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27 de janeiro de 2015 - 18:02

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Já há evidências de que escritórios “open space” podem fazer mais mal do que bem e que os cubículos não são os culpados pela infelicidade dos funcionários

Por: Julia Carvalho

O cubículo é, talvez, o símbolo mais usado para representar um trabalho monótono e frustrante e uma vida profissional infeliz.

Ao mesmo tempo, espaços abertos, sem divisórias, em que os profissionais interagem entre si e onde a hierarquia quase não é visível são muitas vezes colocados hoje como lugares modernos e agradáveis.

Uma corrente de especialistas agora diz: nem tanto ao céu, nem tanto à terra.

Os cubículos não são o motivo das agruras dos funcionários de escritórios, do mesmo modo que a ausência de divisórias não necessariamente torna o ambiente de trabalho mais agradável.

A história do cubo

Em seu livro Cubed: A Secret History of the workplace (sem tradução para o português), Nikil Saval descreve a história dos ambientes de trabalho, desde os anos 1920 até os dias de hoje.

Antigamente, eram poucas as pessoas que trabalhavam em escritórios e, por isso, a relação ente chefes e empregados era muito mais próxima. Os locais de trabalho eram pequenas salas e os trabalhadores esperavam, um dia, chegarem à posição do chefe.

Com o crescimento das companhias, novos cargos foram criados, mais funcionários foram sendo contratados e era preciso um meio de organizar o espaço.

Pensando nisso, o designer Robert Propst criou nos anos 60 o que chamou de Action Office (escritório de ação): três divisórias móveis que poderiam ser rearranjadas para criar inúmeros espaços de trabalho. Nascia o cubículo.

Sua ideia inicial era fornecer ao “trabalhador de conhecimento” privacidade, mobilidade e independência. Sim, o cubículo foi criado para dar liberdade ao trabalhador. Acontece que ele foi imediatamente utilizado para amontoar o maior número de pessoas no menor espaço possível.

“O cubículo se tornou um símbolo de locais de trabalho opressores porque os anos em que ele se tornou dominante foram também os anos em que o local de trabalho, em muitas maneiras, tornou-se mais opressivo”, disse Saval em entrevista à The Atlantic.

Saval explica que os anos 80 e 90, em que os cubículos se proliferaram, foram também os anos em que ocorreram grandes fusões e aquisições, mudanças gerenciais e as primeiras demissões em massa. O cubículo se tornou, então, um símbolo de insegurança.

A redenção do cubículo

Hoje, o conceito de “open space” é tendência na organização de espaços de trabalho, justamente por tentar afastar essa imagem opressora. Mas esse novo modelo não resolve o problema e pode trazer consequências ruins para a produtividade do trabalho.

Saval constatou que pessoas que trabalhavam em escritórios abertos apresentavam os mesmos níveis de frustração que as que passavam os dias no cubículo. Ou seja: o cubículo apenas expressa a frustração dos funcionários, mas não necessariamente é a causa dela.

A hierarquia também não some apenas porque os chefes não possuem salas próprias. Há jeitos sutis de demonstrar quem manda: mesas maiores, mais espaço e mesmo a disposição dos lugares são demonstrações de poder. Ter o chefe mais próximo pode, além do mais, causar mais estresse entre os funcionários, que podem se sentir vigiados demais.

Além disso, os escritórios “open space” trazem um problema mais sério: a queda de produtividade. A falta de barreiras está associada à privacidade psicológica, o que aumenta a performance de cada um.

Finalmente, a falta de paredes traz duas consequências bastante óbvias: o barulho e a distração. Um estudo da universidade de Cornell comprovou que pessoas que trabalham em locais “open space” tendem a ser menos criativas e motivadas, o que por sua vez derruba a produtividade.

A solução? Para Saval, o mundo do trabalho sem o escritório físico tem potencial para fazer as pessoas mais felizes. O home office já começa a criar raízes no mundo corporativo e a possibilidade de mobilidade e horários próprios é bastante atraente.

Até lá, resta saber se é o local em que você trabalha ou o trabalho que você faz que te entristece.

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