Por: José Luiz Tejon Megido

Você já viu a cena? Um despreparado demitindo um funcionário com rispidez, veemência e violência. No fundo ali reside uma carga jurássica de imbecilidade e o espetáculo visto de fora é digno de pena. Demitir dói, incomoda e machuca. E os estudos revelam que quanto mais demissões precisamos fazer a causa está sempre nos equívocos das contratações. Porém demitir é uma das funções dos líderes. E saber demitir, assim como saber sair, é um momento onde as verdades mais profundas ficam reveladas, emergem, e bóiam.

Já vi despreparados humilhando pessoas demitidas, já vi imbecilidades como tratar um simples estagiário como se fosse um contra espião das muralhas negras do farol do fim do mundo, já vi pior, gente do alto comando mandando gente do médio comando demitir com métodos nazifascistas, para servir de exemplo para os outros. Já vi covardes demitindo pessoas capazes, prejudicando a empresa por razões de autopreservação e petrificação nos cargos.

Ao longo de 30 anos como executivo e acadêmico já vi de tudo, assim como também vi a elegância, a delicadeza, a consideração e o saber tratar um profissional que não foi feliz naquela organização, com a inteligência de que mais cedo ou mais tarde, ele mesmo, poderia estar num cliente, no governo, ou mesmo, na posição de um contratante e você na de candidato a ser contratado. O mundo dá voltas, gira, sempre deu voltas e continuará dando.

Mas fica evidente que atos de imbecilidade na hora de demitir terminam por denotar uma ausência de saúde na empresa, e adicionalmente, um grau de perturbação preocupante nos executivos e líderes que parecem se locupletar com a tirania demissionária.

Você conhece uma empresa e seus líderes, em boa e grande parte, pelo como e o que ocorre com as pessoas demitidas, ou que se demitem. Tem lugares onde os ex-funcionários são em larga maioria personas gratas. E existem organizações onde ex- funcionários são considerados personas non gratas. Curioso, não?

Pessoalmente guardo pelas empresas todas onde estive carinho, consideração e continuo sendo um advogado delas, e também retorno, participo, presto serviços para todas elas, anos depois da saída. Cabe ao profissional e executivo, claro, saber sair. Mas cabe ao líder e ao clima organizacional atuar com dignidade e honradez nas demissões e fins de ciclos de colaboradores valorosos.

Cuidado, líderes imbecis demitem como imbecis, mas não se assustem, terminarão apanhando mais do que bateram…e abandonados.

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