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O que faço se não gostei da “promoção horizontal”?

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Valor Econômico
10 de fevereiro de 2016 - 18:00

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Por: Karin Parodi

Há seis meses, fui “promovido” na minha atual empresa. Mesmo sem uma mudança formal de cargo, assumi novos projetos e tive um pequeno aumento salarial. Fiquei feliz pelo reconhecimento, mas estou trabalhando por dois. Questionei meu superior, pedindo uma equipe e uma promoção formal – com mais autonomia, bônus e benefícios -, mas ele disse que a política da empresa era essa: a de “crescimento horizontal”, em que os profissionais abarcam mais responsabilidades e não necessariamente sobem na hierarquia. Fiquei desmotivado porque isso nunca havia sido falado anteriormente na companhia. Além disso, considero esse apenas um nome bonito para justificar a exploração. Como devo reagir?

Gerente de projetos, 37 anos

Resposta:

Em sua história, o que parece incomodá-lo é que neste estágio de sua carreira, em que já possui um nível de maturidade mais consolidado, você foi escolhido e não escolheu. Entenda: é sempre o líder quem decide uma promoção nos desenhos de carreiras mais convencionais. O subordinado, por sua vez, já tem uma ideia de como ela será e se quer aquilo para si, o que consiste em uma escolha prévia. Não foi o que aconteceu com você, que foi pego de surpresa pelo discurso do “crescimento horizontal”. O que falta, portanto, é escolher. Ou leva esse desafio adiante, ou o abandona.

Em primeiro lugar, tenha em mente que, às vezes, pode ocorrer nas empresas uma falta de sincronicidade na ascensão profissional, principalmente em um cenário econômico cauteloso. Sua primeira providência, portanto, é descobrir se essa política de promoção horizontal é realmente da empresa – de modo geral ou adotada agora, em caráter provisório – ou apenas uma ideia do seu gestor.

A carreira, nos dias de hoje, está mais fluida e menos linear. Menos hierarquizada e mais focada nos resultados que você pode gerar. Em um número cada vez maior de empresas, crescer na carreira significa assumir e entregar constantemente algo a mais do que o combinado.

Em segundo lugar, você precisa ter bem definido para si o que é sucesso – o que inclui uma análise da realidade, da cultura e valores à sua volta. Se for ter mais bônus e benefícios e trabalhar menos, sua conclusão será uma. Se significar ter mais projetos e responsabilidades, será outra.

Você não precisa dar conta de tudo o que tem que ser feito e muitas vezes compromete a qualidade do trabalho se esse sacrifício não for parte das suas definições de sucesso. É difícil ter crescimento sem suor e sem superação de expectativas, mas cada um estabelece seus limites.

Por fim, gostaria de reconciliá-lo com a ideia da experimentação e dos desafios constantes, que é o que você está vivendo agora. Ela faz parte do processo de desenvolvimento do ser humano e precisa acontecer se quisermos ficar prontos para assumir desafios de maior envergadura. Não é fácil, porque demanda esforço, motivação e vontade de entregar resultados acima do esperado, mas é uma regra do jogo do sucesso.

Sem dúvida, você encorpou sua posição e até imagino que seus olhos tenham brilhado diante das possibilidade de aprendizado, de realizações e de ganho de visibilidade. Se a empresa o convidou, entendeu que você possui capacidade para enfrentar o desafio. Mas você não escolheu isso. Então, caso decida seguir em frente, deve combinar com seu líder as condições dessa “promoção” além do pequeno aumento salarial.

Em uma situação de promoção de carreira, é obrigatório discutir as novas condições antes da mudança, para que todos saiam felizes. Perguntas como “Quais as responsabilidades específicas da posição?” e elementos como equipe, metas e resultados têm de ser claramente explorados. Você precisa ser capaz de negociá-los. Isso é esperado e não significa avanço de sinal.

Ainda dá tempo de planejar retroativamente. Tenha essa conversa com seu gestor, caso você escolha abraçar a nova posição. Porém, se a situação o estiver incomodando a ponto de você se sentir extremamente explorado e ter sua autoestima afetada, é melhor ir em busca de outra oportunidade, dentro ou fora da empresa.

Os novos desafios podem enriquecer sua carreira e seu currículo, mas você precisa estar motivado e feliz, o que inclui participar do planejamento de suas condições. Faça esse movimento com suavidade.

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