Por: Hillary Johnson

Quando o consultor financeiro Gordon Bernhardt voltou do Grand Canyon, no estado americano do Arizona, há cinco anos, soube naquele momento que havia tido uma das melhores experiências de sua vida. O prazer que ele sentiu não foi motivado somente pela vista maravilhosa, e sim pelos dias que passou sem o celular. “A energia que senti era óbvia”, diz o fundador da Bernhardt Wealth Management de McLean, Virgínia.

As férias são um bom momento para os consultores aprenderem como fazer uma pausa de verdade e recarregar suas próprias baterias. Dadas as proporções “epidêmicas” do nosso vício nos smartphones, saber desligá-los e nos desconectar é algo que está se tornando essencial para nossa saúde mental e bem-estar, diz Larry Rosen, professor de psicologia, pesquisador e autor do livro “iDisorder”. “Ficar conectado o tempo inteiro é algo que vai acabar desgastando você.”

A boa notícia para os consultores que não podem ou não conseguem largar do celular, como fez Bernhardt, é que o objetivo não precisa ser o desligamento completo, segundo diz Rosen. Em vez disso, as pessoas podem aprender a impor limites ao uso dos smartphones e computadores quando estiverem de férias e no fim de um dia de trabalho.

Delegar é a chave para alcançar esse objetivo, juntamente com informar a colegas e clientes que você estará sem o celular, diz Nancy Popovich, diretora-gerente do Grupo do Investidor Inteligente da Robert W. Baird & Co, de Reston, Virgínia.

Popovich transfere o comando para sua equipe. Se não consegue cumprir sua regra de ficar longe do celular enquanto está de férias, recebe o silêncio como resposta de sua equipe, que é a maneira que os colegas têm de dizer a ela que tudo está sob controle e que em vez de se preocupar ela precisa relaxar e aproveitar as férias. “É preciso abrir mão do controle e delegar poderes para as pessoas que o cercam”, diz ela.

Popovich sempre se sente revigorada e concentrada quando volta. Mas alguns consultores não conseguem largar do celular em suas horas de lazer. Joe Belfatto, sócio da Massey Quick de Morristown, Nova Jersey, lida com essa inclinação limitando os contatos com o escritório quando está de férias a não mais que uma hora por dia. Ele se reúne com a equipe antes de sair de férias e designa alguém para cuidar das preocupações dos clientes fora dessa hora reservada.

“É preciso ter capacidade de se afastar, recarregar as energias e se divertir”, afirma Belfatto. “É um verdadeiro desafio face a tudo com que nos deparamos hoje em dia”, acrescenta.

Até mesmo os consultores que trabalham sozinhos, ou que estão construindo suas carreiras, podem chegar a um ponto de equilíbrio e incorporar um tempo precioso todos os dias para se desligar e recarregar as energias, diz Colleen Schon, diretora-gerente da Anthen Advisors of Raymond James, de Clarkston, Michigan. A chave é: comunicar antecipadamente os limites. “Defino antecipadamente o tom com minha firma e meus clientes”, explica ela.

Desde que começou a fazer isso, ela vem conseguindo deixar o trabalho de lado à noite e quando está de férias concentra suas atenções na família. Essa prática faz dela uma consultora melhor, observa. “É muito importante para a sua saúde mental você se desligar. Se não fizer isso, vai explodir.”

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