Aug
31

O que faço se os chefes só privilegiam os amigos?

por: Afonso Bazolli
em: Gestão
fonte: Valor Econômico
30 de agosto de 2016 - 18:00

O-que-faco-se-os-chefes-so-privilegiam-os-amigos-televendas-cobranca

Por Marco Tulio Zanini

Trabalho há quatro anos em uma agência de publicidade bastante admirada e reconhecida em seu setor. Gosto do que faço e do ambiente da empresa. No entanto, desde que entrei noto que há uma clara predileção da chefia por determinados profissionais – geralmente mais próximos e íntimos dela. A impressão é que, na hora de avaliar um projeto ou trabalho, os diretores levam mais em consideração quem são os autores do que o resultado em si. Cansei de ver trabalhos medianos recebendo elogios rasgados dos gestores, assim como outros muito bons sendo tratados com frieza. Tudo depende se os autores faziam parte ou não “da turma”. Todos percebem isso, mas obviamente ninguém toca no assunto. O sentimento geral é o de “aqui é assim mesmo”. Fico bastante desmotivado, mas também não vejo como melhorar essa situação. O que devo fazer?

Designer, 29 anos

Resposta:

No mundo do trabalho, é importante lidar com as questões tais como elas são, e não como gostaríamos que fossem. A meritocracia e a isenção no reconhecimento das contribuições de cada profissional são ideais abstratos, que perseguimos para tentar premiar com justiça, motivar, envolver e criar estratégias cooperativas entre trabalhadores e acionistas.

A objetividade total é impossível para o ser humano e uma boa parcela de subjetividade faz sempre parte das avaliações formais. As discussões sobre verdade e objetividade são vastas na filosofia e nas ciências justamente por sua impossibilidade prática e a necessidade de aproximar-nos delas. Quanto mais próximos do campo da arte e da criação, mais difícil fica essa tarefa, pois entram aí gosto, estilo e avaliação de adequação ao conjunto, dentre outras variáveis.

Para profissionais desse campo é importante construir aquilo que o sociólogo francês Pierre Bourdieu chamou de capital simbólico. Isso é, a capacidade política de se posicionar e adquirir poder para dizer o que é bom ou ruim dentro de um determinado campo de produção intelectual ou artística. Quem não faz isso pode acabar como Van Gogh e tantos outros: artistas absolutamente geniais, mas que só tiveram reconhecimento póstumo.

É importante também avaliar se o seu trabalho, que você acredita ser muito bom, atende aos objetivos dos outros e dos clientes. Caso contrário, é arte pela arte, e não design – que precisa levar em conta não apenas seu valor intrínseco como criação.

“A chefia” nas agências de publicidade normalmente é formada por profissionais do ramo, que abriram esse negócio porque conseguiam interpretar da melhor maneira a demanda dos clientes e traduzi-las em criação pela qual o cliente estava disposto a pagar. Isso significa que podem ter desenvolvido um olhar para aquilo que é adequado para a sobrevivência da empresa, o que nem sempre coincide com o que os criativos gostam ou gostariam de fazer.

Em muitas agências com as quais trabalhamos, encontramos essa situação: o que a criação gostaria de fazer não é o que o cliente gostaria de comprar, e o topo fica sempre dependente de um pequeno grupo de profissionais que consegue f azer a ponte entre essas duas coisas. Por isso é comum vermos grandes agências dependentes de um pequeno número de pessoas na criação, com desejo de crescer, mas com dificuldade de encontrar talentos que deem conta das demandas.

Vejo também profissionais cujas entregas são imateriais cultivando, por vaidade pessoal, um enorme desprezo pelos clientes, por sua falta de “gosto” e “sofisticação”, sem enxergar uma grande arrogância nessa posição. Exige muita humildade e muita abertura para o outro conseguir ajustar a atividade criativa às necessidades alheias. São poucos os que conseguem fazer isso e esses tendem a ter maior sucesso nas suas atividades profissionais.

Faça uma avaliação da sua posição levando em conta essas questões. Tente trabalhar melhor a colaboração, a arte da escuta e a compreensão da posição dos outros. Isso pode aumentar a sua capacidade de influência e levar a um maior reconhecimento com o tempo.

CADASTRE-SE no Blog Televendas & Cobrança e receba semanalmente por e-mail nosso Newsletter com os principais artigos, vagas, notícias do mercado, além de concorrer a prêmios mensais. 

» Conheça os colaboradores que fazem o Blog Televendas e Cobrança.

Gostou deste artigo? Compartilhe!

1 Comentário
  1. Minha sugestão é:
    Faça o seu melhor, se gostarem, maravilha, se não gostarem, o problema será deles afinal, você já deu o seu melhor.
    Agora, pode ser que o chefe queira que você peça demissão, pode ser que, ele esteja preocupado com sua capacidade sendo que, o superior pode sim, colocar você como chefe de setor também.
    Enfim… existe uma infinidade de motivos para o chefe agir dessa maneira.
    Se conseguir descobrir, fica mais facil resolver essa questão.

    Rodney em 31 de agosto de 2016 - 11:09

Escreva um comentário:

[fechar]
Receba as nossas novidades por e-mail:
Cadastre-se agora e receba em seu e-mail:
  • Notícias e novidades do segmento de contact center;
  • Vagas em aberto das principais empresas de Atendimento ao Cliente;
  • Artigos exclusivos sobre Televendas & Cobrança assinados pelos principais executivos do mercado;
  • Promoções, Sorteios e muito mais.
Preencha o campo abaixo e fique por dentro das novidades: