Livro mostra que sistema lean de gestão é capaz de modificar profundamente a empresa

Há várias alternativas de métodos e estratégias para se transformar um negócio. Algumas delas simplesmente sugerem trocar de presidente ou as pessoas-chave da direção. Outras, por sua vez, propõem a realização de algum tipo de aliança estratégica ou aquisição.

As promessas de reviravolta das abordagens tradicionais passam quase sempre por uma gestão de curto prazo que prioriza “consertar os números” ao largo do que, de forma simplificada, passam algumas práticas específicas, tais como:

- Alongamento de dívidas.

- Alongamento dos pagamentos aos fornecedores e alguma abordagem de espremer os preços, independente das consequências.

- Algum tipo de proposta para a criação de monopólios ou oligopólios (alguns chamam isso de situações de “oceano azul”) para aumentar os preços e margens.

- Cortes de pessoal.

- Postergação de investimentos para o futuro, sem prejuízos no presente.

Na maioria das vezes, os resultados dessas medidas aparecem no curto prazo e podem ter um impacto significativo nos indicadores financeiros como o EBTIDA.

Então, após essa valorização do capital, ainda que de modo artificial, trata-se de passar o “novo negócio” valorizado para frente e buscar outras oportunidades semelhantes.

Agora temos uma alternativa que permite desenvolver uma estratégia de transformação verdadeira, profunda e duradoura. Felizmente, temos à disposição do público brasileiro o livro “Lean Turnaround: a grande virada”, de Art Byrne, que acaba de ser lançado pelo Lean Institute Brasil. Art foi o responsável pela sensacional virada da empresa Wiremold e de uma centena de outras nos EUA e em outros países.

A sua mensagem principal é que o sistema lean de gestão é capaz de modificar profundamente a empresa, agregando valor aos clientes, acionistas e colaboradores. Isso através de uma mudança profunda no propósito e na definição da estratégia, uma radical melhoria dos processos, ou seja, na maneira sobre como as atividades acontecem na empresa. É uma forma profundamente diferente de motivar e engajar as pessoas que permite transformar os fundamentos dos negócios de modo a permitir vantagens competitivas que permanecerão no longo prazo e possibilitar que a empresa mude para melhor, sempre.

Ele destaca o papel da liderança e da profunda mudança de valores e cultura que é necessária, indo muito além da mera utilização das melhores práticas de manufatura e de gestão.

Uma comparação simples das abordagens tradicionais e da abordagem lean da transformação dos negócios mostra algumas diferenças essenciais:

- Não se trata, assim, de acertar no lançamento de um ou outro produto que trará vantagens temporárias. Trata-se de reformular o processo de desenvolvimento, lançamento e produção de modo a, permanentemente, lançar produtos que satisfaçam aos clientes.

- Não se trata de buscar pessoas brilhantes que eventualmente poderão resolver, de forma brilhante, alguns dos problemas, mas de criar processos que desenvolvam as capacidades plenas de todos na empresa de resolver todos os tipos de problemas, o tempo todo.

- Não se trata de limitar as opções dos clientes, mas, sim, de criar diversas alternativas de satisfação das suas necessidades e desejos.

- Não se trata de reduzir custos eliminando atividades essenciais, pois se trata de eliminar atividades que não agregam valor e, assim, consequentemente, reduzir custos.

Não é tão difícil atingir resultados impressionantes que não durarão muito. Mas é muito difícil mudar profundamente os processos, práticas e os valores da empresa de modo a conquistar resultados igualmente impressionantes, mas que durarão para sempre.

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