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31 de janeiro de 2024 - 17:00

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Walter Orthmann tem 100 anos de idade e mais de oito décadas de trabalho na mesma empresa, um recorde. Quais ensinamentos a história de Walter traz sobre longevidade, motivação e resiliência?

O mundo era completamente outro em meados dos anos 30. A televisão ainda levaria anos para chegar ao Brasil, a Pelé só ganharia sua primeira Copa do Mundo em algumas décadas e o nosso presidente era Getúlio Vargas. Porém, o senhor Walter Orthmann já estava devidamente empregado em uma companhia têxtil no sul do país – onde permanece até os dias de hoje, precisamente 84 anos depois.

Walter Orthmann trabalha na RenauxView, empresa de Brusque, Santa Catarina, há 84 anos. Nascido em 1922, Walter – hoje recém centenário – foi contratado aos 15 anos, em 1938, para exercer a função de auxiliar de expedição e foi a partir dali que começou a galgar posições internamente até o posto de gerente de venda, no qual se mantém até hoje. No longínquo 17 de janeiro de 1938, Walter Orthmann assinou sua primeira e única ficha de admissão em uma empresa.

À época, a empresa fundada em 1925 ainda chamava-se Indústrias Renaux S.A. e sua ficha foi a de número 130. Hoje a companhia conta com mais de 600 funcionários. Além de impressionante, a longevidade de Walter é única, já que o funcionário bateu o recorde mundial do homem que trabalha a mais tempo na mesma empresa duas vezes, segundo o Guinness World Records.

Walter presenciou na pele as mudanças profundas que o Brasil e o mundo viriam a enfrentar com o passar das décadas. Quando Walter iniciou sua carreira, a Segunda Guerra Mundial ainda não havia iniciado, o Estado Novo de Vargas tinha acabado de começar e a CLT nem sequer existia. Nessas oito décadas e meia na indústria têxtil, Walter viu o Brasil trocar de presidente mais de 20 vezes e seu salário já foi pago em nove moedas diferentes.

A história de Walter é um exemplo pela longevidade na mesma companhia, mas também ressalta a importância da adaptação. Mesmo aos 100 anos, Walter está atento e atualizado e reforça a necessidade de sempre entender o porquê das mudanças de processos e se manter conectado com as novas tendências e práticas no mercado.

A necessidade em se mantar atualizado fez com que, ao longo dos anos, Walter tenha mudado suas ferramentas de trabalho: os blocos de anotação e recibos de papel viraram máquinas de escrever e calculadoras, que então se transformaram em smartphones e tablets.

“Aprimorar suas habilidades tecnológicas e estar consciente de que eventuais vantagens consideradas competitivas do passado passaram a ser exigências cada vez mais enfáticas neste dinâmico mundo corporativo”, explica Mauro Wainstock, palestrante e sócio-fundador do HUB 40+, consultoria empresarial focada no público acima dos 40 anos.

“Ânsia, humildade e disposição para aprender sempre, tanto tecnicamente, como incrementando suas soft skills”, complementa o especialista.

“Cabeça boa e mente em dia”

Quando questionado acerca da origem de sua motivação, Walter é categórico e afirma que o seu próprio trabalho é a sua força motriz. “Se você não tem um motivo, você vai ficar dormindo. Infelizmente, todos os meus amigos que se aposentaram e pararam de trabalhar já morreram. É o trabalho que nos mantém vivos”, afirma ele em entrevista ao domingo espetacular, da TV Record. “Tem que ter vontade de trabalhar. Um trabalho que você gosta de fazer, porque ai você nem sente o tempo passar”, complementa.

Mauro Wainstock, palestrante, mentor de executivos e sócio-fundador do HUB 40+, consultoria empresarial focada no público acima dos 40 anos, explica que o profissional idoso de hoje sabe que pode viver mais de 90 anos – uma realidade diferente do Brasil de algumas décadas atrás – e por isso é fundamental encontrar motivações que façam a vida dessa pessoa ter sentido, e um desses motivadores pode ser o trabalho.

“A pessoa precisa se sentir útil, produtivo e ser remunerado para se sustentar durante estes anos adicionais de vida. O trabalho também permite aplicar e transmitir a sua experiência, além de aumentar a autoestima, socializar e trocar conhecimentos com as gerações mais novas, vivenciando inovações e absorvendo aprendizados diários”, afirma Mauro em conversa com a EXAME.

Para Mauro, a história de Walter traz importante ensinamentos sobre a resiliência e a vontade de deixar um legado. “Ter um olhar positivo sobre a vida e a certeza de que a idade é apenas um número: podemos ser o que e quando quisermos”, explica. “Assim como o envelhecimento é inerente ao processo, o talento, o entusiasmo e a vontade de se reinventar são obrigatórias para o êxito”, complementa.

O valor dos mais velhos

Com um mundo empresarial cada vez mais acelerado e com distâncias encurtadas, seja pelos avanços tecnológicos, seja pela mudança nos processos e no entendimento do trabalho como um todo, conhecer histórias como a de Walter é um ponto fora da curva.

“Esta aceleração é avassaladora. Neste sentido, o foco passa a ser uma alternativa prudente e recomendável. Não vamos abraçar o mundo. É fato. Então devemos eleger prioridades, direcionando nosso tempo e esforço para aquilo que pode trazer benefícios concretos”, analisa Mauro.

Mesmo sendo o mais longevo, Walter teve medo de que o tempo o jogasse no limbo. Em 2006 ficou preocupado com a mudança na diretoria da empresa, e com 68 anos de casa, achou que poderia ser dispensado. Já que, em sua visão, “não iriam querer uma pessoa velha na equipe”.

“E quem disse que o novo não pode ser mais velho? Quem disse que dinamismo é sinônimo de eficiência ou que esta aceleração gera obrigatoriamente resultados financeiros mais robustos? Devemos parar de querer estereotipar, de colocar todos em caixas e dizer o que cada um deve fazer para se enquadrar”, argumenta Mauro, ao discutir as problemáticas do etarismo no meio corporativo e os benéficos das trocas entre gerações distintas. “Essa integração multiplica aprendizados, propicia novos insights e leva mais pluralidade à equipe; enfim, é um ganho para todos os envolvidos”

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