Por: Gilberto Guimarães

Trabalho na área comercial de uma empresa de médio porte há oito meses. Embora tenha um bom relacionamento com meus colegas durante o expediente, por diversas vezes me senti “obrigado” a participar de encontros e atividades com eles também fora do ambiente de trabalho. A cultura da organização em si não é o maior problema para mim, porque acredito que esse parece ser um comportamento específico do meu departamento. Todos da minha equipe almoçam juntos, fazem “happy hour” e, não raramente, também marcam encontros aos fins de semana para comemorar aniversários, fazer churrascos etc. Acho tudo isso muito chato, mas tenho medo de ser visto como antipático, arrogante ou qualquer coisa do tipo. Além disso, sempre surgem assuntos relacionados ao trabalho e à empresa durante esses momentos e, provavelmente, vou ser o único desinformado se deixar de ir. O que devo fazer?

Analista de crédito, 24 anos

Resposta:

Para ter sucesso, é importante poder fazer o que você gosta e da maneira como você gosta. Não se deve esquecer, contudo, que carreira é um projeto de longo prazo.

Uma trajetória profissional de sucesso se apoia em três conceitos principais: primeiro, ter um objetivo claro; segundo, ter competência no que faz, e, finalmente, poder fazer o que mais gosta de fazer, com as pessoas com quem mais gosta de trabalhar.

Nessa linha de raciocínio, a escolha da atitude mais adequada vai depender dos seus objetivos e de sua maneira de ser, mas também da estrutura de decisão e poder da empresa. Caso você goste das pessoas e seja de seu interesse ser aceito pelo grupo – e, sobretudo, que isso seja importante para sua carreira futura nesta empresa -, o melhor seria que você pudesse participar das atividades das pessoas que trabalham com você no mesmo departamento.

Aliás, melhor seria que você tivesse o mesmo comportamento e acreditasse nas mesmas coisas, nas crenças e valores do grupo. Tente descobrir porque não gosta de festas e busque apoio para mudar. Não existe outra forma de ser acolhido, aceito e integrado pela equipe.

Para fazer parte de um grupo de pessoas é preciso ser como elas. Os diferentes são vistos como estranhos e podem ser ignorados, rejeitados, ou pior, até mesmo ofendidos e perseguidos. Ser parte desse time poderá ser importante para a sua carreira na empresa desde que os processos de avaliações e decisões sejam feitos por pessoas do grupo e dentro dele.

Agora, caso você pretenda uma carreira fora do departamento ou se souber que as decisões são tomadas por pessoas de fora do grupo, tanto faz que você esteja integrado ou não. Importante também é você definir se não gosta desses colegas de trabalho ou apenas não gosta do comportamento deles.

Na opção de apenas não gostar do estilo de vida e comportamento do grupo, porque você é mais tímido e introvertido do que eles, fica relativamente fácil explicar e ser compreendido por todos – e consequentemente ser aceito, mesmo que de maneira apenas social.

Sua carreira poderá prosseguir. Caso você não goste mesmo das pessoas, se for mais do que simplesmente não gostar de almoçar junto, de “happy hour” e, de encontros nos fins de semana, e que, na realidade você não concorda e nem aceita as escolhas éticas, morais e sociais delas, será melhor mesmo se afastar e buscar novas alternativas de carreira.

Nesse caso, não há razão que justifique você tentar se adaptar a essas pessoas e, mesmo que você tente, não vai funcionar. É praticamente impossível viver e conviver com pessoas com quem não concorda nem se identifica.

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