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Capacidade…sem vontade?

por: Marcelo Nogueira
em: Gestão
fonte: Redação
08 de fevereiro de 2012 - 8:41 - atualizado em 26 de novembro de 2013 às 9:29

Conhecimento-sem-motivacao-blog-televendas-e-cobranca

Olá amigo do Blog Televendas e Cobrança.

Neste artigo inicio agradecendo o apoio e confiança que vem demonstrando ao blog. Espero retribuir sempre com artigos de qualidade e que permitam uma reflexão simples, mas sincera, de temas nem sempre simples assim.

Um dos assuntos que muito me chama a atenção ultimamente é sobre o tema da escassez da mão de obra qualificada. Irei abordar um problema atual, por outro prisma.

De fato a escassez de mão de obra qualificada tem sido tema comum para inúmeros estudiosos,  gestores de RH, educadores, executivos.

Segundo o Jornal da Tarde o Brasil está na 3ª colocação no ranking dos países que mais têm dificuldade em encontrar profissionais qualificados. O índice de empresários brasileiros que dizem não achar no mercado pessoas adequadas ao trabalho é de 57%.

Este problema está ligado principalmente a nosso sistema educacional: o baixo investimento na educação técnica, a má qualidade do ensino superior, os baixos salários dos professores. É um problema que não se resolverá rapidamente, é necessária uma mudança imediata de postura do poder público, para reverter o quadro da educação Brasileira, bem como a inserção de iniciativas privadas, como a abertura de universidades corporativas (ação já adotada por algumas empresas, e que será tema de um artigo daqui algumas semanas).

Agora eu lhe pergunto: na sua Cia, você tem dificuldade de encontrar mão de obra qualificada?

Olhando para o segmento do mercado de Televendas e Cobrança e mais especificamente de Call Center um dos fatores considerados como diferenciais dentro deste momento de escassez de mão de obra qualificada, é a capacidade de desenvolver talentos e formar pessoas para o mercado de trabalho. Muitos iniciam sem formação, alguns em seu primeiro emprego, aprendem como trabalhar, desenvolvem seus talentos, buscam uma formação, e crescem na Cia. É verdadeiramente uma oportunidade para aqueles que realmente desejam e querem crescer profissionalmente e também como pessoa.

É exatamente neste ponto que quero chamar a atenção, pois é um ponto de contradição: Se este mercado dá muitas oportunidades, até mesmo para aqueles que ainda não possuem uma formação, por que temos encontrado dificuldade em desenvolver novos talentos, ou fazer com que talentos desenvolvidos rendam o esperado dentro de nosso mercado?

Sem querer ser simplista, mas a questão esta ligada ao desejo e a vontade da pessoa em desempenhar uma função ou uma atividade.

Até mesmo pessoas com boa formação, com uma boa experiência, podem aparentemente não demonstrar vontade de crescimento, ou desejo de realização.

Ao delegar uma atividade, se você percebe que a pessoa tem capacidade de fazer, mas não quer realizar, e por este motivo realiza mal, entrega sem qualidade, gera retrabalho, e afeta assim a produtividade da equipe ou Cia.

Logicamente, existe um ponto comportamental a ser ponderado, pois a geração atual tem menor compromisso com o trabalho e as empresas que a geração anterior, o que explica um pouco o momento que estamos passando.

Mas a capacidade sem vontade é improdutiva. Precisamos reavaliar alguns pontos inicialmente para identificar por que temos pessoas capacitadas, mas que não tem vontade ou desejo de realização na Cia.

Para responder estas perguntas e contrapor estas afirmações, devemos cumprir algumas etapas: avaliando nosso ambiente/clima, avaliar o colaborador, realizar um feedback e um plano de desenvolvimento.

Primeiro olhe o clima organizacional ou da sua equipe. Realize algumas perguntas básicas.

  • Os colaboradores da minha equipe se identificam com a missão e os valores da Cia?
  • Eles conhecem a história da Cia e para que ela existe? Quais produtos ou serviços ela vende?
  • Eles estão alinhados com o plano estratégico da Cia?
  • A infraestrutura de trabalho é adequada a atividade que eles realizam?
  • O Ambiente da Cia ou equipe é considerado bom pelos integrantes da equipe?
  • As atividades são demandadas de maneira clara e objetiva?
  • A distribuição de atividades é realizada de maneira justa e adequada para cada membro da equipe?
  • As metas são claras e desafiantes? Elas são atingíveis?
  • Eles sabem o que precisam entregar e/ou melhorar para futuro crescimento?

Estas são algumas perguntas que podem ser realizadas, para avaliar o que está impactando o colaborador e sua motivação e porque está respondendo de forma inadequada as demandas que lhe são direcionadas.

As empresas devem buscar oferecer o melhor ambiente e infra possíveis para que o colaborador produza mais. Porém além das respostas (positivas ou negativas) as questões acima, sua abordagem também passa a ser individual. Sua avaliação tem que ser sobre o colaborador em questão. Investigue o momento que ele está vivendo, e o que pode estar afetando a sua produtividade e entrega. Dê-lhe um feedback claro e objetivo com os pontos a melhorar e também o escute, para saber a sua opinião sobre o trabalho, seus gestores e a Cia em si. Corrija o percurso e indique o caminho que ele precisa percorrer para garantir a entrega que a empresa espera. Realize em conjunto com ele um plano de desenvolvimento com etapas e datas bem definidas.

Lembre-se que diante do cenário atual é importante você não tomar uma decisão precipitada, mas sim garantir o desenvolvimento e motivação dos colaboradores. Nem sempre isto é fácil, mas lembre-se que você deve aliar capacidade e vontade para que sua equipe entregue resultados satisfatórios.

Desejo efetivamente que você tenha sucesso em sua gestão

Até a próxima…

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Comentários (2)
  1. Caro Marcelo,

    Achei bem interessante a sua colocação, de que o problema da má qualificação dos profissionais não se dá única e exclusivamente por conta, de uma desatenção quanto a educação em nosso país.

    E de fato realmente não é (embora) todos saibamos que essa desatenção implica em no mínimo 50% da má formação de novos profissionais, quando chegam a essa fase.

    Porém, não é só uma questão de estudo, como você bem posicionou, mais também de vontade, ambição de se ter um plano de carreira dentro de determinada empresa. Podemos verificar no mercado de trabalho (inclusive Call Center) que, quando os jovens que na maioria das vezes estão em busca de sua primeira experiência profissional, são contratados, porém, já ingressão na empresa com uma visão de “ah mais se eu não bater a meta, outro faz, o importante é o pagamento no final do mês”, eu mesma já convivi com pessoas assim.

    E que por este motivo, não se dedicavam realmente a empresa, ou ao seu trabalho, então pode-se notar que não é falta de instrução educaional, mais falta de ambição em se tornar melhor dentro daquilo que se faz e por este motivo estes profissionais nem bem tem uma “visão” de futuro dentro da empresa e sempre encontram desculpas para falar mal daquilo que fazem, mais nem vontade pra buscar outra área essas pessoas tem.

    E neste caso, o problema não está no que se faz, mas sim, da vontade que se tem em fazer.

    Esther Milions em 17 de fevereiro de 2012 - 13:29
    • Olá Esther, agradeço o seu comentário, e sem dúvida exemplifica bem, a realidade de muitos gestores atualmente. O investimento na educação é crucial para o sucesso do país e a motivação determinante para realização de qualquer tarefa com qualidade. Devemos refletir mais sobre isto…..

      abs

      Marcelo

      Marcelo Nogueira em 22 de fevereiro de 2012 - 10:58

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