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22 de novembro de 2015 - 14:00

Pre-ferias-o-descanso-remunerado-antes-de-voce-comecar-no-novo-emprego-televendas-cobranca

Já pensou entrar em uma vaga depois de tirar férias pagas pelo novo contratador? O sonho virou realidade em algumas companhias americanas – mas não parece ser tão delicioso assim

Por: Isabella Carrera

Começar um novo emprego após um longo e extenuante período de trabalho pode prejudicar tanto o funcionário quanto a empresa. Afinal, o “burnout”, estado de exaustão extrema e perda de interesse nas tarefas, aniquila a produtividade. Foi ao se deparar com um desses casos que Jason Freedman, CEO de 42Floors, serviço imobiliário de São Francisco, inventou uma prática que está dando o que falar nos Estados Unidos: o “pre-cation”, ou “pré-férias”, como chamaríamos por aqui. Freedman procurava preencher uma vaga na sua companhia e encontrou o candidato perfeito. Mas este estava desgastado demais para emendar uma função na outra. Como Jason não queria um recém-chegado já desmotivado, ele pagou ao profissional duas semanas de férias para que descansasse antes de seu primeiro dia no escritório. “Foram só quinze dias, mas ele voltou revigorado, foi incrível”, disse em entrevista ao site Slate.

A novidade agradou tanto o CEO e os contratados que agora ele adota a mesma medida com todos que iniciam na empresa. “Quando eles recebem a carta de oferta, é como uma manhã de Natal, pois têm um emprego novo e já estão pensando nas férias que estão prestes a tirar. É tipo ‘divirta-se! E quando voltar, trabalhe como nunca’”.  Atlassian, startup de programação com base em São Francisco e em Sidney, combina essa mesma estratégia com outros benefícios que, segundo ela, deixam os funcionários felizes, sem arrebentar sua verba financeira. Cestas de presentes, com champanhe e chocolates caros, são dadas ao final de cada ano no lugar de bonificações. E a cada cinco anos de trabalho, o profissional recebe três mil dólares para gastar em uma viagem dos sonhos. “Queremos que as pessoas tragam o melhor de si todos os dias e que fiquem a longo prazo”, afirma Jeff Diana, chefe de gerência do Atlassian. “Trocar de emprego é uma mudança importante e queremos dar tempo para se reequilibrar, passar mais tempo com a família. Porque quando você começa, acaba indo com tudo.”

O final dessas afirmações sobre “ralar a todo vapor“ levantaram dúvidas entre o mercado: as “pré-férias” ajudariam o profissional a se recuperar antes de um novo desafio ou não passariam de uma desculpa para que a companhia abusasse dele ao longo dos anos seguintes, fazendo-o trabalhar muito mais e desestressar ainda menos? Para Fábio Saad, gerente sênior da consultoria Robert Half a estratégia deve ser encarada com ressalvas. “O descanso é importante para a pessoa concluir um ciclo e estrear um novo. No Brasil, é comum que as empresas segurem uma vaga enquanto o candidato tira as férias que já estavam programadas – mas sem pagar nada. Bancar o gasto de uma folga antecipada para alguém que ainda nem começou tem seus pontos altos, mas, ao mesmo tempo, quem garantirá que esse funcionário vai ficar um ano dentro da empresa para reverter esse investimento?”, explica Fábio. A solução, segundo ele, seria negociar com o contratado um período de licença não-remunerada ou um contrato com espaço de alguns dias. “É melhor ele passar um período se recompondando do que passar um ano saturado, sem render”, diz.

“Pré-férias” ainda não podem ser chamadas de tendência, pois aparecem no mercado como casos pontuais. Em São Paulo, Marcelo Apovian, head hunter na consultoria Odgers Berndtson, mediou recentemente uma contratação que teve o mesmo final das de 42Floor e Atlassian. O cliente se sentia esgotado e negociou duas semanas de férias remuneradas pela nova empresa como parte do pacote de contratação. O risco deu certo porque o contratante gostara muito do candidato e porque, caso demorasse para começar na vaga, este perderia uma série de bonificações. “O maior problema para implementar essa técnica no Brasil são as leis trabalhistas ultrapassadas, que não compreendem o novo pensamento empresarial e acabam prejudicando o funcionário”, diz Marcelo. Isso porque, ao contrário daqui, onde a lei prevê 30 dias de férias a cada ano trabalhado e a proibição de acúmulo delas por mais de dois anos, nos Estados Unidos os profissionais contam com um número de folgas fixo, o qual deve ser tirado, mas não necessariamente por períodos corridos. “Ideias inovadoras, como o ‘pré-férias’, são de nicho: talvez não possam ser reproduzidas igualmente em todas as empresas ou regiões do país, mas é possível adaptá-las ao estilo e ramo de cada uma delas”.

Se você estiver entre os poucos com a chance de desacelerar por um tempo antes de retomar a correria, Fábio e Marcelo recomendam: durante as “pré-férias”, esqueça sua vida profissional. Viaje, não consulte e-mails, nem fale sobre negócios. O objetivo é recarregar ao máximo as energias e esquecer os vícios e inseguranças adquiridos no emprego anterior. Caso não resista, estude sobra a empresa só no seu último dia de férias. Você vai chegar ao primeiro dia confiante e pronto para o que der e vier.

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