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27 de agosto de 2017 - 14:00

Especialista-ou-generalista-o-que-funciona-melhor-mercado-de-trabalho-televendas-cobranca

Por: Flavia Gamonar

A competitividade no mercado de trabalho e “os tempos de crise” política e econômica no país tem levado milhares de profissionais a se questionarem sobre o que funciona melhor nesse universo. Em alguns casos, eles se viram diante do desemprego e tem encontrado dificuldade para se recolocar. Em outros, são estudantes ou profissionais em início de carreira buscando entender rumos a seguir para garantir oportunidades a curto e longo prazo.

Nesse momento, uma questão vem à tona: vale mais a pena ser um especialista em um determinado assunto, aquele que entende sobre ele de forma profunda ou ser um generalista, que sabe um pouco sobre quase tudo?

Para responder esta questão é preciso considerar o tipo de carreira, as funções que o profissional precisará desempenhar e até mesmo seus objetivos e anseios pessoais. Acaba passando também pelo perfil da pessoa. Eu, por exemplo, sempre gostei de saber um pouco sobre cada coisa e sem problemas leio e estudo sobre assuntos diversos (e fico encantada quando os vejo se conectando e eu entendendo o “sentido” do universo).

Quando um ou outro funciona melhor

Existem profissões em que o melhor é ser um especialista, por exemplo, área de TI. É o tipo de profissional que se espera que saiba resolver tudo sobre o assunto ou que no mínimo ele tenha interesse em buscar respostas. Já um administrador ter uma visão mais ampla e geral pode ser benéfica, afinal, ele acaba atuando e se relacionando com áreas muito distintas nas organizações. Mas em ambos os casos precisamos concordar que parar de estudar ou recusar-se em adaptar-se ao novo não é uma opção: o perfil do profissional contemporâneo requer essas habilidades.

Mas, é possível ser um especialista em algo e mesmo assim ter uma visão panorâmica? É claro que é. Na prática, o que se vê, são algumas pessoas afirmando que por serem especialistas em algo não precisam estudar ou ter ciência de outros assuntos e, assim, se fecham cada vez mais em uma bolha. É comum ver pessoas que fazem graduação, mestrado e doutorado em uma só área, o que pode ser interessante dependendo do objetivo do profissional e das funções que vai executar, mas por outro lado um tanto quanto perigoso, visto que o mercado está tão dinâmico que uma reviravolta pode colocar diminuir oportunidades em determinada área do dia para a noite e ai vai ser bem mais difícil atuar.

Quantas vezes já ouvi de um profissional que “ele não faria algo, porque não era pago para aquilo ou não era a função dele.

Com frequência me perguntam o que seria melhor estudar quando o objetivo é a médio prazo ter um cargo gerencial, por exemplo. Em minha humilde opinião é preciso pensar estrategicamente. Em algumas empresas se você for considerado um designer incrível, por exemplo, pode ser que não queiram nunca lhe dar um cargo gerencial, porque isso o faria tirar a mão da massa. Já em outras, ser excelente em uma área, mesmo significando a perda dessa mão na massa poderia ser enxergado como “estamos colocando o melhor para conduzir, alguém que entende bastante” (o que por si só não vai garantir sucesso, já que cada vez mais a vida que me ensina que ter sucesso ou crescer está de forma muito forte ligada às relações pessoais e gestão de pessoas).

Como profissional de marketing eu acabo me envolvendo bastante com inovação e empreendedorismo, então preciso entender bastante sobre vários assuntos, mas mesmo assim escolhi ser especialista em algo no meio disso tudo: a área de produção de conteúdos.

Já como professora universitária, eu preciso garantir o conhecimento especializado nas disciplinas que ministro, mas nem por isso fecho os olhos para o que acontece ao meu redor, afinal, para mim as aulas são sempre momentos de inspiração e insights e entender tudo isso me ajuda a levar aos alunos novos assuntos todos os dias.

O que estudar para garantir boas oportunidades

Quando me perguntam se eu recomendaria um MBA ou cursos avulsos, eu gosto de ser ponderada para responder. Em alguns casos o título ou até o nome da instituição vai trazer um prestígio ao currículo, mas o saber fazer na prática sempre será o que vai conduzir as respostas.

Nem sempre o mais titulado é o melhor profissional, nem sempre um diploma significa que o sujeito assistiu todas as aulas e realmente estudou. Além disso, nem sempre a academia acompanha o mercado, que dependendo do segmento é extremamente dinâmico e nessas horas nem sempre o mais recomendado é pagar o valor de um carro em uma pós-graduação.

A minha opinião é que devemos valorizar esse tipo de curso sim, mas como nem sempre ele cabe no bolso de todo mundo, precisamos reconhecer o valor dos cursos livres, das palestras, das leituras e estudos por conta própria e do networking: tudo isso pode ser muito potente para sua carreira e o que posso afirmar com toda certeza é que ser alguém que apenas trabalha das 8h às 18h e que não se atualiza, isso sim é um grande perigo.

Hoje temos tanta informação a disposição, tanto conteúdo na internet e tantas iniciativas bacanas que só não estuda quem realmente não quiser. Por outro lado, o papel das instituições, dos cursos e dos professores segue extremamente rico: eles não são mais os donos da informação, mas podem guiá-lo sobre o quê estudar e ajudá-lo a conectar os pontos.

Os tipos de perfis nas empresas

Uma prática cada vez mais comum nas empresas é fazer um rodízio de departamentos, colocando um profissional para experimentar um pouco sobre cada um deles, na tentativa de formar perfis mais generalistas e que ajuda também a não se acomodar, a contribuir com sua visão de outra área em uma área nova.

Um grupo em que todos sabem a mesma coisa é algo extremamente perigoso.

Não é de hoje que profissões deixam de existir enquanto outras impensadas surgem. Some-se a isso o avanço da tecnologia, que em algumas áreas pode significar diminuição de oportunidades de atuação humana, mas em nenhum desses casos há o que fazer, ninguém pode parar a inovação.

Esses movimentos reforçam a necessidade de atualização contínua, de pensar diferente, de reinventar-se. Infelizmente ainda é muito forte na mente de algumas pessoas que se alguém estudou jornalismo, por exemplo, somente poderá atuar como jornalista a vida toda. Ou que quando alguém perde o emprego, tudo o que pode fazer é escrever mais um currículo clichê, dispará-lo nas caixas de entrada de vagas aleatórias e participar de entrevistas clichê, quando na verdade eles poderiam se reinventar, atuar em outras áreas nas quais existisse uma mínima conexão com o que já fizeram na vida ou mesmo empreender. Mas nesse último caso nós temos um problema: não somos incentivados a empreender, não aprendemos sobre isso na escola e todos os dias chamam empreendedores de loucos (mas talvez, com a burocracia e o preço que se paga para sê-lo, eles tenham razão em nos chamar de loucos).

De nada adianta ser uma sumidade em um assunto se o sujeito não consegue colocá-lo para forma, contribuir, aplicar de formas diferentes, relacionar-se, fazer-se entender. Nas empresas, o que se tem observado é uma valorização do generalista e mesmo para quem quer empreender ou montar uma startup, é sem dúvidas uma bela habilidade, afinal, quem está começando a se aventurar certamente vai precisar colocar a mão na massa e assumir diversas atividades que nem sempre eram seu foco inicial de conhecimento.

O perfil do novo profissional é ser alguém interessado em ter uma visão macro do mundo, entender minimamente sobre como as coisas funcionam e se complementam, capaz de ser criativo, flexível, comunicativo e negociador, mas que também consiga construir relacionamentos e ouvir.

Não é porque você é um especialista ou técnico em alguma coisa que precisa fechar-se ou “falar difícil”, aliás, uma habilidade bacana é saber transformar o que é técnico em algo mais amigável e fácil de entender.

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