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18 de março de 2015 - 18:02

Fazer-o-que-ama-pode-ser-uma-decisao-perigosa-de-carreira-televendas-cobranca

Por: Talita Abrantes

Um dos conselhos mais manjados de carreira é repetir (exaustivamente) que para ter sucesso, ou ser feliz profissionalmente, é preciso trabalhar com algo que desperte sua paixão ou que você ame realmente.

No entanto, nos últimos meses, esta ideia tem sido questionada por quem defende que a proposta de “fazer apenas o que você ama” pode ser mais um dos efeitos colaterais da sociedade individualista em que vivemos ou, no mínimo, uma interpretação imatura da realidade.

Marc Andreessen, cofundador do Netscape, é um deles. Em uma série de posts no Twitter, o executivo defende que fazer apenas o que você ama pode ser uma decisão profissional equivocada.

Para ele, o interessante é pensar em caminhos de carreira que desemboquem em benefícios para outras pessoas – e que não fiquem represados no próprio umbigo, portanto.

Ele começa a série dizendo que as ideias de “fazer o que você ama” ou “seguir a sua paixão” são os conselhos mais perigosos e destrutivos que alguém pode oferecer sobre carreira.

Isso porque geralmente este tipo de dica parte apenas de pessoas “altamente bem sucedidas” que se destacaram fazendo exatamente aquilo que amavam.

Agora, em algum momento, você chegou a ouvir o mesmo tipo de conselho vindo de pessoas que seguiram as próprias paixões e não conquistaram o sucesso? Este é o cerne da questão, segundo Andressen. “Não ouvimos isso de pessoas que falharam (…) ao fazer o que amavam”, escreveu.

De acordo com ele, este é um problema particularmente pernicioso em áreas que seguem um “estilo de torneio com poucos vencedores e muitos perdedores: mídia, esporte e startups”, tuitou.

“Um conselho melhor de carreira seria ‘faça o que contribui’”, escreveu. Isso significa que, em vez de focar seus esforços profissionais para alimentar o próprio ego, a ideia é direcionar suas energias para gerar um “valor benéfico para outras pessoas”.

Segundo ele, “as pessoas que mais contribuem são geralmente as mais satisfeitas com o que fazem – e nas áreas com elevados salários, [aquelas que] ganham mais dinheiro”.

“Talvez este seja um conselho difícil já que exige o foco em outros em vez de você mesmo”, escreveu. E, com isso, talvez seja uma proposta não tão coerente com “o narcisismo endêmico da cultura moderna”, questionou.

Além disso, este tipo de visão requer que as pessoas estejam dispostas a esperar um tempo pela gratificação, como ele diz. Ou seja, você pode “trabalhar duro por muitos anos para obter a recompensa de contribuir com valor para o mundo”, por um lado, ou usufruir da “felicidade de curto prazo” sugerida pela outro estilo de conselho.

Como dissemos, ele não é o único a bater nesta tecla. James Hunter, autor do best-seller “O monge e o executivo”, aposta na teoria de que o papel de um líder (e a fonte de satisfação dele) é servir aos outros, segundo ele disse a EXAME.com no ano passado. Para o autor, o reconhecimento seria o produto natural do ato de servir e a satisfação profissional viria exatamente deste ciclo.

Ao mesmo tempo, isso tem relação com olhar para o mercado e entender se o que você ama tem espaço neste cenário. É o que o palestrante Roberto Shinyashiki afirmou em outra entrevista.

“Uma professora de datilografia ama o que faz, mas vai morrer de fome”, disse. “Eu digo que é preciso amar o seu cliente. Aí você começa a ver que o cliente não precisa mais de datilografia, ele precisa de informática”.

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