratar jovens que estão no início da carreira e formá-los internamente. Além disso, recrutamos profissionais que tragam boas experiências de outros mercados”, afirma.

Felipe Figueiredo, da TIM, explica que os bons especialistas nesse segmento são disputados e costumam já estar bem posicionados em grandes empresas, o que demanda esforço extra das companhias em programas de atração de talentos. “É preciso oferecer um robusto plano de cargos e carreira”, explica.

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