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Devo dizer se me sinto sobrecarregada após cortes?

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Valor Econômico
31 de outubro de 2016 - 18:02

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Por: Marco Tulio Zanini

Trabalho há quase quatro anos em uma empresa do setor financeiro. Dois meses atrás, houve um corte razoável no quadro de funcionários que atingiu, inclusive, o meu departamento. Meu chefe fez uma reunião para tentar acalmar os que ficaram e redistribuir as tarefas. Segundo ele, seria preciso que todos se dedicassem ainda mais para absorver as metas dos que foram demitidos. O problema é que a pressão e o meu volume de trabalho aumentaram muito. Sempre tenho que ficar algumas horas depois do expediente para dar conta de tudo, vivo esgotada física e mentalmente e já não tenho mais a mesma vontade e motivação de antes. Não vejo perspectivas de melhora no médio prazo e é como se eu tivesse que aceitar tudo isso sem reclamar, pois ainda tenho um emprego. O que devo fazer?

Analista financeira, 29 anos

Resposta:

Essa é uma situação clássica em que a sua decisão precisa levar em conta a cultura da organização e a qualidade do pacto ético que une os stakeholders. Há momentos na vida em que é necessário fazer sacrifícios e nos quais a resiliência é um valor. Mas devemos fazê-lo quando a busca por um objetivo nobre está em questão e dentro de um pacto ético em que os sacrifícios são compartilhados.

Sacrificar-se em um contexto de egoísmo do outro é falta de respeito consigo próprio. Se a demissão de alguns foi fundamental para a sobrevivência da empresa e isso ficou claro dentro de um diálogo ético e transparente, se as pessoas foram tratadas com respeito nesse momento e se foi possível observar o comprometimento dos líderes com esses indivíduos, a sua posição deve ser uma.

Lembrando que respeito aqui pode ser observado da seguinte forma: os líderes compartilharam as dificuldades, tentaram junto, apoiaram as equipes para pensar formas melhores de trabalhar e ainda assim os resultados não vieram.

Mas, se na primeira crise a empresa demite pessoas para garantir resultados de curto prazo e exige sacrifícios dos demais sem oferecer nenhuma contrapartida por isso, agora ou no futuro, sua posição deve ser outra.

No primeiro caso eu aconselharia que você ficasse e tentasse ajudar a organização a se reerguer. No segundo eu começaria a procurar outro emprego.

A cultura da empresa criou uma coalizão de missionários ou mercenários? Há empresas que tratam pessoas como meios para o objetivo dos outros: apertam sem dó em nome de resultado financeiro de curto prazo para o acionista, em um cenário de forte competição interna e sem nenhuma consideração pela qualidade de vida das pessoas.

Nessas empresas, as pessoas são facilmente descartadas. Trata-se de uma coalizão de mercenários. O acionista se comporta como o capitão de um navio pirata: recruta mercenários para aumentar os espólios de guerra. Nelas, o pacto não prevê nenhum tipo de lealdade ou cuidado com o outro. Quem espera respeito, consideração ou reconhecimento por esforço e sacrifícios está criando fantasias sem âncora na realidade. Nesse caso, se sacrificar pelo outro é tolice.

Por outro lado, há empresas que se constituem com uma missão de fato, lutam para entregar valor para o cliente, apoiam o desenvolvimento de pessoas, trabalham para desenvolver equipes integradas e de alto desempenho.

Entendem o seu propósito de forma muito particular e convocam pessoas a aderirem a sua causa porque há de fato o exercício dos valores organizacionais para orientarem decisões e rotinas de trabalho. Nessas empresas, cria-se uma coalizão de missionários e é mais provável obter reconhecimento pelo esforço ao longo do tempo.

Lembre-se, no entanto, que 2015 promete ser um ano ruim para a economia. É importante ter prudência nessa movimentação. Faça uma boa leitura do ambiente, e tome a decisão com maturidade.

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